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O Senhor dos Anéis - O Desenho Animado | Crítica

No começo, até que estava bacaninha...

21.12.2001, às 01H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H12

Eu tentei. Juro.

Por três vezes tentei assistir ao DVD do longa-metragem de animação de O Senhor dos Anéis (The Lord of the Rings, 1978) para poder fazer uma resenha decente para vocês... mas falhei miseravelmente em todas as tentativas.

Na primeira vez, estava bastante empolgado. Afinal, quem resiste à idéia de acompanhar Frodo e a Comitiva do Anel na forma de um desenho animado? Tudo bem, eu havia lido que a produção de 1978 era sofrível, mas resolvi conferir assim mesmo.

No começo, até que estava bacaninha... o Condado, Bilbo e o início da viagem dos hobbits até a estalagem de Bri e sua perseguição pelos Espectros do Anel são os melhores momentos da produção. Mas a partir daí o desenho vira uma espécie de pesadelo animado. Chegando em Bri, os quatro companheiros vão até a taverna do Pônei Saltitante e a história transcorre igualzinho ao livro. Frodo canta, dança, cai e fica invisível. Mais fiel até que o aguardado filme, em que essa passagem passa bastante corrida. Porém, acontece aí a primeira cena envolvendo o uso maciço de rotoscopia (uma antiga técnica de animação que consiste em pintar sobre imagens reais, filmadas de maneira convencional), com um resultado desastroso!!! É bizarra a composição de personagens de animação tradicional com essa técnica. Não combina e os elementos são destoantes demais. Comecei a ficar desconfiado que talvez as resenhas que eu havia lido tivessem razão. Tive a certeza quando entrou em cena Aragorn... representado de maneira horrorosa. Mal desenhado mesmo! Parece um índio apache!!!! Respirei fundo e continuei assistindo. Ou quase... explico.

Meus olhos teimavam em fechar... caramba... não sou do tipo que dorme em filmes. É praticamente impossível me ver cochilando na frente da TV, mas em O Senhor dos Anéis pesquei mais que Déagol quando achou o Um Anel (confuso? dê uma olhada no guia de referência que preparamos, clicando aqui). Imagino que tenha sido hipnotizado pelas toscas e berrantes rotoscopias. Sem falar na musiquinha miserável composta por Leonard Rosenman (cuja carreira é um caso a parte - o homem está por aí desde a década de 50 com Além da Imaginação, passando por Barry Lyndon, de Kubrick, e chegando até Robocop 2! Santa inconstância!).

Outro ponto absolutamente estranho é o roteiro. Abrange o primeiro livro e parte do segundo. O resto da trilogia está em O Retorno do Rei, ainda inédito por aqui. Também existe uma versão de O Hobbit, pelos mesmos criadores. Essa, diz a lenda, é bem mais legal, porque mantém o espírito infantil presente no livro que conta as aventuras de Bilbo Bolseiro.

Tentei assistir de novo e dormi de novo. Na terceira tentativa, desisti. Minha conclusão a respeito? Assim como o mago Gandalf pede para ficar longe do Um anel, eu quero esse treco longe de mim!

Pra finalizar, Ralph Bakshi, o diretor dessa obra-prima, está furioso com Peter Jackson, o diretor da adaptação cinematográfica dos livros. Bakshi, que está com 64 anos, bradou aos quatro ventos que deveria ter sido procurado por Jackson para discutir sobre a nova produção e considerou o ato falta de cavalheirismo.

Só não sabemos se o sexagenário cineasta também encrencou com Sam Raimi, que dirigiu o filme do Homem-Aranha. Acontece que Bakshi também é responsável por outra pérola: a série animada do Homem-Aranha (leia mais aqui) feita nos anos 60...

Nota do Crítico
Regular
O Senhor dos Anéis (1978)
The Lord of the Rings
O Senhor dos Anéis (1978)
The Lord of the Rings

Ano: 1978

País: EUA

Classificação: 18 anos

Duração: 135 min

Direção: Ralph Bakshi

Elenco: Christopher Guard, William Squire, Michael Scholes, John Hurt, Simon Chandler, Dominic Guard, Norman Bird, Michael Graham Cox, Anthony Daniels, David Buck, Peter Woodthorpe, Fraser Kerr, André Morell

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