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Vitus | Crítica

Vitus

31.10.2006, às 00H00.
Atualizada em 23.11.2016, ÀS 10H07
Vitus
Suiça, 2006
Comédia/Drama - 100 min.
Direção: Fredi M. Murer
Roteiro: Peter Luisi, Fredi M. Murer, Lukas B. Suter

Elenco: Fabrizio Borsani, Bruno Ganz, Teo Gheorghiu, Julika Jenkins, Urs Jucker, Kristina Lykowa, Tamara Scarpellini.

A comédia dramática Vitus, do diretor suíço Fredi M. Murer, é um filme-família perfeito.

Não entenda, porém, que esta afirmação é uma observação pejorativa sobre a qualidade da película. Pelo contrário... um ótimo filme do gênero, por mais formulaico e sem invencionices que seja, pode conquistar seu espaço até no coração do mais ranheta dos críticos.

A trama, co-roteirizada pelo cineasta, é curiosa e inteligente, uma história de superação às avessas. Enquanto a maioria mostra pessoas almejando vencer suas limitações pessoais, esta apresenta um menino gênio lutando para ser normal.

Dotado de inteligência muito acima da média, especialmente relacionada ao raciocínio lógico e musical, o menino Vitus parece predestinado a ser um pianista virtuoso. O problema é que, aos seis anos, ele já carrega enormes responsabilidades, como as exaustivas horas de prática diária, a tentativa de adequação, a exigência da mãe obsessiva (Julika Jenkins) e a ausência do pai workaholic (Urs Jucker). Seu único alívio são os fins de semana ao lado do avô marceneiro, homem simples que partilha com o neto a paixão pela aviação e o único que o trata como uma pessoa normal.

Vitus é interpretado por dois atores mirins: Frabrizio Borsani, que o faz aos seis anos, e Teo Gheorghiu, que o vive já com 12 anos de idade. O primeiro é curioso e adorável, o segundo, assombroso em talento e interpretação - especialmente ao piano, já que ele é uma criança prodígio de verdade e foi selecionado para o papel entre alunos de uma famosa escola londrina de música, a Purcell School. Aos 14 anos ele já fala cinco línguas e toca piano desde os nove! Outra prova do talento dos meninos é o bom desempenho quando colocados ao lado do excelente ator suiço Bruno Ganz, ator de Asas do Desejo e A Queda, que vive o avô que sonha em ser piloto. Dividir a tela com um veterano como esse não é pra qualquer um.

O diretor cativa também ao introduzir, lá pela metade, uma guinada na trama que dá uma nova direção ao filme. A idéia da superação que se desenhava fica em segundo plano quando a genialidade do garoto superdotado sofre uma impensada alteração. Dessa forma, Vitus segue cativante até o último quadro, jamais apelando ao choro fácil. Pelo contrário, a emoção chega através da música (a seqüência da orquestra é fenomenal e gravada durante um concerto de verdade) e das surpresas da catarse.

Os 100 minutos de Vitus passam voando, embalados pela simpática lógica inocente do protagonista - que dispara frases como "a bolsa de valores é fantástica, você pode ganhar 1000% de lucro, mas só pode perder no máximo 100%" e faz sensacionais dissertações, como a que enumera as vantagens de se casar com uma mulher 10 anos mais velha.

O filme pode não ser tão genial como seu protagonista, mas certamente é tão adorável quanto.

Nota do Crítico
Ótimo
Vitus
Vitus
Vitus
Vitus

Ano: 2006

País: Suiça

Classificação: 12 anos

Duração: 100 min

Direção: Fredi M. Murer

Roteiro: Peter Luisi, Fredi M. Murer

Elenco: Bruno Ganz, Teo Gheorghiu, Fabrizio Borsani, Julika Jenkins, Urs Jucker

Onde assistir:
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