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Espanglês | Crítica

<i>Espanglês</i>

03.03.2005, às 00H00.
Atualizada em 02.11.2016, ÀS 21H06

Espanglês
Spanglish

EUA, 2005
Comédia - 131 min.

Direção e roteiro: James L. Brooks

Elenco: Adam Sandler, Téa Leoni, Paz Vega, Cloris Leachman, Shelbie Bruce, Sarah Steele, Ian Hyland

Quem já passou por Los Angeles, na Califórnia do Governator Arnold Schwarzenegger, certamente já se viu em situações em que fica difícil acreditar que aquilo ainda é território estadunidense. Maior cidade do Estado, LA é uma grande torre de babel, com imigrantes de mais de 140 países e 92 idiomas. Dentre eles, o espanhol é de longe o mais falado. Prova disso é a profusão de outdoors, estações de rádio e canais de TV criados para atender a comunidade hispânica, que corresponde a mais de 40% da população local.

É nesse cenário que o diretor e roteirista James L. Brooks (Melhor é impossível) situa Flor (a estonteante espanhola Paz Vega, de O outro lado da cama). Após ser abandonada pelo marido, a mulher decide se mudar do México para os Estados Unidos com sua pequena filha Cristina (Shelbie Bruce), em busca de melhores oportunidades.

Já em Los Angeles, elas vão morar numa comunidade hispânica. Os anos passam e Flor continua intocada pela cultura e língua americana, enquanto Cristina cresce, aprende o inglês e vira a tradutora da mãe. Tudo vai bem até o dia em que Flor percebe que precisa ficar mais próxima da filha, agora uma pré-adolescente, e troca seus dois empregos por um: o de empregada na casa da problemática família Clasky.

A mãe é Deborah (Téa Leoni), uma neurótica obcecada por ginástica e livros de auto-ajuda. John (Adam Sandler) é um proeminente chef, dono de seu próprio restaurante, pai dedicado e o típico cara bonzinho que Sandler já está acostumado a interpretar (e nós a assistir...). Completam a família a avó alcoólatra Evelyn (Cloris Leachman), a filha gordinha e complexada Bernie (Sarah Steele), o caçula Georgie (Ian Hyland) e o cão Champ.

Trabalhando para os Clasky, Flor tenta se manter neutra no meio dos conflitos familiares, mas a situação se complica quando eles resolvem passar três meses numa casa de praia em Malibu. Sem opção, Flor vai morar com a família provisoriamente, levando Cristina para o centro do furacão.

As discussões em espanhol-inglês são engraçadas, ainda mais com a tradução simultânea de Cristina. Mas o filme às vezes parece se perder em sua definição, indo do drama à comédia pastelão em segundos, incluindo uma constrangedora cena de sexo entre o casal Deborah e John. Quem for ao cinema atrás de uma comédia romântica, ou a nova produção estrelada por Sandler pode quebrar a cara. O longa é na verdade um drama (light, é verdade, mas ainda assim um drama) sobre a entrada de imigrantes nos Estados Unidos e principalmente das dificuldades de uma mãe em cuidar de sua filha numa cultura completamente diferente da sua.

Porém, para demonstrar tudo isso, o diretor acaba deixando muito de lado os personagens menores, como a filha Bernice, encantadora mas que some no meio do filme, e o filho George, esse sim mero figurante, sendo até menos importante que o cachorro da família. Talvez tenha sido culpa da presença de Paz Vega. Em seu primeiro filme hollywoodiano, a atriz espanhola se mostra capaz de arrancar suspiros tanto pela beleza quanto pela atuação, fazendo a platéia deixar de lado os visíveis problemas do roteiro.

Nota do Crítico
Bom
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Espanglês
Spanglish

Ano: 2004

País: EUA

Classificação: 12 anos

Duração: 131 min

Direção: James L. Brooks

Roteiro: James L. Brooks

Elenco: Adam Sandler, Téa Leoni, Paz Vega, Cloris Leachman, Sarah Steele, Shelbie Bruce, Cecilia Suárez, Ricardo Molina

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