Música

Artigo

Dogview

Dogview

07.06.2004, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H16

Divagações sonoras

O novo da PJ Harvey nas lojas gringas dia 8, a apresentação dupla de Ibrahim Ferrer na metade do mês e a proximidade do lançamento do aguardado disco dos Beastie Boys - o primeiro depois da falência da Grand Royal - fazem do mês de junho algo um pouco mais interessante do que as mesmas divagações de sempre em torno de datas como o dia dos namorados. Essa é para meter a fuça sem restrições. E vamos ao que interessa!

Quando morrer é um bom negócio...

Muita gente elogiou a primeira edição da Dogview [perdeu? Leia aqui], a idéia do cão farejador e a variedade de CDs comentados nesse espaço. Foi ótimo. Mas o que me chamou atenção, talvez por não esperar tanto alarde, foi a quantidade de pessoas que se incomodaram com a minha declaração sobre a excessiva longevidade de artistas que vivem de suas obras passadas, compostas no mínimo há vinte anos, e que, hoje em dia, não produzem absolutamente nada de interessante ou inovador. Para quem não leu, minha opinião se baseia no fato de que alguns artistas que ainda vivem deveriam, para seu próprio bem, ter falecido no final da década de setenta.

Jorge Ben é um bom exemplo. Depois de mudar seu sobrenome para Benjor devido a ameaças do americano George Benson, seu maior êxito (talvez o único) foi a canção W Brasil, cuja originalidade é comparável à "música do Senna" em dia de vitória do Rubinho. Em outras palavras: não fez mais nada! Mas minha bronca com ele é meramente no âmbito da criatividade. Agradeço aos céus por, pelo menos, o autor de obras maravilhosas como Samba Esquema Novo e África Brasil se dignar a manter o bico constantemente calado.

Caetano Veloso é outra história. Além dessa longa síndrome de falta de criatividade (a versão de Come As You Are, do Nirvana, foi a gota dágua), boca fechada não é o seu forte. O cara há muito que só dá palpite bola-fora, perdendo absolutamente todas as oportunidades de ficar quieto. As flores enviadas em apoio ao Senador/Coronel Antônio Carlos Magalhães (ato que não combina nem um pouco com a posição política de Caê, conhecida nos anos 70) e a simpatia ao grupo sexista (minha opinião) É o Tchan! têm lugar de destaque na prateleira de troféus sorvete-na-testa.

Esse mix de falta de criatividade e semancol atinge uma gama infinita de artistas. Cito aqui os com maior significância. Rita Lee é outro exemplo. Além do inovador disco de versões dos Beatles e dos pretensiosos Santa Rita de Sampa e Balacobaco (citando os mais recentes), só vejo a moça abrir a boca para duas coisas: falar besteira - como aquele papo sobre a "frieza" do público paulistano - e tentar consertar o que falou, piorando cada vez mais a situação.

Esse tipo de acontecimento leva a uma avaliação mais profunda em relação à real intenção dos autores em suas obras clássicas. Muito já se comentou sobre a possibilidade da Rita Lee ter sido apenas uma junkie que não sabia direito o que fazia nos Mutantes e, o Caetano, apenas um bom músico que estava no lugar certo na hora certa e teve suas letras superestimadas. Mito ou verdade, prefiro não me aprofundar nesse mérito.

A frase "Die young, stay pretty" (morra cedo, continue belo) ilustra a essência da minha declaração. Elis Regina morreu e virou mito; imortalizou sua obra e não ficou para dar palpites. E, apesar de muita gente dizer que em alguns momentos a moça chutava de bico pra lateral, a posteridade só guarda gol de bicicleta e toque de chaleira. Na gringa: Joplin, Morrison e Cobain, ídolos em suas gerações, tinham grandes chances de se tornar os chatos de agora. "Hendrix sola o hino norte-americano na posse de George W. Bush" seria, definitivamente, uma manchete de jornal pouco agradável de se ler.

Também não adianta alegar que chega uma hora na vida do ser humano em que, inevitavelmente, a coisa degringola. Chico Buarque, Paulinho da Viola, Jair Rodrigues e Almir Sater são exemplos de artistas que sempre mantiveram, cada um a seu estilo, uma postura muito coerente em relação às suas obras ou declarações em público. Comprem os últimos CDs dos quatro, que eu garanto a qualidade.

Em outras e breves palavras, acredito que uma pessoa constrói ao longo da sua vida um patrimônio moral que, excetuando-se alguns deslizes normais de percurso, deve ser mantido até o fim. Se é formador de opinião então, muito mais. Torna-se uma obrigação. É por isso que, agora, o melhor a se fazer é tomar o vinho em vez de deixá-lo envelhecendo. Ele pode azedar e aí a digestão fica difícil. Afinal, quantos artistas você admira hoje que podem virar vinagre no futuro?

Promoção

Mande e-mails para promodogview@hotmail.com e concorra ao empréstimo por tempo indeterminado de uma cópia genérica de um dos CDs avaliados aqui este mês. Basta colocar o nome do disco querido e responder: Para você, qual artista vivo deveria ter batido as botas há tempos e por quê? As melhores respostas estarão aqui na próxima coluna. O primeiro colocado leva o brinde. Será levado em consideração o quesito criatividade. Se a galera participar, aumentam as chances de os prêmios serem cada vez melhores no futuro. Então...

Procurando almas

Álbuns atemporais, que dificilmente chegarão às prateleiras em formato nacional, são tratados com toda a atenção e o carinho que merecem. Esses discos têm lugar de destaque em nossa lista do Soulseek (ou qualquer outro compartilhador de arquivos via internet). A idéia é essa: em vez de gastar R$ 80 na versão gringa, gaste R$ 2 em uma mídia gravável e monte uma trilha sonora de fazer inveja a Tarantino.

  • Facts and Fictions - Asian Dub Foundation

    Música eletrônica, scratches, distorção, samplers indianos, protestos, guitarras. E dá-lhe dub, reggae, ragga. Quem já ouviu Asian Dub Foundation - ou foi ao Sesc Belenzinho (SP) em 2001, quando os caras passaram por aqui no saudoso Abril Pro Rock - pôde sentir nas artérias o que a mistura explosiva desses descendentes de indianos radicados em Londres é capaz de provocar.



    A história começou em 93, quando o trio formado por Dr. Das (especializado em tecnologia musical), o MC Deeder e o DJ Pandit G resolveu botar um sound system que era usado em manifestações anti-racistas pra fazer um barulho infernal na terra do Blur e do Oasis. Aí, meu amigo, um abraço. Em 95, dois músicos se juntaram à trupe e reforçaram o anarquismo explícito não apenas na música, mas nas atitudes da banda.



    Todos os discos já foram lançados no Brasil, com exceção do primeiro, Facts and Fictions. Com menos guitarras e mais jungle, é um delicioso passeio ao underground asiático, ainda que um pouco cru se comparado às obras posteriores Rafis Revenge (97), Community Music (00) e Enemy of the Enemy(03). O mais interessante de tudo, no entanto, é perceber a evolução musical do ADF e comprovar, se é que isso ainda é preciso, que eles definitivamente estão aqui para confundir.



    Curiosidade: a banda trilhou uma longa estrada antes de participar de turnês como a dos Beastie Boys nos EUA, em 99. O que pouca gente sabe é que o Asian Dub Foundation passou a chamar a atenção, no Reino Unido, graças ao Primal Scream.
  • Neutral Milk Hotel - In the Aeroplane Over the Sea

    O rock triste sempre foi marcado por grandes compositores e cantores que, inspirados nos "delta blues singers" - cujo maior representante foi Robert Johnson, e nos cantores da música folk característica do interior do Canadá e Estados Unidos - lançam seus discos acompanhados apenas por violão ou piano e, raramente, fazem uso de outros instrumentos em suas canções.



    Logo nas primeiras notas deste disco, o segundo da banda, lançado em 1998, é possível perceber que Jeff Magnum, o líder do Neutral Milk Hotel, é um desses músicos. King of the Carrot Flowers, pt.1 lembra Neil Young, principalmente quando a harmônica se junta ao solitário violão. Apesar dessa familiaridade, ao longo da segunda faixa, uma continuação da primeira, tudo começa a ficar estranho, angustiante e, incrivelmente instigante. O violão já não está solitário, a voz mostra versatilidade e a utilização de instrumentos não-convencionais como trompete, órgãos e flautas dá um tempero todo especial ao som que agora soa como um Guided by Voices psicodélico no mundo dos corações partidos. Um jornalista americano declarou que, ao mesmo tempo em que lhe causava estranheza, In the Aeroplane Over the Sea fazia com que ele se sentisse uma criança no colo materno. Resumindo: impossível passar incólume.

PS: O Soulseek tá aí. É de grátis.

Vendendo a alma

Discos essenciais que um ouvinte de gosto apurado não pode deixar de ter na versão original. Vale até vender a alma ao diabo pra fazer uma aquisição com capinha, encarte e tudo o mais a que se tem direito.

  • De corpo e alma

    Otis Redding e quatro dos cinco integrantes de sua banda, os Bar-Kays, morrem em um acidente de avião. O ano é 1969 e a Stax, gravadora sediada em Memphis, é vendida praticamente sem chances de se reerguer. Havia apenas uma oportunidade de reverter a situação: lançar 27 álbuns ao mesmo tempo. Entre eles, a pérola Hot Buttered Soul, totalmente desacreditada na época.

    Pudera. O disco é composto por quatro faixas apenas, totalizando 45 minutos gravados em tempos mortos de estúdio (as instalações da Stax, na época, estavam ocupadas com projetos comercialmente mais promissores). Totalmente fora dos padrões, By the Time I Get to Phoenix, por exemplo, soma 18 minutos de balada - só a introdução contabiliza nada mais, nada menos do que nove minutos de divagações acerca do amor.

    Ouvindo Walk on by, a primeira música do disco, é possível perceber o teor contemporâneo e revolucionário para a época de lançamento. Uma espécie de funk progressivo encaixa, como peças de Lego, os efeitos de guitarra, a orquestração instigante e os vocais femininos à interpretação sentimental de alguém ferido pelas desilusões de um dos mais nobres - e ao mesmo tempo inexplicáveis - sentimentos.

    Também é impossível passar ileso pela genialidade dos músicos acompanhantes, que empenham todo o seu feeling para transformar tudo em uma bela jam session, influenciando a música negra de forma geral: do conflito-cafa do Marvin Gaye ao funk-fumaça do Funkadelic.

    Isaac Hayes seguiu com sucesso, lançando mais tarde a ótima trilha sonora do filme Shaft, em 1971. E a Stax conseguiu lapidar o soul clássico como o verdadeiro som de Memphis, fazendo o pessoal se esquecer de que por ali já passou também muito rock and roll.









  • No clube da Blue Note

    Tudo começou em 1963, quando o músico Milton Nascimento, que tocava nos Ws Boys, chegou a Belo Horizonte, vindo de Três Pontas. Foi morar na pensão do Edifício Levy, onde viviam também os irmãos Borges. No início, enturmou-se com o mais velho deles, Marilton Borges, com quem montou o Evolussamba. Logo, faria amizade com o pequeno , na época, com dez anos de idade, aluno do guitarrista Toninho Horta e fã incondicional dos Beatles. Este, junto com Beto Guedes, filho do seresteiro Godofredo Guedes, montou o The Beavers, inspirado no quarteto de Liverpool.



    Ao longo dos anos, enquanto Nascimento tinha sua carreira alavancada por colocações expressivas em festivais e suas músicas gravadas por artistas de alto calibre, como Elis Regina, por exemplo, a turma de músicos mineiros reunidos por ele e Borges não parava de crescer, com a chegada de Tavinho Moura, Vermelho, Flávio Venturini, o grupo de Wagner Tiso, Som Imaginário, e o letrista Ronaldo Bastos. Em uma noite, na esquina da Rua Divinópolis com a Paraisópolis, no bairro de Santa Teresa, fundaram a irmandade unida pelo interesse por política, cachaça e principalmente música, batizada Clube da Esquina.



    Em 1972, Milton e Lô entraram nos estúdios da EMI para gravar o primeiro Clube da Esquina que, com uma capa trazendo apenas a foto de dois garotos, um negro e um branco, na beira da estrada de Nova Friburgo, mostrava ao Brasil a mistura sonora criada por aquele grupo de mineiros, incorporando Beatles à bossa nova, choro, jazz, rock progressivo, toadas e letras que mesclavam poesia e engajamento político, sem denotar aquele gosto "hippie" característico das obras da época.



    Músicas como O Trem Azul (maravilhosa composição de Lô e Ronaldo, regravada mais tarde por Tom Jobim), Cais (de Milton e Ronaldo) e Tudo que você podia ser (parceria de Lô com o seu irmão Márcio) apontam o Clube da Esquina como o primeiro movimento musical de grande importância depois da Tropicália. Há quem diga, respaldado pela admiração dos jazzistas norte-americanos por Milton Nascimento, que o movimento tenha sido até maior do que a Tropicália, mas a decisão sobre esse assunto fica a cargo de cada ouvinte. Clube da Esquina, que já saiu em CD (inclusive pela histórica Blue Note, nos EUA), é um trabalho superatual que deveria ser matéria obrigatória na escola e nas provas dos vestibulares do país.

Farejando o novo

Seção dedicada aos álbuns recém-lançados no país. Abra um espaço na prateleira para...

  • De olho na levada

    Não consigo entender as gravadoras. Levantam a bola de bandas tão pouco expressivas e deixam escapar verdadeiras pérolas musicais e mercadológicas. Quase não houve divulgação do lançamento nacional do Eyes Adrift, banda que reúne os tarimbados Bud Gaugh (ex-baterista do Sublime), Krist Novoselic (ex-baixista do Nirvana) e o guitarrista do Meat Puppets, Curt Kirkwood.

    Apesar da principal influência ser o mesmo country rock perpetuado pelo Meat Puppets uma década atrás, o som do trio é mais limpo e a produção, redonda. Se em seus conjuntos anteriores as músicas soavam até certo ponto ingênuas e adolescentes, Eyes Adrift mostra que hoje seus integrantes transitam pela faixa dos 40 com responsabilidade, amadurecimento e, acima de tudo, criatividade. Mas, em nenhum instante, espere porradas ultra-sônicas. Pelo contrário, a balada inicial Sleight of Hand (talvez a melhor do álbum) mostra, com sua levada calma e gostosa, a tônica que prevalece pelo disco inteiro: três ótimos músicos fazendo canções de rock (com influências caipiras) sem muito peso que, apesar do descompromisso, merecem atenção especial.





    Untried e Pyramids teriam lugar garantido nas rádios e no Top 10 da MTV brasileira. Essa barganha a Sum Records deixou escapar.

  • Grato pelo DVD

    Sou contra coletâneas de sucessos. Principalmente de uma banda cujos álbuns têm qualidade acima da média, caso do Stone Temple Pilots. Mas Thank You, lançado no Brasil pela Atlantic, se tornou peça de culto e desejo dos fãs da banda californiana. Nada relacionado aos treze já conhecidos singles ou à única faixa inédita presente, All In The Suit That You Wear, mas sim ao DVD bônus da série limitada (a prensagem nacional foi de cinco mil cópias), contendo absolutamente todos os clipes da carreira do STP (como os clássicos Creep e Vasoline), galeria de fotos, apresentações ao vivo e filmagens bootlegs da banda selecionadas pelo próprio guitarrista, Dean DeLeo.



    O jeito de gravação da bateria de Big Bang Baby e uma apresentação da música Pretty Penny inacabada são alguns quitutes presentes no banquete. As performances ao vivo de Big Empty e Trippin On a Hole In a Paper Heart (a música com o título mais legal da história do universo) na turnê de 2002 já valem o preço salgado e a garantia de uma certa tristeza por não tê-los visto ao vivo por essas terras. O consolo está no lançamento do primeiro disco da nova banda do vocalista Scott Weiland, Velvet Revolver, intitulado Contraband, no dia 8 de junho.

No quintal de casa

O que há de interessante acontecendo em território nacional.

Raramente um álbum consegue definir tão bem seu conteúdo, logo pelo título, como acontece com este lançamento do Hateen. Loved, o terceiro disco do grupo, é o relato de alguém que sofre com os enigmas, impasses e infortúnios do amor, sejam eles de um compromisso longínquo e ainda existente, de uma paixão não-correspondida ou simplesmente uma relação romântica, conhecida erradamente como "platônica".



Para quem ainda não ouviu falar, o quarteto paulista está ativo no underground brasileiro desde 1994 e, este seu terceiro álbum de estúdio, lançado recentemente, une a força da revolta punk adolescente contida em Hydrofobia, de 1996, e a lamentação melódica e trabalhada de Dear Life, disco que os transformou na principal banda de rock emo do país, no ano 2000. Este rótulo, contendo as sílabas inicias da palavra "emotion", é atribuído às bandas que mesclam linhas vocais melancólicas e letras sobre relacionamentos com a simplicidade e as distorções de guitarra. Em breve, um especial da coluna sobre o tema aprofundará o leitor nesse nicho musical cada vez mais em evidência.



A arte do disco, influenciada por quadrinhos, é mais uma prova da evolução gráfica dos lançamentos independentes. A única ressalva fica por conta da foto da banda contida no encarte - ruim, não se encaixa no perfil dos desenhos e é confusa devido às substituições de seus integrantes no final das gravações. Mas aí você aperta play e o barulho grudento agrada. A música fica na cabeça e você quer ouvir de novo. É acessível e juvenil? Compre pro seu sobrinho de 16 anos e escute quando ele for pro colégio.

Tivemos uma conversa rápida com Rodrigo Koala, um dos fundadores da banda, sobre Loved, a sobrevivência no underground e os planos de lançar um DVD.

Quem pegar o disco novo na mão deve esperar o quê na hora de apertar o play?

Definir o som e as letras do Loved é dificil, pois não sei lidar muito bem com sentimentos e o disco é basicamente sobre isso. Eu poderia inventar uma resposta que soasse mais poética e romântica, mas acho que não seria verdadeira. Na verdade o Loved, para nós, é a continuidade exata do nosso trabalho e reflete o momento que vivemos hoje.

As letras e músicas são creditadas a todo o grupo. Como funciona o processo de composição?

Na verdade, eu faço cerca de 80% das letras. No Loved tem uma música do Japinha (CPM 22), Give me a Call, e duas do Dé, Blind For You e I dont Wanna Hear. Mesmo assim, sempre mudamos uma letra, uma nota, e todos opinam em tudo. Eu costumo levar as letras no ensaio e fazemos tudo na hora, funcionamos melhor fazendo tudo juntos. Muito raramente eu levo alguma coisa prontinha, acabada.

As presepadas do líder do Lemonheads, Evan Dando, ficaram muito famosas em sua passagem pelo Brasil. Como foi o show do Hateen com eles em Taubaté? Tudo correu normalmente? Alguma história bizarra?

Eu sou um grande fã de Lemonheads. Fiquei triste de ver o cara naquelas condições. É deprimente o que os excessos podem causar a uma pessoa. Bizarro, que eu lembre, foi ver um ídolo que eu admiro muito esquecendo uma nota, ou simplesmente uma música inteira. Ele teve a sorte de estar acompanhado de ótimos e pacientes músicos. Eu teria deixado o cara sozinho e voltado pra casa, ou melhor, nem teria vindo. A coisa tava feia.

Conta mais sobre a gravação do DVD do Hateen. Como foi o show? Vocês pensam em colocar extras?

Tudo surgiu da idéia de um amigo, que hoje tenho certeza, é o quinto membro da banda. O nome dele é Manoo. Ele fez toda correria sozinho e nós apenas nos preparamos e ajudamos no que podíamos. O DVD deve sair no final do ano e com certeza terá muito material extra.

O que vocês têm ouvido ultimamente? Que grupos recomendam pra quem ainda não entendeu direito que raios é essa denominação emo? Algum brasileiro nessa lista?

Sou completamente viciado em música. Descobri recentemente que tenho uma compulsão por ouvir coisas diferentes. A gente percebe que tem algum problema quando grava 80 CDs em uma semana. Eu recomedaria o álbum novo do John Frusciante, e as bandas The Mars Volta, Sparta, Explosions in the Sky, Mission of Burma, Emery, actionslacks, o split de Joey Cape e Tony Sly, além das duas trilhas sonoras do filme Kill Bill. Existem os clássicos de sempre também, né? Gosto muito de Pixies, Dinosaur Jr., Elvis, Placebo. Das nacionais, Garage Fuzz, Againe, CPM22, Street Bulldogs, Dead Fish, Hurtmold, Van Damien, Forgotten Boys, Borderlinerz, Still Sad...

É possível comprar os CDs do Hateen pelo próprio site da banda, www.hateen.com.br, ou na Galeria do Rock, na rua 24 de maio, no centro de São Paulo.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.