O possível boicote do sindicato que regula a indústria cinematográfica na Nova Zelândia, que colocava em risco a produção de O Hobbit no país, foi cancelado. O Screen Actors Guild (SAG) e a American Federation of Television and Radio Artists (AFTRA), ambos dos EUA, que insuflaram a revolta no New Zealand Actors Equity, soltaram um comunicado ontem liberando atores para participar do filme.
Imediatamente, Peter Jackson e Fran Walsh, que estão realizando O Hobbit sem seguir as especificações dos sindicatos hollywoodianos, divulgaram também um comunicado, sem aliviar o tom das críticas. "Tirar O Hobbit da lista negra não vai ajudar os filmes a permanecer na Nova Zelândia. O dano à nossa indústria foi causado pela New Zealand Actors Equity há tempos (...) Eles não parecem se importar com as repercussões de seus atos, nem preparados para assumir a responsabilidade por decisões tomadas em seu nome", dizem Jackson e Walsh.
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No texto, eles fazem uma ameaça: "Na semana que vem, a Warner Bros. vem para a Nova Zelândia fazer os preparativos para mudar a produção para outro país. Pelo visto não somos capazes de fazer filmes no nosso próprio país, mesmo quando incentivos substanciais estão disponíveis (...) A ação injustificada da NZ Equity contra O Hobbit minou a confiança que a Warner Bros. tinha na Nova Zelândia como um ambiente estável, e agora estão - com razão - preocupados com a segurança do seu investimento de 500 milhões de dólares".
Apesar da ameaça, é improvável que O Hobbit deixe o país, ainda mais agora que o boicote foi cancelado. Toda a estrutura de Jackson está sediada lá - a Weta Digital e a Weta Workshop - e as filmagens já estão marcadas para fevereiro. No mais, é difícil visualizar os cenários de J.R.R. Tolkien hoje sem pensar na paisagem neozelandesa.
O primeiro filme estreia em dezembro de 2012 e o segundo em dezembro de 2013, ambos com direção de Peter Jackson.