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Dogman | Western contemporâneo surpreende em Festival de Cannes

Dirigido pelo romano Matteo Garrone, realizador de Gomorra, longa pode dar a Marcello Fonte o prêmio de melhor ator

17.05.2018, às 07H59.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Terra de Fellini, De Sica, Sergio Leone e muitos outros mestres da direção, a Itália andava morna no 71. Festival de Cannes, sem fazer jus à sua história de grandeza nas telas, até que, na manhã desta quinta, chegou Dogman, com cães raivosos, homens violentos e fome de prêmios. Filmado em Villaggio Coppola, com base em fatos reais, o western contemporâneo é dirigido por Matteo Garrone, cineasta romano que ganhou duas vezes o Grande Prêmio do Júri (a láurea mais valiosa depois da Palma de Ouro) na Croisette: em 2008, com Gomorra e, em 2012, com Reality. O longa pode levar o terceiro troféu neste sábado, uma vez que o favorito à Palma segue sendo Spike Lee, com BlackKklansman, mas o favoritismo de seu violento novo longa está na categoria de Melhor Interpretação Masculina. Nenhum ator se destacou mais em Cannes este ano do que seu protagonista, Marcello Fonte.

"Este projeto nasceu há uns 13 anos, sob o titulo de O Amigo do Homem, tendo em mente Roberto Benigni como ator principal. Ele vem pra nossa gala aqui na Croisette, o que é uma honra, mesmo sabendo que o nosso personagem não teria a dimensão de humor que se esperaria de Roberto", disse Garrone a Cannes, esbanjando alegria diante do clima de boa acolhiada a seu filme e a Marcello.

Em Dogman, ele vive um tratador de cães, também chamado Marcello, devotado aos animais, à sua filha e aos amigos da periferia miserável onde vive. Um deles é seu ponto fraco: o agressivo Simoncino (Edoarso Pesce), um viciado grandalhão que arrasta o amigo para as mais variadas confusões, inclusive assaltos. Covarde, Marcello tem medo da força mas sente uma fidelidade canina ao sujeito. 

"É muito prazeroso dirigir cães, pois eles são imprevisíveis. Duro é dirigir uma história sobre o embate do fraco contra o forte sem cair em vitimização", disse Garrone ao Omelete.

Archimede/Divulgação

Faltam quatro filmes para a briga pela Palma de Ouro chegar ao fim: Capharnaüm, de Nadine Labaki (Líbano); Un Couteau Dans Le Coeur, de Yann Gonzalez (França); Ayka, de Sergey Dvortsevoy (Rússia); e Wild Pear Tree, de Nuri Bild Ceylan (Turquia). O ganhador será conhecido no sábado.

Na sexta, vão ser anunciados os ganhadores da mostra Un Certain Regard, que tem como principal candidato a láureas o drama luso-brasileiro Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, sobre o embate da juventude com a tradição entre os índios Krahô.

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