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Crítica

Crítica: Como Treinar o seu Dragão

Animação cheia de aventura e uma pitada de drama "pixariano"

25.03.2010, às 20H46.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H00

Desde 1978, com o lançamento de Superman - O Filme, nós passamos a acreditar que o homem pode voar. Mas isso não nos impede de ficar maravilhados a cada novo voo. A adrenalina, a emoção, o sentido táctil de passar as mãos nas nuvens, tudo isso continua encantando o ser humano e é apenas um dos pontos positivos de Como Treinar o seu Dragão (How to Train your Dragon, 2010), nova animação da Dreamworks (Shrek, Kung Fu Panda), que mais uma vez aposta - e acerta! - no 3D estereoscópico.

A história do garoto Soluço (Jay Baruchel) é resumida logo no começo do filme, quando sua aldeia é atacada por dragões, que passam por ali, saqueiam, destroem e levam embora suas ovelhas. Ele é franzino, meio atrapalhado até, e tenta a todo custo ajudar na árdua tarefa de manter aquelas lagartixas aladas cuspindo fogo longe nos seus telhados. Mas a cada nova tentativa, ele só piora a situação, o que faz dele motivo de piada entre os outros adolescentes e preocupação para os demais adultos.

Como Treinar o seu Dragão

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Em um dos ataques, Soluço acerta um Fúria da Noite, um dragão negro que voa quase invisível entre as estrelas e jamais erra seu alvo. Seria a glória de qualquer viking voltar para casa carregando uma cabeça deste dragão. Mas o garoto não consegue. Ele não é um matador de dragões. Porém, deste ato de compaixão nasce uma inédita amizade entre humano e dragonídeo, que vai levar o menino a entender os hábitos dos temidos animais e a domá-los.

O problema agora passa a ser outro: como contar para os carrancudos e truculentos vikings adultos o seu segredo? Como convencê-los de que tudo o que eles sabem sobre os dragões estava errado? Pode não ser a mais inovadora das histórias, mas nas mãos dos competentes diretores Chris Sanders e Dean Deblois, a aventura ganha tons dramáticos até então inéditos nas animações da DreamWorks, algo "pixariano", diria.

Isso sem jamais esquecer do visual, que mais uma vez é impecável. Vendo as explosões, os fogos que saem dos dragões e queimam tudo, os voos e os mergulhos, até parece que as empresas especializadas em computação gráfica escolhem seus filmes baseado na dificuldade que o projeto vai ter. Prova disso é que cada um dos tipos de dragão tem características, ataques e feições completamentediferentes uns dos outros, o que leva até a uma divertida piada com o personagem Melequento (Jonah Hill), que é o nerd do grupo, gordinho e estudioso, que decorou os pontos fortes e fracos de cada animal como cartas de RPG.

Já os humanos têm feições caricatas, sem a necessidade de serem realistas. O que é sempre um acerto - a não ser que se tenha o tempo, o dinheiro e o prestígio de um James Cameron, que pode se dar ao luxo de gastar todos estes itens até conseguir criar seu próprio mundo. E por falar em criar, não é difícil imaginar que a personagem Astrid (America Ferrara), que não existia no livro que deu origem à história, aparece aqui para tentar levar as meninas para ver um filme de aventura.

Não que eles precisassem disso. Como Treinar seu Dragão é a prova de que a DreamWorks Animation deveria abandonar de vez a história de Shrek - que há tempos já perdeu a graça - e investir em novas histórias. Voar mais alto. O risco do tombo pode ser maior, mas a sensação de liberdade e a vitória valem o preço.

Assista a cinco cenas do filme

Nota do Crítico
Ótimo
Como Treinar o seu Dragão
How to Train Your Dragon
Como Treinar o seu Dragão
How to Train Your Dragon

Ano: 2010

País: EUA

Classificação: LIVRE

Duração: 98 min

Direção: Dean DeBlois, Chris Sanders

Elenco: Jay Baruchel, Gerard Butler, Craig Ferguson, America Ferrera, Jonah Hill, Christopher Mintz-Plasse, T.J. Miller, Kristen Wiig, Robin Atkin Downes, Philip McGrade, Kieron Elliott, Ashley Jensen, David Tennant

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