Os sucessos de Harry Potter e O Senhor dos Anéis tornaram a indústria cinematográfica cada vez mais ávida por novas franquias longevas, que lhe renderiam centenas de milhões de dólares ano após ano. E assim Hollywood saiu vasculhando livrarias, bibliotecas e editoras atrás da próxima grande série de filmes. Mas nem todo mundo é JK ou JRR e até mesmo títulos bem sucedidos podem penar para se manter vivos, caso de As Crônicas de Nárnia, que vai para o quarto filme ainda sem convencer. A nova aposta é Eu Sou o Número Quatro (I Am Number Four, 2011), que começou a ser filmado antes do primeiro capítulo ser impresso.
O projeto deveria ser o respiro de Michael Bay após os dois Transformers, mas os Decepticons o capturaram para uma terceira aventura. Assim o filme caiu no colo de D.J. Caruso (Paranóia, Controle Absoluto), que filtrou o que lhe interessava do manuscrito original, alinhavou a história a seu gosto junto com os roteiristas Alfred Gough, Miles Millar (Homem-Aranha 2) e pegou dicas com o próprio Bay (seu produtor) para transformar o romance teen em uma boa ficção científica de aventura com fotografia de Guillermo Navarro (O Labirinto do Fauno).
Eu Sou o Número Quatro
Eu Sou o Número Quatro
Eu Sou o Número Quatro
A história começa com o Número Quatro (Alex Pettyfer) do título se divertindo em uma ensolarada praia da Flórida. Quando está a ponto de se dar bem com uma menina local, sua perna começa a queimar, emitindo raios de luz. E naquele momento ele recebe um recado: o número Três está morto e ele é o próximo. O jovem é, na verdade, um lorieno, ex-habitante do planeta Lorien, que foi destruído pelos mogadorianos, seres que agora estão na Terra atrás dos nove escolhidos - jovens herdeiros de poderes especiais que, quando reunidos, poderão derrotar os seus inimigos e salvar seu novo lar, a Terra.
O primeiro ato termina com Quatro, agora rebatizado como John Smith, e seu guardião (Timothy Olyphant) se mudando para Paradise, Ohio. A vida nômade em pequenas cidades serve despistar os mogadorianos. Mas John, como qualquer adolescente, precisa se rebelar e vai para a escola, onde obviamente não passa despercebido. Lá ele faz amizade com Sam (Callan McAullife) e se engraça com Sarah (Dianna Agron), enquanto tenta se livrar do bullying do quarterback do time local (Jake Abel). Enfim, o típico cenário das High School estadunidenses. É neste ponto que ele começa a descobrir seus poderes reais, e dominá-los é o seu grande desafio.
Apesar do final grandioso, cheio de bons efeitos especiais, lutas e monstros alienígenas (cortesia da ILM), Eu Sou o Número Quatro não é um filme de ação. Não é também uma aventura adolescente como essas que vemos hoje, pois apesar de ter um elemento romântico, ele não é primordial à trama, afastando assim qualquer comparação prematura com Crepúsculo. O projeto é, sim, uma introdução para algo maior nesta batalha entre lorienos e morgadorianos, mas ao contrário de outras tentativas de se iniciar franquias na marra - como Percy Jackson e o Ladrão de Raios, Eragon e A Bússola de Ouro -, Número Quatro foi feito de forma autocentrada, sem ficar olhando apenas para frente. E ao se concentrar apenas na história que estava contando, D.J. Caruso acaba aumentando a chance da história ter uma continuidade.
Ano: 2011
País: EUA
Classificação: 12 anos
Duração: 110 min
Direção: D.J. Caruso
Elenco: Alex Pettyfer, Timothy Olyphant, Teresa Palmer, Dianna Agron, Garrett M. Brown, Callan McAuliffe, Kevin Durand, Jake Abel, Patrick Sebes, Emily Wickersham, Jeff Hochendoner, Greg Townley, Reuben Langdon, Molly McGinnis, Brian Howe, Andy Owen, Sophia Caruso, Charles Carroll, L. Derek Leonidoff, Garrett M. Brown, Sabrina de Matteo, Cooper Thornton, Judith Hoag, Jack Walz, Bill Laing, Beau Mirchoff, Cody Johns, Isabella Robbins, Damien Walters, Jon Braver, Kevin Cassidy, Matt Leonard, Carrick O'Quinn, Tim Sitarz, Steve Upton, Tucker Albrizzi, Karen Allen, Amelia Compton, Megan Follows, Brittany Forringer, Ally Hydeman, William Kania, Kira Marie, Andre' Mason, Doug Michaels, Jackson Nunn, Brenna Roth, Zoe Simek, Michelle Vezzani, Morgan Wolk