Se mundo afora o noticiário coloca os Estados Unidos e a Inglaterra no mesmo balaio, as indústrias cinematográficas dos dois países parecem não contar com a mesma harmonia.
Preocupada com o índice assustador de filmes hollywoodianos nas salas britânicas, o Film Council vai distribuir um polpudo subsídio de mais de um milhão de libras para que os cinemas encham suas telas com filmes britânicos e de outras nacionalidades.
Segundo a avaliação da entidade, em dezembro, seis em cada dez salas britânicas estavam ocupadas por apenas dois filmes: O Senhor dos Anéis - As Duas Torres e Harry Potter e a Câmara Secreta. Tudo bem que um deles foi feito na Nova Zelândia, com elenco multinacional e roteiro baseado num livro inglês, e o outro é uma produção com elenco britânico, filmada na terra da Rainha e produzida a partir de uma série de livros também britânica. Contudo, nada perdoa o fato de que o público tinha uma escolha muito limitada do que assistir.
Com o subsídio, o Film Council espera dar ao público maior variedade de programação, principalmente fora de Londres. Embora interessante como princípio, a idéia lembra a lei brasileira que impunha filmes nacionais e acabou torturando o público com documentários sobre futebol e curtas detestáveis que davam uma desculpa digna para todo mundo chegar atrasado ao cinema.