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Vôo United 93 | Crítica

Vôo United 93

31.08.2006, às 00H00.
Atualizada em 09.11.2016, ÀS 05H14

Vôo United 93
United 93
EUA, 2006
Drama - 90 min

Direção e roteiro: Paul Greengrass

Elenco: Christian Clemenson, Trish Gates, Polly Adams, Cheyenne Jackson, Opal Alladin, Gary Commock, Nancy McDoniel, David Alan Basche, Richard Bekins, Susan Blommaert, Ray Charleson, Liza Colón-Zayas, Lorna Dallas, Denny Dillon, Trieste Kelly Dunn

Os atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001 marcaram a história contemporânea com sangue, fumaça e medo. Cinco anos após a data, por mais clichê que seja dizer isso, as cicatrizes ainda estão abertas. Vôo 93 (United 93, 2006) chega justamente para arrancar a casquinha e mostrar que não devemos mesmo esquecer o que aconteceu naquele dia. Não só pelas vidas perdidas, mas pelo bem da humanidade, que precisa achar melhores meios de dialogar do que com mais sangue, fumaça e medo. Ou alguém acha que os recentes conflitos entre Hizbollah e Israel são fatos completamente isolados?

O diretor inglês Paul Greengrass (Supremacia Bourne, 2004) começa seu filme mostrando os muçulmanos, que rezam, se lavam, se preparam para cumprir a sua missão. Enquanto isso, outras pessoas cumprem suas rotinas. Homens de negócio voltam para casa, famílias planejam seus próximos dias, piloto e comissários preparam o avião. Tudo normal para quem está acostumado à rotina dos aeroportos, com check-ins, raios-x e atrasos na hora de embarcar.

Para não ficar aprisionado dentro do avião que dá nome ao filme, Greengrass abre seu foco e mostra também o dia-a-dia de outras pessoas envolvidas nos incidentes. Começa com o diretor da F.A.A. (sigla para Administração da Aviação Federal estadunidense), Ben Sliney (que faz seu próprio papel no filme), que assumia o posto naquele dia e teve de lidar com uma situação sem precedentes na história. Com as confirmações dos seqüestros, entram também em cena os militares, que não conseguem falar com o presidente George W. Bush para seguir o plano de abater os aviões tomados pelos terroristas.

A tensão do filme só aumenta e tem um de seus picos, assim como na vida real, quando o segundo avião entra na Torre Sul do World Trade Center. O silêncio é ensurdecedor. Todas as memórias daquele dia voltam a revirar os estômagos e voltam para a última camada da epiderme. Vendo a cena pela enésima vez, ainda não é possível acreditar que aquilo aconteceu. Não dá pra dizer que a vida continua. Não naquele momento. TUDO pára e fica imóvel por incontáveis segundos que se parecem horas, menos o fogo e a fumaça, que estão cada vez mais fortes saindo das duas torres.

Enquanto isso, dentro do vôo 93 da United Airlines, o clima é parecido com o que se sente dentro de um carrinho da montanha russa subindo para começar o seu circuito. Mas muito pior. O espectador sabe o que vai acontecer, mas mesmo assim não consegue ficar passivo aos muçulmanos que não conseguem conter-se nas suas poltronas, às trapalhadas que retardam ações enérgicas oficiais, à morte que ronda a todos.

Mas não há sentimentalismo no filme. Não há tempo para mostrar heróis ou vilões, para estereotipar ou julgar. A edição rápida faz o longa fluir rápido e incessante, ricocheteando informações e pulando de um lado para o outro. Com sua câmera inquieta, Greengrass não se contenta em mostrar o que aconteceu. Ele dá ao espectador a onipresença, mas não somos deuses para suportá-la.

Nota do Crítico
Ótimo
Vôo United 93
United 93
Vôo United 93
United 93

Ano: 2006

País: EUA

Classificação: 10 anos

Duração: 111 min

Direção: Peter Markle

Elenco: Jeffrey Nordling, Brennan Elliott, Kendall Cross, Ty Olsson

Onde assistir:
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