Mumford and Sons - Delta

Créditos da imagem: Instagram/Reprodução

Música

Crítica

Mumford and Sons - Delta

Grupo esquece do folk pop e se direciona de vez ao rock de espetáculo e refrão fácil

23.11.2018, às 07H33.

Anos depois de flertar com um rock mais espetaculoso, o Mumford and Sons está de volta para confirmar a guinada pop que começou em Wilder Minds. Delta, o novo disco do grupo, deixa de lado o folk que consagrou a banda em Sigh No More e Babel para se dedicar quase que completamente ao pop de estádio, aquele adornado por refrões no imperativo, de riffs e sintetizadores chiclete tão presentes em bandas como Coldplay, Imagine Dragons e outros.

A qualidade da banda não se perde devido ao novo caminho. Os vocais de Marcus Mumford continuam fortes e autênticos, trazendo ainda o clima apoteótico que muitas das antigas músicas carregavam. "If I Say", "Beloved" e "Guiding Light" trazem essa característica e são das poucas faixas que ainda lembram o Sons dos primeiros discos, ainda que não tenham letras tão impactantes como outrora. Especificamente em "Beloved", é possível notar uma mistura clara entre o Mumford de Babel e o de Delta. O início traz o resquício do banjo e das cordas mais rústicas, mas aos poucos a guitarra toma conta no meio do coro dos quatro integrantes.

As músicas que definem Delta, por outro lado, não trazem essa mistura de tendências que o grupo experimentou. "Slip Away" e "Forever" são exemplos do rock de espetáculo que o Mumford and Sons quer alcançar. Os teclados de Ben Lovett em crescente são acompanhados pela percussão que cria uma expectativa em cima do refrão, sem esquecer da receita básica de um falsete dramático no meio da música. É algo que eles não tinham mergulhado por completo ainda, mas que aqui fica óbvio. A ideia do Mumford é figurar entre os rockstars, sem apostar no folk que antes o fez famoso. Delta mostra que eles buscam ser iguais, e se existe alguma dúvida basta escutar "Rose of Sharon" ou a própria "Forever".

Enquanto nos primeiros anos de carreira a banda buscava quase que uma elevação com seus refrões com tom religioso, o que a colocava também no hall de estrelas da música, aqui há uma clara ideia de apostar no pop convencional. A música do Mumford nunca foi um folk tradicional, mas se diferenciou por misturar o estilo com baladas sem perder a identidade do que o diferenciou de tantas bandas contemporâneas. Delta é o atestado de que, por hora, eles decidiram se voltar a algo mais comum e, porque não, mais fácil.

Nota do Crítico
Regular

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