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A Disney é uma empresa tradicionalista que não gosta muito de apostar no novo. Assim, como os dois filmes anteriores com a turma do ursinho Pooh (Tigrão, o filme e Leitão, o filme) renderam boas bilheterias, nada mais natural que eles produzissem mais um desenho nos mesmos moldes. Pooh e o Efalante (Poohs Heffalump Movie, 2004) é mais uma história voltada para o público infantil na faixa dos 4 a 6 anos e que tem uma mensagem positiva. Desta vez, o objetivo é mostrar para as crianças a importância da tolerância. Uma crítica à tendência de condenarmos o desconhecido.
O roteiro é baseado no clássico Três homens cegos e a fábula do elefante. Nossos heróis são acordados por grunhidos assustadores. Pooh, Tigrão, Leitão, Burro e Guru vão à casa do Coelho em busca de informações. O "sábio" orelhudo diz que aquele som é de um Efalante, uma criatura terrível que mora fora dos limites do Bosque das 100 léguas. Pooh e seus amigos resolvem então sair em expedição para capturar o tal bichão. Por ser muito novo, Guru é proibido de participar da aventura, que tem tudo para ser muito perigosa.
Desolado, o canguruzinho resolve ir sozinho atrás do terrível monstro e assim provar que não é mais criança. Guru encontra o Efalante antes da turma e logo percebe que não há nada de assustador ali. O Efalante chama-se Bolota e acaba se tornando amigo do jovem marsupial. Os dois brincam e cantam se aventurando pela floresta. Depois de um certo tempo Bolota escuta o chamado de sua mãe. Sem saber como encontrá-la pede ajuda ao novo amigo. Estando mais perto de sua casa, Guru sugere ao companheiro que peçam ajuda à mamãe Can. Bolota a princípio hesita, pois ele também tem medo da turma do Bosque das 100 léguas. Enquanto isso, do outro lado da floresta, Pooh e seus amigos se metem em várias confusões. Mas quando todos os personagens finalmente se encontram, importantes lições são aprendidas pela turma inteira.
Um dos pontos altos do desenho é trilha sonora cantada e composta por Carly Simon. A música tem papel importante na narrativa. Ela explica as motivações dos personagens e a história. Essa já é a terceira colaboração de Carly com esses personagens, a segunda em longas. O público brasileiro, porém, não poderá desfrutar da voz de Carly, pois as músicas foram dubladas por artistas brasileiros para facilitar a compreensão da garotada. Mas isso não diminui a beleza dos ritmos.
O novo membro da turma, o Efalante, foi baseado nos elefantes rosa usados em uma das histórias do Fantasia (Fantasia, 1940). A grande sacada dos personagens da Disney é que seus criadores os fazem tão charmosos que a criançada não se cansa de querer vê-los nas telas. Nesses novos tempos de Pixar é uma grata surpresa ver que ainda existe espaço para esse tipo de animação. Os pais ficam sossegados pela mensagem e os adultos não precisam ficar atentos procurando referências pop. O único objetivo, além de entreter, é aprender uma lição importante sobre a aceitação das diferenças, os erros de um prejulgamento e o valor da verdadeira amizade. O estilo pastelão garante vários momentos de humor que devem arrancar gargalhadas dos baixinhos e tudo isso sem perder tempo, já que a fita dura perfeitos 70 minutos.
Ano: 2005
País: EUA
Classificação: LIVRE
Duração: 68 min
Direção: Frank Nissen
Elenco: Jim Cummings, John Fiedler, Nikita Hopkins, Kath Soucie, Ken Sansom, Peter Cullen, Brenda Blethyn, Kyle Stanger
