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<i>Grave Danger</i>: A visão de Quentin Tarantino para <i>C.S.I.</i>

<i>Grave Danger</i>: A visão de Quentin Tarantino para <i>C.S.I.</i>

30.06.2005, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H18

Os finais de temporadas das séries norte-americanas são sempre cercados de expectativas. Mas aqui na Cozinha, um dos episódios mais aguardados era o C.S.I. dirigido por Quentin Tarantino. Desde que George Eads, o ator que interpreta Nick Stokes, anunciou a possibilidade do criador de Cães de Aluguel (1992), Pulp Fiction (1994), Jackie Brown (1997) e Kill Bill (2003) escrever e dirigir um capítulo de uma de nossas séries preferidas, a notícia ganhou a nossa atenção.

Se você perdeu o último episódio da quinta temporada e vai esperar uma reprise, ou sair em DVD, não leia o que vamos contar a seguir, pois algumas surpresas podem ser estragadas, combinado?

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CRIME SCENE - DO NOT CROSS

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Ontem à noite o episódio Grave Danger já começou bem tarantinesco, com o próprio agente Stokes cantando Lucky Too, do cantor de folk Bob Neuwirth. Quem acompanha a série, sabe que apesar de usar faixas do The Who como abertura e encerramento, a música não é seu ponto forte. Esta foi apenas uma das várias impressões digitais que Tarantino não se preocupou em deixar para os detetives forenses.

Na história, Nick é seqüestrado e enterrado vivo, em uma referência clara à cena em que a Noiva (Uma Thurman) passa pela mesma experiência no segundo Volume de Kill Bill. Em flash backs e alucinações em preto e branco, mais cenas que só Tarantino escreveria: Gill Grissom (William Peterson) mostra um diploma do cavalo Trigger (??); Warrick Brown (Gary Dourdan) e Nick conversam sobre assuntos cotidianos na frente de seus armários; os médicos legistas se divertem fazendo uma autópsia; e mais música, quando o vilão envia uma fita-cassete com a canção You Dont Stand an Outside Chance, do Turtles.

E não é só isso. Como já é comum em seus filmes, Tarantino chamou astros do passado para fazer pontas, numa espécie de homenagem. Entre os casos mais curiosos estão Tony Curtis (Quanto mais quente melhor) e Frank Gorshin (O Charada da série Batman dos anos 60 em seu último papel). Os dois estão no papel deles mesmos sentados ao lado de Sam Braun (Scott Wilson), pai de Catherine Willows (Marg Helgenberger). E isso nos leva a outra pista: a de que QT é realmente um grande fã da série e soube muito bem utilizar a mitologia dos personagens. Além da conturbada relação entre Catherine e seu pai, QT brincou com o vício de Brown, a vasta biblioteca entomológica de Grisson e a sua doença auditiva, que lhe permite ler os lábio de Nick em uma cena. A única que fica de fora é Sara Sidle (Jorja Fox), que perde espaço até mesmo para Greg Sanders (Eric Szmanda).

O episódio, que com os intervalos teve duas horas de duração, ficou um pouco lento em alguns momentos. Se o normal é ver todos os CSI correndo ininterruptamente para achar e processar as pistas, desta vez temos muitas cenas com eles parados, na frente do monitor observando o sofrimento do amigo. Ok, ajuda a aumentar a dramaticidade, mas daria para mostrar tudo isso em 1h30, né?

Tirando isso, se resultado final não foi perfeito, pelo menos ficou bem acima da média dos episódios. E olha que isso não é fácil, pois CSI tem um padrão altíssimo. Por isso mesmo ficou o ano inteiro entre os cinco programas mais assistidos na TV norte-americana e teve neste seu grand finalle um recorde, que deixou para trás até mesmo o bicho-papão American Idol.

Ao final, fica no ar uma dúvida: será que o castigo imposto a Sara (que praticamente não apareceu) e Nick (que por pouco amanheceu com a boca cheia de formigas) foi uma vingança de Tarantino pelos dois quase terem saído de CSI no começo desta temporada? :-)

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