Na última semana o canal pago GNT apresentou à imprensa dois episódios de Sessão de Terapia, adaptação brasileira da série israelense BeTipul, que também deu origem à sua versão mais notória, a estadunidense In Treatment, estrelada por Gabriel Byrne. Ambientada em um consultório de psicanálise - e somente ali, sem externas ou flashbacks - Sessão de Terapia é um sensível estudo de personagens e seus dramas pessoais.
Sessão de Terapia - Nina
Sessão de Terapia - João
Sessão de Terapia - Ana
Sessão de Terapia - Breno
Sessão de Terapia - Julia
Sessão de Terapia - Theo
Sessão de Terapia
Dora
A série acompanha a vida de cinco pacientes do psicólogo Theo (Zécarlos Machado), que são apresentados em quatro episódios semanais: às segundas ele recebe Júlia (Maria Fernanda Cândido), às terças Breno (Sérgio Guizé), às quartas Nina (Bianca Müller), às quintas o casal Ana (Mariana Lima) e João (André Frateschi). O episódio de sexta-feira mostra a consulta de Theo com sua própria terapeuta, Dra. Dora (Selma Egrei).
É interessante apontar que a série, assim como a original e todas as suas derivadas, consegue se manter bem e não perder o foco sem sair do ambiente do consultório - seja ele o de Theo ou de Dora -, prendendo o espectador por 28 minutos sem tornar a experiência enfadonha. No episódio-piloto, somos apresentados a Júlia, uma anestesista com problemas em seu relacionamento que está em tratamento psicológico com o experiente Theo. Ela chega para a consulta após encerrar o namoro e passar uma noite tórrida em uma bar com um estranho, enquanto o terapeuta busca encontrar as verdadeiras motivações, medos e sentimentos da moça.
O tom da narrativa da série é estabelecido como o de uma rotineira consulta terapêutica: uma conversa franca, fluída e interessante, que o diretor Selton Mello conduz com leveza. Ao colocar o espectador na condição de observador de um bate-papo confidencial entre doutor e paciente, Sessão de Terapia permite logo uma rápida identificação com as situações apresentadas, já que invariavelmente todos passamos por momentos de dificuldade ou vulnerabilidade. Mas aqui não são abordados somente os dramas dos principais pacientes de Theo, como também há espaço para que o protagonista lide com essas pessoas, analisando em seu próprio tempo como aquelas histórias e situações o afetam.
Apesar de ser interessante dentro de seu próprio formato, Sessão de Terapia tem, sim, momentos introspectivos que podem se tornar levemente maçantes - ainda mais considerando o trabalho de câmera por vezes mecanizado em sequências de plano e contraplano. Mas algumas surpresas no roteiro conseguem contornar isso, fazendo com que a série deixe uma boa primeira impressão.
Com 45 episódios encomendados para a primeira temporada - todos dirigidos por Mello -, Sessão de Terapia estreia no GNT em 1º de outubro, às 22h30.