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Crítica

Crítica: Planeta 51

Animação tenta fazer pela ficção científica o que Shrek fez pela fantasia

26.11.2009, às 16H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H55

Joe Stillman inverteu a lógica dos filmes de contos de fadas ao coroteirizar Shrek e Shrek 2. Agora, tenta repetir a dose em Planeta 51 (Planet 51), longa-metragem animado por computação gráfica do espanhol Ilion Animations Studios.

O resultado, porém, passa anos-luz de distância dos ótimos filmes do ogro verde. Parece que Stillman se esqueceu que não basta distorcer a ambientação - é necessário subverter as regras estabelecidas do gênero para efetivamente causar alguma surpresa. Enquanto Shrek buscava novos heróis, motivações e situações cômicas, tudo o que Planeta 51 faz é trocar as bolas da ficção científica, colocando ETs no papel de humanos e vice-versa. No filme, um planeta distante do nosso recebe em polvorosa a visita de um estranho indivíduo numa nave, na qual está escrito NASA. E começa a típica paranóia de uma invasão alienígena.

Planeta 51

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Armados com essa premissa, o trio de diretores espanhóis - Jorge Blanco, Javier Abad e Marcos Martínez - não consegue entregar qualquer novidade. Todos os personagens agem exatamente como se espera deles e as situações são previsíveis. Salvam-se algumas piadas divertidas, como a do cãozinho inspirado em Alien - O Oitavo Passageiro - mas mesmo elas acabam se repetindo demais e cansando. O predador alienígena, aliás, é referência constante, ao lado de outros filmes clássicos do gênero, algo que criança alguma entenderá, mas que agrada aos adultos (o sutil pôster na parede de um cinema, com um bebê humano saindo do peito de um alien, é o melhor). Pena que na décima vez que o monstrinho aparece já não há mais combustível para as risadas.

Visualmente, a conversa é outra. É muito bem acabada essa produção espanhola do Ilion Animations Studios. Conhecida até então pela série de games Commandos, a empresa madrilenha soube aproveitar o orçamento de longa-metragem para dar vida ao planeta do título. O design de produção é excelente. Cenários, a arquitetura do planeta e até mesmo a tipografia desse ambiente extraterrestre misturam referências à década de 1950 dos EUA com alta tecnologia. A qualidade nesse sentido é inegável.

Vale ressaltar também o bom trabalho de adaptação nacional do texto. As gírias empregadas e a dublagem estão excelentes. Apesar do elenco original de dublagem incluir artistas como Dwayne "The Rock" Johnson, Jessica Biel, Seann William Scott e Justin Long - e os personagens terem algumas das qualidades físicas deles (o bocão de Biel é inconfundível) -, não faz a menor falta ver dublado. Pode ser até mais engraçado, na verdade.

De qualquer maneira, o roteiro é tão fraquinho que, muito provavelmente, você já o terá jogado no arquivo de filmes esquecidos da sua memória meia-hora depois da saída do cinema. É inofensivo demais, seguro demais para causar qualquer impressão mais marcante.

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Nota do Crítico
Regular
Planeta 51 (2009)
Planet 51
Planeta 51 (2009)
Planet 51

Ano: 2009

País: Espanha, Inglaterra

Classificação: LIVRE

Duração: 91 min

Direção: Jorge Blanco, Javier Abad, Marcos Martínez

Roteiro: Marcos Martínez, Javier Abad, Jorge Blanco, Ignacio Pérez Dolset, Joe Stillman

Elenco: Dwayne Johnson, Seann William Scott, Jessica Biel, Justin Long, Gary Oldman, John Cleese, Freddie Benedict, Alan Marriott, Mathew Horne, James Corden, Lewis Macleod, Rupert Degas, Rebecca Front, Vincent Marzello, Emma Tate, Pete Atkin, Laurence Bouvard, Brian Bowles

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