Filmes

Crítica

Triângulo Amoroso | Crítica

As três formas de amar de Tom Tykwer

15.12.2011, às 20H00.
Atualizada em 08.12.2016, ÀS 06H06

"Não existe arte sem contexto", debate a protagonista de Trângulo Amoroso (Drei, 2010), vivida por Sophie Rois, logo no início do drama.

Triangulo Amoroso

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Tom Tykwer, diretor conhecido por Trama Internacional e O Perfume, está interessado profundamente essa ideia na história de Hanna (Rois) e  Simon (Sebastian Schipper), casal junto há 20 anos, que, sem desconfiar, começam a se relacionar com o mesmo homem, Adam (Devid Striesow).

Adulto e exploratório dos sentimentos de uma faixa etária pouco representada no cinema, o longa discute ideias deterministas de biologia e as estruturas sociais que vivemos, que deixam pouco - ou nenhum - espaço para aceitação de novos formatos de relacionamento, mesmo nas maiores e mais permissivas cidades do planeta.  Mas no caso da moderna Berlim, retratada aqui, o problema não é a sociedade em si, mas a autoaceitação e que fazer com o resultado de tamanha liberdade, de tantos debates filosóficos iniciados por tanta arte e mídia.

Tykwer é corajoso ao propor suas ideias da forma que faz. Esta é sua obra mais madura e incisiva, conseguindo ao mesmo tempo ter uma relação estética com o filme que lançou-o para o mundo, Corra Lola Corra. Apesar do tema sisudo, o cineasta emprega edição moderna e retoma o uso da música como um metrônomo, mas desta vez o ritmo não é para estabelecer suspense, mas como uma contagem em direção ao fim.

Esse tema, a morte, é bastante presente no filme, explorado através de dois cânceres - ou três, se contarmos o figurativo, que se apresenta na forma de um comodismo conjugal. Tais questões parecemafligir o diretor, que frequentemente externaliza certos sentimentos de inadequação e contestação nos diálogos de seus personagens.

Mas enquanto o diretor parece divertir-se com seus temas e estilo e os atores realizam um trabalho impecável, a história é simplista demais para suportar as quase duas horas de duração do filme. A necessidade de debater assuntos demais e a ausência de eventos significativos que avancem a trama diminuem a experiência e diluem o foco. Uma montagem que acompanhasse um pouco mais o ritmo da edição aumentaria significativamente o impacto do filme.

De qualquer maneira, é o longa mais contestatório de Tykwer, e sugere uma nova fase para o cineasta que parece casar perfeitamente com o tema da ficção científica que ele está dirigindo com os Irmão Andy e Lana Wachowski (que mudou de sexo há alguns anos), Cloud Atlas. "Um dia você fica velho demais para o cinema", diz em determinado momento em Triângulo Amoroso. Fica a expectativa, portanto, pelo que ele fará a seguir...

Triângulo Amoroso | Cinemas e Horários

Nota do Crítico
Ótimo
Triângulo Amoroso
3
Triângulo Amoroso
3

Ano: 2010

País: Alemanha

Classificação: 16 anos

Duração: 119 min

Direção: Tom Tykwer

Elenco: Sophie Rois, Sebastian Schipper, Devid Striesow, Annedore Kleist, Alexander Hörbe, Winnie Böwe, Hans-Uwe Bauer, Peter Benedict, Georgette Dee, Cedric Eich, Christopher Karl Hemeyer, Hans Hohlbein, Senta Dorothea Kirschner, Thomas Kornmann, Gotthard Lange, Alexander Scheer, Gundi Anna Schick, Karl Alexander Seidel, Mick Slaney, Hannes Wegener, Alexander Yassin, Martina Ysker, Michael Dorn, Angela Winkler

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