Não é exagero afirmar que Death Note é um dos shonens de maior influência dos anos 2000 pra cá. A série escrita por Tsugumi Ohba e desenhada por Takeshi Obata rendeu 12 volumes encadernados, um anime aclamado, vários livros, novelas, peças de teatro e até um controverso filme americano feito pela Netflix. Nem só de torneio de luta se vive o shonen no mundo, Death Note está aí para provar isso.
Recentemente a editora Shueisha anunciou um capítulo inédito em mangá para Death Note agora em 2020, o que já levanta a pergunta: ainda há algo para contar no universo de Death Note? Claro que sim, e essa não é a primeira história extra da série!
O caderno que mata
Caso você tenha passado ileso ao fenômeno de Death Note, o mangá conta a história do adolescente genial Light Yagami e do dia no qual ele encontra um caderno mágico capaz de matar qualquer pessoa, bastando escrever o nome da vítima. Light assume para si mesmo a alcunha de Kira, o Deus do Novo Mundo, e passa a julgar quem é digno de viver ou morrer, assassinando pessoas que julga não serem dignas. As mortes de bandidos acabam chamando a atenção do igualmente genial detetive L, e ele passa a investigar a origem dessas mortes no Japão com o objetivo de descobrir a identidade do Kira. Ou seja, Death Note é uma história de gato e rato na qual assassino e detetive praticam diversos jogos mentais, um tentando capturar o outro.
O mangá teve seus capítulos lançados semanalmente nas páginas da Shonen Jump, a mesma revista que publicou títulos como Dragon Ball e Naruto, e foi um grande sucesso. Mesmo sem ninjas ou ondas de energia saindo da palma das mãos, Death Note manteve toda a essência de um mangá shonen, só trocando as porradas físicas por combates intelectuais, como se fosse uma partida de xadrez valendo a própria vida.
Infelizmente, o ritmo insano de produção acabou afetando a qualidade da história, que perdeu o fôlego após a morte de um dos protagonistas. A terceira parte da trama, uma das mais odiadas pelos fãs por ter introduzido novos personagens, encerrou a história de Light Yagami com um final definitivo, ou nem tanto.
Até o momento sabemos que o novo capítulo de Death Note terá quase 90 páginas e contará uma história ambientada anos depois do final do mangá original. Precisaremos esquecer de vez Light ou o detetive L, afinal a história mostrará o shinigami Ryuk deixando seu caderno macabro com outra pessoa. Criar uma história com novos personagens é uma boa saída para a série, afinal Death Note tem características capazes de permitir outras pessoas terem contato com o caderno da morte. Curiosamente, essa novidade na franquia não é a primeira história de Death Note não-protagonizada pelo Light ou pelo detetive L.
As outras histórias de Death Note
Reprodução
Piloto de Death Note foi publicado em 2003.
A primeira história ambientada no universo de Death Note é o capítulo-piloto, publicado originalmente em 2003 na revista Shonen Jump e posteriormente incorporado ao Death Note - How To Read (uma enciclopédia compilando dados e entrevistas com os artistas do mangá). Esse episódio teve uma repercussão muito positiva entre os leitores da Shonen Jump e por isso a série foi aprovada na revista (com algumas mudanças).
Nessa primeira história, Ryuk entregava o caderno da morte para uma criança de 13 anos, que usa os poderes do caderno acidentalmente por não saber que "death" significa morte em inglês. Essa primeira versão de Death Note era menos sinistra em comparação a oficial, até por ter um protagonista mais novo que o Light Yagami. A história ainda incluía um item "retirado" das histórias subsequentes: a death eraser, uma borracha capaz de apagar os nomes do Death Note e fazer com que as pessoas ressuscitassem. Na versão oficial, se o nome estiver escrito no caderno não tem mais jeito, já pode encomendar o caixão.
Já a segunda história ambientada no universo de Death Note foi um capítulo especial, considerado o 109º do mangá (que encerrou com 108 capítulos). Nele acompanhamos Near, o maior detetive vivo do planeta, precisando investigar um novo Kira. Esse capítulo extra foi lançado em 2008 como forma de promover o filme L: Change the World, ou seja, é repleto de cenas com L surgindo em flashbacks e, de certa forma, aconselhando Near a resolver o mistério.
Para acompanhar Death Note aqui no Brasil é muito fácil. A Netflix tem em seu catálogo o anime original, os três filmes japoneses e o (criticado) longa-metragem americano, tudo com opção de dublagem em português ou áudio original. Já o mangá foi publicado totalmente pela Editora JBC, que trouxe também o Death Note - How To Read e os livros. Ainda não há planos para a publicação do capítulo extra.