Wandinha

Créditos da imagem: Netflix/Divulgação

Séries e TV

Entrevista

Wandinha é sobre humanidade e autoaceitação, diz Gwendoline Christie

Atriz não escondeu felicidade em trabalhar com Tim Burton e Jenna Ortega na série da Netflix

Omelete
4 min de leitura
09.11.2022, às 11H00.

Gwendoline Christie está acostumada papéis imponentes. A atriz britânica já viveu uma capitã da Primeira Ordem em Star Wars, uma das maiores guerreiras dos Sete Reinos de Game of Thrones e, mais recentemente, comandou as forças do Inferno em Sandman. Agora, ela volta à Netflix como Larissa Weems, diretora da Escola Nunca Mais, em Wandinha, nova série derivada de A Família Addams. E, por mais que a professora mantenha um pouco a aura ameaçadora que Christie trouxe a vários de seus papéis ao longo da década passada, a personagem tem também uma ternura que a torna muito mais do que uma pedra no sapato da personagem-título. “Ela tem essa máscara burocrática sorridente, motivacional e suave que tenta garantir que tudo corra bem, mas têm algumas emoções muito fortes dentro disso”, disse a atriz em entrevista ao Omelete.

Antes de começar as filmagens da série estrelada por Jenna Ortega, Christie acompanhou uma diretora de colégio de verdade, de quem aprendeu uma lição valiosa para o papel. “Ela me disse de forma muito firme que nenhum estudante nunca era um problema”, contou a atriz, que tentou desenvolver a relação entre Weems e Wandinha a partir desse “profissionalismo e dever do cuidado” mostrado pela educadora. “Imaginei alguém que era pressionada para além desses limites [profissionais] a ponto dessa relação [com Wandinha] transcender, e isso leva a um lugar puramente emocional, frustrante e dinâmico em que as duas pessoas perdem o controle de si mesmas e deixam suas máscaras caírem”. Para ela, os confrontos entre a diretora e a protagonista são cheios de “raiva, fúria, amor, estratégia, compreensão e apoio”.

Por mais intimidadora que Weems seja ao longo de toda a primeira temporada de Wandinha, Christie rechaça qualquer comparação entre a diretora e Lúcifer, personagem que ela interpretou em Sandman. “Weems é uma desajustada que está cuidando de outros desajustados e suas mentes jovens. E Lúcifer é o epítome de tudo o que é mau e errado na nossa compreensão humana”.

Quem espera que Wandinha seja apenas uma repetição da comédia cínica como os filmes d’A Família Addams dos anos 1990 deve se surpreender com a grande carga emocional trazida por Alfred Gough e Miles Millar (ambos de Smallville) à série. Para Christie, a direção e produção de Tim Burton foram essenciais para elevar a emoção da produção. “Ficou muito claro para mim que ele queria se concentrar na humanidade dessa história”, disse ela, lembrando que o seriado une drama familiar, suspense e comédia ao longo de seus episódios. “Ele encontra a realidade da situação de forma bela, enquanto executa um banquete visual absolutamente sublime para desfrutarmos e nos fascinar e estimular”.

Embora Christie credite muito da “humanidade” de Wandinha ao trabalho de Burton, é preciso reforçar que A Família Addams sempre teve a autoaceitação como um de seus principais temas. Em um momento em que muitos grupos reacionários ao redor do mundo classificam autoexpressão como “frescura” ou “mimimi”, a mensagem da franquia de Charles Addams é tão importante quanto era na época em que os primeiros cartuns dos Addams foram publicados. “As pessoas são mais felizes quando podem ser elas mesmas”, afirmou a atriz.“Acho que apenas deixar que as pessoas viverem em paz nos poupa de uma enorme infelicidade e miséria desnecessárias (...). É cansativo fingir ser outra pessoa que não você mesmo”.

“Realmente mágico”

Apesar de ter passado por algumas das maiores franquias da atualidade, Christie não deixou de se deslumbrar pela produção de Wandinha. Ao ser perguntada sobre sua experiência gravando a série, a atriz falou sorridente sobre seus colegas de elenco e sobre os cenários criados para a produção. “Realmente amei minhas cenas no escritório com a Wandinha, de verdade. Toda vez que eu gravava com Jenna Ortega, interpretando esse relacionamento [com Weems], eu me sentia realizada”. Segundo ela, o papel de Weems a permitiu explorar facetas diferentes e inesperadas, fazendo com que ela pudesse “aproveitar cada segundo” das filmagens.

Também adorei demais meus primeiros dias com a Família Addams, com Louis Guzmán, Catherine Zeta-Jones e Jenna Ortega naquele escritório fabuloso, que ficou sensacional”, continuou Christie, dizendo que“não podia acreditar que era o meu escritório”. Segundo ela, toda a experiência de trabalhar na série, especialmente sob o comando de Burton, foi “realmente mágica”.

Burton, aliás, entra para a crescente lista de cineastas renomados com quem Christie pôde trabalhar nos últimos anos. Seu currículo hoje inclui trabalhos comandados por J.J. Abrams, Robert Zemeckis, Terry Gilliam e Rian Johnson, mas ela ainda tem alguns nomes que gostaria de riscar da sua lista de desejos. “Quero muito trabalhar com Paul Thomas Anderson. Eu adoraria fazer algo com Ava DuVernay, com uma diretora chamada Janicza Bravo, Jeremy O. Harris… E eu adoraria trabalhar com Steven Spielberg”.

Com produção e direção de Tim Burton, Wandinha será lançada em 23 de novembro na Netflix.

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