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Entrevista

Thor | Omelete Entrevista Tom Hiddleston, o Loki

O intérprete de Loki fala da psicologia do personagem e de seu encontro com Joss Whedon

09.05.2011, às 21H35.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H20

Foi graças ao seu trabalho com Kenneth Branagh na minissérie de TV inglesa Wallander, entre 2008 e 2010, que Tom Hiddleston conseguiu um dos papéis mais desafiadores de Thor, o vilão Loki. Em entrevista ao nosso correspondente em Los Angeles e editor do Collider, Steve Weintraub, o ator comenta a produção.

Você tem gostado de fazer a divulgação deste filme? Você sabia que ia viajar tanto e falar com tanta gente?

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Não sabia, sério. Em todos os trabalhos que eu consigo, a única coisa que eu penso é em como posso interpretar tal personagem, dar meu melhor, fazer um bom trabalho e não ser péssimo. Daí as pessoas tentam te preparar para o que vem. Por exemplo, no dia em que terminamos as filmagens, Kenneth [Branagh] chamou Chris [Hemsworth] e eu de lado e disse "se preparem para daqui a 12 meses. O mundo vai estar assistindo". Nós não sabíamos do que ele estava falando. É emocionante. Já faz dois anos que este filme está na minha vida - o primeiro teste de elenco que eu fiz foi em janeiro de 2009 - e eu tenho muito orgulho de tudo isso, do que Ken Branagh conseguiu alcançar; tenho orgulho do Chris, ele está absolutamente fantástico nesse papel... Tenho orgulho de ser parte de tudo isso.

Eu gostei especialmente de como você interpretou Loki. Você conseguiu mantê-lo sólido e complexo.

Fico muito feliz de te ouvir dizer isso. Ken e eu amamos complexidades; parte do motivo de sermos atores é o lado psicológico, é um pouco como antropologia. Você habita, experimenta e entende a humanidade de maneiras distintas. Em todo personagem que pegamos, acabamos filtrando a verdade de outra pessoa, e com Loki eu realmente achei que aquela foi a maneira mais interessante de interpretá-lo. Todos somos capazes de extremos - felicidade, dor, raiva, deleite -, todos somos maliciosos, mas ao mesmo tempo somos carinhosos. Acho que tentar definir Loki como um cara do mau por algum tipo de dano psicológico foi a maneira mais certa de retratá-lo.

Era indispensável que Loki não fosse exclusivamente mau neste filme porque - agora você pode finalmente falar isso - ele está em Os Vingadores.

Posso, ainda bem!

Se ele não desse certo em Thor, haveria um imenso problema para os filmes futuros.

Acho que você está certo. [risos] Eu não estava pensando tão longe assim, mas é. Quando eu fiz o primeiro teste de elenco, não imaginava que estaria interpretando um personagem tão icônico. Loki é tão maior que eu - é um enorme prazer poder vasculhar todas os detalhes mais complicados sobre sua vida. Ele é brilhante; se ele realmente existisse, eu gostaria de conhecê-lo. Sua feroz inteligência, todo o conhecimento de mágica, suas tendências fascistas autocratas - ele precisa de muito Prozac e terapia, mas ele é meu amigo.

Na sua preparação para o filme, você leu os quadrinhos, pesquisou... Como é a preparação para voltar ao mesmo personagem um ano depois? Você se prepara muito ou apenas o canaliza novamente?

No início de Thor ele está em um determinado lugar e no final do filme ele já aprendeu muito, já fez e desfez muito. O espaço entre o fim de Thor e o começo de Os Vingadores é um pouco grande, e Loki já fez e viu outras coisas. Eu passei uma tarde incrível com [o diretor de Os Vingadores] Joss Whedon assim que terminamos de rodar Thor, e ele disse "aproveita que está tudo fresco na sua mente e me conte quem é Loki", e nós trocamos histórias sobre o que pensávamos sobre esse cara. O engraçado é que eu já estava tão de saco cheio dele [Loki], estava quase saindo pelas minhas orelhas. Eu vivi esse cara por seis meses e acho que Joss estava contando com a minha opinião. Os planos dele [Loki] mudaram, ele está pensando em coisas muito maiores. Agora o objetivo dele não é mais bater no irmão ou ganhar a afeição do pai - acho que ele não se importa mais com os assuntos de Asgard, ele tem planos muito maiores.

Planos universais.

Sim.

Como foi trabalhar com Steven Spielberg em War Horse e Woody Allen em Meia-Noite em Paris?

Steven Spielberg é um gênio. Nós já sabiamos disso, mas eu tenho que dizer que observar a velocidade da execução criativa dele é incrível. Ele tem tanto controle do drama e do desenvolver da história... Ele nunca escolhe uma cena simplesmente pelo fato de ser legal ou porque alguém está atuando bem; ele se pergunta em todos os momentos "como isso pode aprofundar a história"? Ele tem a absoluta atenção da audiência e se preocupa muito com eles. Ele é incrível e trabalhar com ele foi a realização de um sonho. Eu cresci vendo E.T. - O Extraterrestre, Tubarão, Indiana Jones - ele é um mestre.
Woddy Allen escreve roteiros bem afinados; só me mandaram as páginas em que meu personagem aparecia, mas elas eram incríveis só pelo personagem em si. Woddy tem um dom, ele é o diretor mais prolífico trabalhando na atualidade, ele faz um filme por ano... Ele me escreveu perguntando se eu gostaria de ir a Paris para interpretar esse papel, íamos filmar no verão e eu trabalharia com Owen Wilson e Alison Pill... Não me levou nem um segundo para dizer sim. E eu amei, foi ótimo.

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