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Quando: Sexta-feira, 17 de novembro.
Onde: Los Angeles, Califórnia (EUA).
Missão: assistir ao Cassino Royale.
Como sempre acontece com os grandes filmes que o Omelete acompanha desde o primeiro boato, eu tinha uma missão importantíssima nesta viagem a Los Angeles: conferir 007 - Cassino Royale (2006) o mais rápido possível e mandar um Da Frigideira quentíssimo para a Cozinha.
Como o filme tem quase 2h30 de duração e eu ia ver um outro filme às 18h no Chinese Theater, em Hollywood, cheguei lá ao AMC de Century City, em Beverly Hills, umas 12h30 na esperança de pegar a sessão das 13h ou 14h. Comecei errado. Como era sexta, não tinha matinê e a primeira sessão era só às 15h45. O jeito foi garantir o ingresso (11 dólares - fora a pipoca) para as 22h15.
Com as seis horas de diferença de fuso-horário cheguei ao cinema com o meu corpo pensando que eram umas 4h da madrugada. Estava com medo de morrer antes do primeiro tiro e perder a viagem. Duplo engano. O filme já começa com morte. Aliás, mortes, as duas primeiras da carreira do agente James Bond, que o credenciam como um agente double-0. E a ação é quase que ininterrupta até o final. Os respiros acontecem nos galanteios, nas conseqüentes transas e no jogo de pôquer contra o vilão Le Chiffre (Mads Mikkelsen).
Os fãs que espernearam tanto pelo primeiro Bond loiro que me desculpem, mas Daniel Craig entrou para a franquia sem dar muitas chances para críticas. Ele pode não ser bonitão como Pierce Brosnan, nem ter o charme do Sean Connery, mas com seu sorriso de soslaio ele vai fazer muita menininha suspirar no cinema. Fora isso, o cara está em forma e não foge da ação - aquela cena de perseguição em um guindaste que aparece no trailer é sensacional (dá-lhe Parkour!).
De volta às raízes
O grande diferencial de Cassino Royale para os seus anteriores diretos não é a mudança de ator principal, mas sim o novo clima, menos high-tech. Esqueça (pelo menos por enquanto) as gadgets mirabolantes do Q. Este Bond do século 21 vai pro pau com o que tiver à mão e contando com muita sorte também. E não pense que ele não sofre... As torturas enfrentadas por Pierce Brosnan durante os créditos de Um novo dia para morrer são histórias de ninar perto do que passa o novo 007 - desafio qualquer homem na platéia a ficar parado na cadeira sem se sentir desconfortável com a seqüência!
Quanto às bond girls... ah, as bond girls! A italiana Caterina Murino vem primeiro como a bela Solange e não demora para cair nos braços do agente inglês. Quem resiste mais é a francesa Eva Green, que interpreta Vesper Lynd sem um pingo do sotaque napoleônico.
Quem comandou toda a renovação do personagem e da franquia foi o mesmo Martin Campbell que já tinha dado um boot na série em 007 contra GoldenEye, a estréia de Pierce Brosnan, em 1995. Uma das suas principais preocupações era diminuir os custos do filme - dos estimados 142 milhões de dólares de Um novo dia para morrer para 75 milhões de Cassino Royale. Diminui-se assim o número de explosões, o que só aumenta o impacto quando elas acontecem. Mais uma sábia decisão entre várias que devem dar aos filmes do agente britânico fôlego para pelo menos mais 10 anos, até a sua próxima reinvenção.
Aguarde a crítica completa do Omelete para o filme - e outras surpresas - em 14 de dezembro, um dia antes da estréia brasileira.