Bone vira novo alvo de censura a HQs em bibliotecas dos EUA

Bone, a HQ infanto-juvenil de Jeff Smith de sucesso e renome mundial, seria alvo improvável das constantes tentativas (esta ou esta) de censura a histórias em quadrinhos em bibliotecas nos EUA. Porém, virou mais um caso.

Ramona DeLay, mãe de um aluno de ensino fundamental de uma escola em Apple Valley, estado de Minnesota, fez um solicitação formal à biblioteca da escola que não mais disponibilizasse um volume das aventuras de Bone que seu filho trouxera para casa. Segundo ela, a HQ mostrava situações com personagens bebendo, fumando e em jogos de azar. Além disso, mencionava “situações sexuais entre os personagens”.

O próprio Jeff Smith foi o primeiro a responder à notícia, durante um painel na convenção C2E2: “Sinto pena do filho dela. Ele vai passar muita vergonha, mas tudo bem, nem todo mundo tem que gostar do que eu faço. Sem problemas. Mas eu não consigo mesmo tolerar essa ideia pouco americana de banir livros. Deixa isso pros nazistas”.

Smith ainda mandou uma carta ao Comitê que administra a escola e sua biblioteca, ressaltando que Bone tem compromisso com ensinar boas lições a crianças – e as situações que a mãe descreve têm apelo cômico, ou caracterizam um personagem, ou, no caso da ganância e dos jogos de azar de Phoney Bone, sempre levam à desgraça deste. Para completar, diz que não entende onde a mãe viu “situações sexuais”.

O comitê, que também recebeu informações da editora da versão colorida de Bone nos EUA, a Scholastic, acabou decidindo por manter o livro na biblioteca, por 10 votos a 1. A mãe injuriada ainda pode apelar da decisão, mas o voto expressivo parece ser definitivo.

Falando nisso, o 14º volume (de 18) de Bone, Caçadores de Tesouros, tem previsão de lançamento para este mês por aqui, segundo a editora Via Lettera – que continua publicando a série a passo de lesma no Brasil nos últimos doze anos.