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Lembra desse? Homem-Aranha, os desenhos animados - Parte 3 - final

Homem-aranha: A série animada (1990), Ação sem limites, A nova série animada (2003)

12.03.2002, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H40

Os fãs que me desculpem, mas já deixo clara minha opinião: As duas últimas séries do Aranha foram decepcionantes!


Peter Parker mauricinho...

... e baseado em live action

HydroMan

Duende Verde

Lagarto

Gata Negra

Madama Teia

Venon

Beyonder e os aranhas

A origem do Cap. América

Guerras Secretas

Justiceiro

Pai e filho

Antes que me crucifiquem, porém, explicarei por que penso assim. Depois de anos levando chumbo com suas adaptações para TV e cinema , a Marvel, pela primeira vez, acertou a mão com o sucesso do desenho dos X-Men. Essa bola dentro abriu caminho, então, para uma feliz adaptação cinematográfica dos heróis mutantes. Antes, no entanto, em 1992, a DC Comics havia brilhado com a melhor adaptação já feita das aventuras de um certo homem-morcego: Batman - The Animated Series. A iniciativa provou ser possível levar HQs para a telinha com qualidade, requinte e criatividade. E, acima de tudo, respeitando a fonte.

Aí, tornou-se questão de honra: a personagem mais famosa da Marvel tinha que figurar numa série à altura da concorrência. Além disso, era preciso calçar o terreno para a tão sonhada produção cinematográfica do aracnídeo.

E que melhor maneira de se alcançar este objetivo senão seguir o exemplo do sucesso X-Men&qt& A fórmula era simples. Pegam-se os gibis originais, adaptam-se as melhores histórias e assim matam-se dois coelhos (ou aranhas) com uma só cajadada. Conquista-se o respeito dos leitores antigos, graças à fidelidade ao original e cativa-se novo público que, de lambuja, pode assimilar décadas de cronologia sem ter uma indigestão. A estratégia soa perfeita não&qt& Bem, a coisa não saiu exatamente como o esperado...

ANTES DE DESCER O MALHO, OS ASPECTOS POSITIVOS

1. É certo dizer que uma série animada com cinco temporadas (65 episódios produzidos para o canal Fox, entre 1994 e 1998) não pode ser considerada um fiasco. E não foi mesmo. Esta aceitação, sem dúvida, ajudou a manter a popularidade do Aranha nos últimos anos a despeito da qualidade de suas HQ no mesmo período.

2. Os episódios foram produzidos pelo estúdio japonês Tókio Movie Shinza. Todos têm animação competente e são bem dirigidos. Citando alguns: "A noite do Lagarto" (piloto), "A roupa alienígena" (somente a parte 1, as demais são lastimáveis), "HydroMan" (essa personagem idiota não merecia, mas ganhou um episódio bem feito) e os capítulos com o Duende Verde, em especial o que adapta o clássico "A morte de Gwen Stacy", que foi substituída pela namorada do Aranha, Mary Jane. A ruivinha, por sinal, não morre, mas, sim, é lançada em outra dimensão. (&qt&) Infelizmente esse "padrão ISO 9000" de qualidade não se fez presente em boa parte da série. Há episódios onde é vexatória a animação.

3. As personagens deixaram de ser unidimensionais. Houve maior preocupação com a personalidade e psicologia (pelo menos do elenco principal). Esta medida, em geral, não foi muito longe. Quando ia, porém, quase sempre exagerava na dose, com draminhas mexicanos no melhor estilo novelão. Peter Parker, por exemplo, foi retratado como um almofadinha para lá de mauricinho...

PARA QUEM PODE, NÃO PARA QUEM QUER

Se a Marvel almejava o sucesso de crítica e público alcançado pelo desenho do Morcegão, cometeu alguns tropeços imperdoáveis. O primeiro deles foi a escolha das HQs a serem adaptadas e a forma como isso foi feito.

A princípio, tudo indicava que os episódios trariam aventuras soltas em ordem cronológica, narrando fatos relevantes do Aracnídeo. Entretanto, a partir da segunda temporada, optou-se por um escabroso formato mini-série. Foram diversos arcos de aventuras interligadas, que mais faziam lembrar as lambanças da cronologia dos gibis. Se o espectador não assistia a um dos episódios, a meada inteira perdia sentido. Todavia, piores mesmo eram as seqüências nas quais, mesmo perdendo um capítulo, percebíamos que não havíamos perdido nada.

É fato sabido que não se pode adaptar uma história ipsis literis do original ao levá-la a outra mídia. Modificações fazem-se necessárias. Bom senso na dose certa, no entanto, é essencial. O que se viram foram algumas aberrações: o sub-vilão Duende Macabro, descendente do Duende Verde, surgiu antes deste e o insidioso Abutre se "rejuvenesceu" sem mais nem menos. Como se não bastassem tais mudanças descabidas, excessiva atenção receberam bandidecos de quinta categoria como Smythe, Shocker, a ridícula Gata Negra, a infame Madame Teia e ao escrabroso Beyonder. Este último levou a uma mais do que dispensável adaptação da detestável mini-série Guerras Secretas, uma história em quadrinhos que já não parece tão ruim quando comparada à sua versão animada.

Recheada de participações especiais - Nick Fury, Dr. Estranho, X-Men... - até dizer chega, a série desperdiçou episódios valiosos com o já citado Macabro, Carnificina (tão ruim quanto nas HQs), Blade (abrindo caminho para seu filme), o Justiceiro (mais bundão do que nunca), Morbius (antes um cientista atormentado, agora um mauricinho vampiresco) e os Seis Guerreiros Esquecidos. Estes últimos, dispensáveis refugos da Segunda Guerra mundial, marcam ponto apenas para narrar, de maneira hedionda, a origem do Capitão América. Por sinal, tal arco de histórias trata-se do reaproveitamento de um roteiro recusado - graças a Deus - para o filme do Cabeça de Teia. O roteirista dessa "obra" foi John Semper, editor da série animada. Suspeito, não&qt& Ainda, sobre seu crime, ele chegou a comentar: "É muito legal! Eu sempre quis fazer algo como Watchmen". Pretensioso o menino, não&qt&

HOMENAGENS ATROZES

Esteticamente, a série sofria com um desenho de produção pobre. Todas as personagens masculinas tinham o mesmo corpo exagerado. Veículos e máquinas padeciam de uma falta de criatividade absoluta e as tão festejadas cenas com cenários em 3-D não "casavam" de jeito nenhum com a animação tradicional. A propósito, elas eram repetidas à exaustão, fato imperdoável numa "superprodução". E o pior, Peter Parker tinha suas feições baseadas no rosto de Nicholas Hammond, o Aranha bobão da série live action dos anos 70!

Para finalizar esta ode às piores atrocidades aracnídeas de todos os tempos, o último ciclo de aventuras foi a famigerada Guerra das aranhas. Neste arco, de nome tão infeliz em português, nosso herói amarga inúmeras viagens dimensionais encontrando toda a sorte de Homens-Aranha que a (falta de) criatividade humana teve a ousadia de conceber. Confira a imagem e escolha o seu favorito. Para piorar, no último episódio ainda há o cafonérrimo encontro do Homem-Aranha com seu criador Stan Lee. Ambos dão uma voltinha de teia e encerram com chave de titica uma série de equívocos desnecessários.

Enfim, o que essa série conseguiu mesmo foi celebrar tudo o que havia de pior nos últimos quinze ou vinte anos de HQs do Aranha. Em suma, um tremendo desperdício não só de celulóide, mas de oportunidade. Afinal, Batman hoje é um clássico. Já esse Aranha... Bem, tem gosto para tudo.

BOBAGEM SEM LIMITES


O novo Aranha

Ameaças do futuro

Uniforme high-tech

Ei. Não pense que o tormento acabou por aí, não.

Em 1999, a Marvel ainda sacou da manga uma nova criação (quase) original com o seu aracnídeo preferido: Homem-Aranha - ação sem limites.

Imagine que, para resgatar o astronauta John Jameson, filho do dono do Clarim Diário, o Aranha viaja a outro planeta, a Contra-Terra, um mundo igualzinho ao nosso, com a diferença de que lá, a raça dominante são os Bestiais. Tratam-se de animais geneticamente alterados por um cientista intitulado o Alto Evolucionário. Adivinhe quem vai salvar o (outro) mundo&qt& Claro, o Amigo da Vizinhança. Só que agora munido de um novo uniforme hi-tech, todo feito de nanomáquinas, cortesia de Reed Richards, o Sr. Fantástico. Fantástico mesmo, porém, é que no tal planeta, nosso amiguinho encontra as contrapartes de vilões conhecidos por estas bandas como o Duende Verde e o Abutre, sem falar em outras besteiras incluídas apenas para vender novos brinquedos. Tenha dó. Mesmo nas HQs, o Alto Evolucionário sempre foi um vilãozinho chumbregra...

De onde teria vindo idéia tão maravilhosa&qt& Bem, talvez você lembre que a personagem clássica, Fantasma, alguns anos antes, havia angariado razoável aceitação com uma série de animação, que se passava em 2040. Pouco tempo depois, a Marvel lançou o já finado gibi do Homem-Aranha 2099. Além disso, a DC recentemente emplacou também o desenho animado Batman do Futuro. Embora todos apostassem no fracasso deste último, foi o único do gênero que realmente viu a cor do sucesso.

Então, é só somar dois mais dois e teremos o Aranha do Futuro, certo&qt& Ledo engano. Até imagino os executivos discutindo: "Vamos mandar o cara pra outro planeta que não fica tão na cara. Aí recauchutamos o Aranha 2099 e..." Bem, deu no que deu. Apenas 13 episódios exibidos no canal Fox Kids e mais um fiasco para manchar a carreira do sobrinho da Tia May.

O ARANHA 3-D

Desenvolvida através de computação gráfica, a animação The New Animated Adventures foi inspirada na bem-sucedida versão do herói aracnídeo nascido nos quadrinhos: a do filme de 2002, dirigido por Sam Raimi.

Foram utilizadas técnicas inovadoras criadas pela Mainframe, empresa canadense responsavel pelas series Reboot, Beast Wars e Beast Machines. Como prova de que fizeram seu dever de casa, os animadores conseguiram criar um visual bastante original para a série, renderizando cenários e personagens em 3D como se fossem um desenho animado tradicional. O resultado foi bem aceito, apesar de oscilar um pouco em algumas cenas, nas quais a animação parece computadorizada demais.

A história misturava elementos da origem clássica, do filme e da linha Ultimate dos quadrinhos Marvel: Peter Parker é um tímido estudante que é picado por uma aranha radioativa em um laboratório e adquire superpoderes - força e velocidade dos aracnídeos, além de um sentido que o alerta dos perigos. Parker transforma-se no amigão da vizinhança, o Homem-Aranha, e combate o crime, enquanto tenta levar um vida normal como jovem universitário e precisa pagar as contas trabalhando no site do Clarim Diário. Ao seu lado estão Mary Jane Watson, a garota que ele ama desde criança, e seu melhor amigo, Harry Osbourne, que odeia o Aranha por acreditar que ele foi o responsável pela morte de seu pai, o Duende Verde.

Apesar de ser exibida pela casa dos Anjinhos e da turma de Rocket Power, Homem-Aranha não é exatamente um desenho para crianças. Produzido originalmente para a MTV americana, a série tem foco nos relacionamentos entre Peter, Harry e Mary Jane, recém-chegados à vida adulta, utilizando a linguagem mais rebuscada da serie Ultimate Marvel.

A Série teve produção de Avi Arad, Rick Ungra, Marsha Griffin, Morgan Gendel e Stan Lee - o criador do personagem- , e direção de Audu Paden. A trilha sonora ficou a cargo do conhecido DJ John Digweed.

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