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Resumo rápido: Já jogou RPG? Gostou de Resident evil? Blade II? Acha o visual de Matrix a coisa mais bacana que já apareceu nos últimos anos no cinema? Então Anjos da noite - Underworld (Underworld, de Len Wiseman, 2003) é pra você. Caso contrário, pense duas vezes antes de conferi-lo.
O filme é claramente baseado nos jogos de interpretação da editora White Wolf - Vampiro: A máscara, Lobisomem: O apocalipse -, que por sua vez buscaram inspiração nas Crônicas Vampirescas de Anne Rice e na literatura de horror. Na produção, a idéia usual do vampiro ou lobisomem solitário é abandonada em favor da proposta de sociedades secretas existentes no submundo (daí o título original) das grandes cidades.
Na história, casas de Vampiros e Lobisomens estão espalhadas pelo mundo, com grande superioridade numérica do primeiro grupo, que praticamente exterminou seus oponentes há séculos. Os poucos licantropos sobreviventes são caçados por grupos de elite dos chupadores de sangue, fortemente equipados e bem treinados. Selene (Kate Beckinsale) é uma dessas caçadoras, devotada a matar os brutais lobisomens.
Com a guerra vencida há muito tempo, os imortais tornaram-se aristocratas e os líderes de suas comunidades reinam displicentes, desatentos aos perigos de um possível retorno dos lycans - os lobisomens. Enquanto preparam-se para um baile de gala, que celebrará o despertar de um de seus regentes mais antigos, tais líderes não dão ouvidos para os apelos de Selene, que acredita que os antigos rivais estão maquinando algo terrível. A bela vampira inicia então uma investigação particular e acaba descobrindo que os lobisomens estão perseguindo um humano (Scott Speedman, de Felicity), algo inconcebível para os padrões de qualquer uma das raças imortais.
No processo, os dois se encontram. Ela o salva, ele retribui a ação. Acabam apaixonados. Entretanto, ele é mordido por um lobisomem e irá transformar-se na próxima lua cheia. Assim, ambos precisam encontrar uma maneira de impedir a guerra iminente, descobrir o que os lobisomens querem com o rapaz e, no meio de tudo isso, desafiar os poderes de ambos os lados para ficarem juntos. Você sabe... Romeu com pêlos e Julieta com presas.
Tecnicamente, o filme é bem interessante. O visual gótico-fetichista a la Matrix é seu ponto alto, já que Kate Beckinsale (Escrito nas estrelas, Van Helsing) correndo e atirando com roupas apertadas é algo sempre interessante de ser visto. Quem não gosta de meninas, tem o ex-namorado da Felicity como compensação. Além disso, os monstros estão muito bem feitos, mérito dos produtores, que não quiseram usar computação gráfica e preferiram apostar em maquiagens assustadoras. As inserções de CGI ficaram para alguns momentos mais "científicos" de Underworld, que lembram os detalhamentos microscópicos da telessérie CSI.
O resultado, dirigido pelo estreante Len Wiseman, agrada o público ao qual o filme se destina e dificilmente vai cativar outro tipo de fã de cinema. A bilheteria foi positiva nos Estados Unidos, o que garantiu uma continuação que começará a ser rodada no segundo semestre de 2004. Pelo menos, a seqüência não parecerá forçada, já que o gancho no final do primeiro é bastante natural.
