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<i>Estrada para Perdição</i>: A HQ que deu origem ao filme

<i>Estrada para Perdição</i>: A HQ que deu origem ao filme

11.10.2002, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H13
Estrada para Perdição tem roteiros de Max Allan Collins e direção artística de Richard Piers Rayner.

Você pode estar pensando... "ué, mas este filme não era dirigido pelo Sam Mendes, o mesmo cara que fez Beleza Americana?" Calma. O assunto aqui não é o filme, mas sim a história em quadrinhos que o inspirou.

Os personagens são quase os mesmos, com algumas pequenas diferenças nos nomes. Michael Sullivan (Tom Hanks) na verdade é O’Sullivan, o "Arcanjo da Morte". Trabalha para o Senhor Looney, que na telona virou Rooney (Paul Newman). Mas a maior mudança é a criação de Harlen Maguire (Jude Law), um mercenário "exótico" que vale por um exército de capangas dos mafiosos.

Mas vamos parar com as comparações, afinal, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa... E vice-versa. :)

A verdade é que se não fosse essa maravilhosa graphic novel, Sam Mendes não teria argumentos suficientes para convencer Paul Newman a voltar para o cinema, nem de transformar o sempre bonzinho Tom Hanks num assassino frio.

Estrada para Perdição, publicado no Brasil pela Via Lettera, começou a ser pensado em 1993, mas só foi publicado cinco anos mais tarde pelo selo Paradox Press, da DC. Um dos principais culpados pela demora foi o ilustrador (Rayner), mas não há um pingo de ressentimento entre os dois criadores. Segundo Collins, ele mandava de 25 a 30 páginas de texto e só depois de seis meses via o resultado e recebia um novo pedido para mais páginas. O autor aproveitava tais intervalos de tempo para reler várias vezes o que já havia sido feito e aperfeiçoar a história e os diálogos.

Enquanto isso, na Inglaterra, do outro lado do Atlântico, Rayner desenhava. E a espera sempre valia a pena. As páginas até certo ponto são simples, já que não utilizam mais do que quatro quadros. Entretanto, são resultado de extensa pesquisa e apresentam um "movimento" que dificilmente se vê nos quadrinhos ocidentais. O Michael desta HQ tem a agilidade e destreza do Chow Yun-Fat nos filmes pré-hollywoodianos de John Woo, que, ao lado de Lobo Solitário (Lone Wolf and Cub, de Kazuo Koike e Goseki Kojima), e os clássicos Bonnie & Clyde (idem, de Arthur Penn - 1967) e O Poderoso Chefão (Godfather, de Francis Ford Coppola - 1972) foram as maiores inspirações para Collins.

A história se passa durante a Grande Depressão de 1929, época na qual um dos poucos empregadores era uma instituição chamada Máfia. Em Chicago, quem dava as cartas era o notório Al Capone. Não longe dali, John Looney era o manda-chuva de tudo o que era ilegal na região conhecida como Três Cidades. O’Sullivan, um habilidoso assassino, era seu braço direito.

A "responsabilidade no trabalho" gerava bons rendimentos e Michael conseguia cuidar de seus dois filhos e esposa com um luxo que pouco se via na época. No entanto, curioso por saber como era um dia no serviço de seu pai, Michael Jr. se esconde no carro e vai de carona para uma "missão". Depois de testemunhar algo que jamais deveria ter visto, sua vida e a de todos ao seu redor sofrem uma dramática reviravolta... iniciando assim o caminho para Perdição.

Estrada para Perdição
Max Allan Collins e Richard Piers Rayner
Via Lettera Editora

Confira abaixo as primeiras páginas do volume 1:

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