Filmes

Entrevista

Dominação | “A matéria-prima do terror é o imprevisível”, diz diretor

Conhecido por sucesso como Terremoto, o cineasta Brad Peyton fala com exclusividade ao Omelete sobre o filme de exorcismo

04.01.2017, às 09H05.
Atualizada em 04.01.2017, ÀS 10H00

Exorcistas, o cinema já conheceu vários, todos amparados na força da fé. Mas para o Dr. Ember, especialista em manifestações demoníacas vivido por Aaron Eckhart no thriller de horror Dominação (Incarnate), que estreia no Brasil nesta quinta, a Ciência vale mais do que a Palavra de Deus.

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Concebido como um herói cético, baseado em métodos de invasão mental para penetrar na psiquê de gente possuída pelo Trem Ruim, Ember é descrito pelo diretor do filme, o canadense Brad‎ Peyton (responsável pelosucesso de bilheteria Terremoto: A Falha de San Andreas), como uma espécie de solução para problemas que sacerdotes religiosos da Igreja não conseguem solucionar. É o caso da possessão de um garoto de 11 anos por uma entidade maligna cujos poderes nenhum tratado científico pode explicar. 

"A maioria, se não todos, os filmes sobre exorcismos são calcados no Catolicismo, enquanto o nosso se baseia em processos da Ciência para responder uma questão: o que uma pessoa teria que fazer num caso de possessão casos os padres incumbidos de salvar a vítima do demônio falhassem?", explica o cineasta, em entrevista por e-mail ao Omelete. "Por isso, o nosso protagonista é um anti-herói, profundamente afetado pela morte de sua família".

Parceiro habitual do ator Dwayne 'The Rock' Johnson, com quem filmou êxitos de público como Viagem 2: A Ilha Misteriosa (2012) e Terremoto (cuja sequência já está à vista), Peyton explica ter pesquisado com Eckhart, nos bastidores das filmagens de Dominação, elementos que justificassem o sentimento de vingança que rege Ember em sua relação com o Além.  

Ember é alguém capaz de descer às profundezas do desconhecido para se vingar do que aconteceu com sua família, no passado. Nesse processo, era importante que Aaron tivesse um visual e um perfil de atuação completamente distinto de tudo o que ele já fez”, explica o cineasta, que rodou Dominação em Los Angeles, ao custo de US$ 5 milhões, apoiado no olhar do fotógrafo Dana Gonzáles (da série Fargo). “Para um filme rodado com um orçamento pequeno, num prazo curto, eu precisava de um visual estilizado”. 

Acostumado à gramática das narrativas de aventura, Peyton apaixonou-se pela cartilha do terror nos sets de Dominação, filmando sob inspiração dos clássicos de James Whale (1889-1957), o diretor de Frankenstein (1931) e O Homem Invisível (1933). “Eu me assustava com muita facilidade quando era garoto, o que tornava o horror um filão muito intimidador pra mim. Por isso, como artista, encarar o gênero era um desafio a mais, que acabou me fascinando, sobretudo a partir do meu contato com filmes mais estilizados como os de Whale. Depois de ter me exercitado nesse formato, fiquei ainda mais curioso pelas ferramentas do medo, querendo entender melhor o que me assusta e saber como assustar plateias”, diz Peyton. “A matéria-prima do terror é o imprevisível, o inesperado, o inimaginável".

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