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Crítica

Crítica: Jogos Mortais VI

O filme mais gore da franquia vai ser o seu último?

05.11.2009, às 16H00.
Atualizada em 05.11.2016, ÀS 08H03

Na teoria (e nos planos de Marketing), Jogos Mortais VI (Saw VI, 2009) seria o último da série. "O Jogo Completa Seu Ciclo", diz o anúncio. Mas assim como This is It, o making of do não-show do Michael Jackson, não ficou apenas duas semanas em cartaz conforme prometido, estou disposto a apostar um rim de que a série ainda volta para mais armadilhas, torturas com relógios em frenética contagem regressiva e sangue escorrendo.

O filme começa mais uma vez de onde parou o capítulo anterior, desta vez com o detetive Hoffman (Costas Mandylor) matando um outro agente que investigava as mortes com a marca do Jigsaw (Tobin Bell). E isso já é um problema para uma série, pois mesmo com todos os flashbacks que eles colocam na fita, um pré-conhecimento dos últimos (e fracos) filmes se faz necessário. Se não é o seu caso, faça um favor a si mesmo e procure desde já algo melhor para fazer. Acredite, até pingar limão no olho deve ser mais gostoso.

Jogos Mortais VI

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Mas se vale de consolo, há algo de novo no sexto filme da série mais rentável do terror hollywodiano. O positivo é que Jogos Mortais enfim parte para um debate mais politizado, criticando o atual e combalido sistema de saúde dos Estados Unidos. Porém, o faz de uma forma equivocada, traindo seus próprios princípios. Neste sexto filme, os jogos deixam de ser apenas uma forma de ensinar às pessoas a importância da vida para se tornarem vinganças pessoais. Assim, as mortes deixam de ser consequências dos pecados praticados durante toda uma vida e passam a ser assassinatos.

Alguns fãs poderiam culpar Hoffman pela mudança, afinal ele já havia matado sem culpa no episódio passado. Porém, os tais últimos jogos ainda são cartadas com regras e objetivos criados pelo Jigsaw, deixadas em seu testamento. As vítimas são um poderoso executivo de uma empresa privada de seguro de saúde e as pessoas que orbitam ao seu redor, como jovens gananciosos que ganham a vida procurando formas de não pagar o dinheiro a quem está morrendo, seus outros funcionários, uma repórter abelhuda e mais agentes do FBI, que estão cada vez mais perto de descobrir o segredo de Hoffman.

Mas seguindo o rastro de sangue deixado ao longo destes últimos seis anos, o novo filme continua abandonando o suspense que chamou a atenção lá no começo, partindo para o torture porn. Se você já estava acostumado com membros sendo decepados, prepare-se para entranhas sendo derramadas pelo solo.

E quando falo de tortura não me refiro apenas àquela impressa na tela. A cada ano, ter que ver um novo filme da série é um ato mais dolorido. O frescor inicial já foi embora há muito tempo. As atuações são tão falsas quando os litros de sangue derramados a cada novo episódio. Dali, só se salvam Tobin Bell e Shawnee Smith, a Amanda, dois personagens que já morreram há muito tempo e continuam voltando em formatos de flashbacks criados para tentar dar algum sentido à história toda.

Por tudo isso, a boa notícia (para mim) é que Jogos Mortais VI está tendo o pior resultado das bilheterias de toda a série. Seria realmente ótimo se a franquia parasse por aqui. Daria para pegar um dos rins usados neste último filme enquanto ele ainda está fresco e pagar com gosto a perda da aposta proposta acima.

Nota do Crítico
Regular
Jogos Mortais VI
Saw VI
Jogos Mortais VI
Saw VI

Ano: 2009

País: EUA, Canadá

Classificação: 18 anos

Duração: 90 min

Direção: Kevin Greutert

Roteiro: Marcus Dunstan, Patrick Melton

Elenco: Tobin Bell, Costas Mandylor, Betsy Russell, Mark Rolston, Peter Outerbridge, Shawnee Smith, George Newbern, James Gilbert

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