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Comédias românticas existem aos montes por aí. Uma de suas vertentes é a comédia em que predomina um tipo de humor mais físico com um pequeno viés romântico, cuja melhor exemplificação recente é Quem vai ficar com Mary (There´s something about Mary, dos irmãos Farrelly, 1998). Não por acaso, o filme Along Came Polly no Brasil virou Quero ficar com Polly, numa referência fácil ao filme estrelado pelo mesmo Ben Stiller. A diferença é que desta vez, seu par romântico é outra beldade. No lugar de Cameron Diaz entra Jennifer Aniston.
A história é bem simples, Reuben Feffer (Stiller) é um dos melhores corretores de uma grande companhia seguradora. Assim como faz com seus clientes, ele calcula cada passo que dá, levando em consideração todos os riscos que esta decisão pode acarretar. Ao se casar, ele e sua noiva (Debra Messing, de Will & Grace) vão para lua-de-mel no Caribe e, naquele momento, as coisas começam a sair dos trilhos. Desiludido, ele volta para casa sozinho. Tentando refazer seus planos ele acaba encontrando Polly Prince (Aniston), com quem estudou no colégio. Ela é exatamente o oposto de tudo o que ele sempre imaginou, mas mesmo assim ele resolve tentar ser feliz.
As situações que seguem são engraçadas, algumas flertam com a escatologia, mas nada de muito pesado... no máximo uma seqüência no banheiro e um gordão suado esfregando as banhas peludas na cara de Reuben, ambas presentes no trailer. Apesar da previsibilidade, o longa-metragem dirigido e escrito por John Hamburg (o roteirista de Zoolander e Entrando numa fria) é bastante divertido, conseqüências de um roteiro repleto de boas situações e ótimas atuações.
Ben Stiller não traz nada de novo em relação aos seus papéis anteriores e, talvez por isso mesmo, consigar causar no espectador uma certa familiaridade com seu personagem. É como se já o conhecessemos de outros carnavais. Já a personagem de Jennifer Aniston é desligada como a Rachel de Friends, mas tem total desapego pelos valores materiais. Philip Seymour Hoffman está mais hilário do que nunca, na pele de um ator de um sucesso só, e as participações de Alec Baldwin e Hank Azaria, embora menores, são bastante caricatas e divertidas. E, não menos importante, há um furão cego, que apesar de só saber uma piada, é engraçado.
Quero ficar com Polly é assim, perfeitinho. Segue a fórmula sem arriscar muito, bem no estilo que Reuben Feffer gostaria e temperada com ingredientes picantes, como Polly tanto preza.
