A atriz Catherine Deneuve voltou a falar sobre o movimento #MeToo em carta aberta publicada no jornal Libération. No texto, ela pediu desculpas para "todas as vítimas de atos odiosos que se sentiram ofendidas", esclarecendo que o texto não trata o assédio como algo positivo. Confira a seguir um trecho:
"Sim, gosto da liberdade. Não gosto desse traço dos nossos tempos em que todo mundo se sente no direito de julgar e condenar. Um tempo em que denúncias simples em redes sociais geram punições, resignação e, algumas vezes, linchamento na mídia... Não perdoo nada. Não decido sobre a culpa desses homens porque não sou qualificada para isso. Poucos são... Não, não gosto dessa mentalidade de matilha.
"[...] Sim, assinei a petição e ainda sim parece absolutamente necessário hoje que eu sublinhe a minha discordância com a maneira com a qual algumas das signatárias reivindicam o direito de permear a mídia, distorcendo o espírito do texto original. Obviamente, nada no texto diz que assédio é bom, caso contrário não teria assinado."
Na semana passada, Deneuve e cerca de 90 mulheres publicaram uma petição no jornal francês Le Monde condenando o movimento #MeToo por criar clima "totalitário" e minar a liberdade sexual.
Assédio em Hollywood
2017 foi marcado por diversas denúncias, que começaram com acusações contra o produtor Harvey Weinstein. Depois disso, vários outros casos vieram à tona, incluindo o de Kevin Spacey, que foi demitido de House of Cards depois disso.
No primeiro dia de 2018, 300 mulheres que trabalham em Hollywood, incluindo atrizes, diretoras, roteiristas e produtoras, formaram o Time’s Up, uma iniciativa para lutar contra o assédio sexual na indústria do audiovisual e também em áreas de trabalho manual, como mecânica, construção, etc.