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Foto:
Marcelo Forlani |
A banda californiana The Mars Volta veio praticamente de surpresa a esta edição do Tim Festival. Foi a última atração a ser anunciada, tendo seu show encaixado logo após os Libertines, uma das grandes atrações.
Talvez por isso, talvez pela minúscula fama por aqui, o Mars Volta encontrou uma platéia também minúscula. Para boa parte das duas mil pessoas que lotaram o lugar para reverenciar os britânicos, a noite acabara após o seu show.
Engano. Burrice. Estupidez. A atração principal ainda estava por vir.
De repente, o palco estava tomado por uma bateria, um teclado antigo e uma pilha de amplificadores não menos velhos. Num canto, a bandeira mexicana.
O vocalista freak Cedric Zavala já chegou inquieto, engolindo o microfone, que não funcionava. Mas foi só esse problema ser resolvido para que eles começassem o show, apagando rapidamente a lembrança da banda anterior (que banda?).
Na sua coreografia particularmente insana, Zavala pulou por todo o palco, enforcando-se no fio do microfone, contorcendo-se e trepando nos amplificadores. Sua voz era um monstro à parte, ora melodiosa, ora atingindo agudos insuportáveis, aliada ao som alto.
O resto da banda foi responsável pelas outras bombas sonoras, também em alto volume. Às vezes aparentemente sem nexo, as músicas investiram num free jazz pesado, misturando guitarra distorcida, baixo, bateria, percussão e um teclado fora do tempo. Quase impossível de agüentar.
Ninguém sabe o que eles tocaram, nem quantas músicas. Foram pouco mais de 40 minutos de show antes que saíssem do palco, deixando todo mundo em estado de choque e apelando pelo inevitável trocadilho besta "volta! volta!" nos pedidos de bis.
Mas eles não voltaram.
