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Lista

7 séries super sentai com temas inusitados

Há produções focadas em cartas de baralho, ginástica rítmica e até otakus

27.03.2020, às 14H42.
Atualizada em 27.03.2020, ÀS 15H01

Você provavelmente conhece as séries de heróis coloridos pelo nome de Power Rangers, mas elas originalmente são produções japonesas conhecidas por lá como Super Sentai ("super esquadrão", em tradução livre). Todos os anos, a Toei Company lança uma nova série no Japão, o novo esquadrão ganha poderes baseados em algum tema.

Já rolou sentai sobre dinossauros, resgate, polícia e animais, mas às vezes a empresa "dá uma viajada" e escolhe uns poderes bem fora do comum. Nessa lista escolhemos sete dos temas mais inusitados escolhidos para séries super sentai no Japão.

JAKQ (Tema: Cartas de baralho, 1977)

JAKQ/Divulgação

JAKQ foi a segunda série do gênero super sentai. Enquanto a primeira, Gorenger, trazia o tema "espiões", dessa vez o mangaká Shotaro Ishinomori teve a ideia de usar como base as cartas de baralho. O vermelho era o espada, o verde ostentava o poder do naipe de paus, o azul era o ouro e a rosa, como era de se esperar de uma série dos anos 70, usava um coração no capacete. O mais diferentão era o líder, que misturava tudo e era chamado de "Big One".

Na série, pessoas bem distintas são chamados para um esquadrão especial para enfrentar uma organização criminosa a nível mundial. E quando digo distintas, é pra valer: tem alpinista, playboy, uma policial... é quase uma escalação de um Big Brother Brasil. Como curiosidade, o líder Big One acabou fazendo sucesso a ponto de reaparecer em crossovers décadas depois.

Battle Fever J (Tema: Países, 1979)

Battle Fever J/Divulgação

Essa série tem uma origem pra lá de interessante, pois era para ser uma adaptação de Capitão América! Durante os anos 70, a Marvel fez um acordo com a Toei para lançar versões japonesas de seus heróis, como aquele Homem-Aranha oriental, e a série Battle Fever J seria uma releitura oriental de Steve Rogers, uma espécie de "Capitão Japão". No fim a coisa acabou indo para outro lado.

Em Battle Fever J, cinco agentes de várias nacionalidades formam a equipe Battle Fever. A equipe era composta por representantes do Japão, da região cossaca (sudeste europeu), França, Quênia e Estados Unidos. Os uniformes são bem diferentes dos habituais, a ponto da guerreira usar peruca no capacete. Inclusive o nome dela no esquadrão era... Miss America.

Goggle V (Tema: Ginástica, 1982)

Goggle V/Divulgação

Para enfrentar um império do mal, um cientista recruta um grupo de pessoas para enfrentar os inimigos com poderes... de ginástica rítmica. Com uma premissa pouco usual, a série Goggle V prestou uma devida homenagem ao esporte olímpico tão pouco representado na cultura pop. Entre as armas utilizadas pelos heróis estão fitas, bambolês, bolas e malabares.

Goggle V foi a mais antiga série de super sentai exibida no Brasil. A responsável pela exibição do tokusatsu por aqui foi a Band, que queria uma série parecida com Changeman e Flashman. Mas mesmo no Brasil, a produção era considerada meio infame por causa do humor involuntário. Não se sabe o motivo da escolha pela ginástica como tema, afinal nem ao menos era ano de Olimpíada.

Ohranger (Tema: Civilizações Antigas, 1995)

Ohranger/Divulgação

Assim como em várias outras séries, a história de Ohranger envolve um império maligno atacando a Terra e enfrentando um grupo de heróis com poderes vindos de algum canto. Em Ohranger, no entanto, os poderes vieram de civilizações antigas, seus mistérios e seus artesanatos (!).

Há ranger com poder baseado nos Moais (as estátuas da Ilha de Páscoa), em bonecos Dogu (artesanato japonês), esfinge egípcia, uma fênix e um touro hindu. Padrão? Não trabalhamos! Essa série foi adaptada nos EUA como Power Rangers Zeo, e nem ao menos se esforçaram em explicar essa salada de cultura antiga.

Carranger (Tema: Carros, 1996)

Carranger/Divulgação

Após apostar em antiguidades, a Toei deu um passo na direção oposta com a série Carranger, exibida em 96. Dessa vez o poder vinha dos carros. Isso mesmo, como se fosse um Velozes e Furiosos, porém com guerreiros de roupa colada. Em Carranger acompanhamos como cinco funcionários de uma empresa de carros ganham poderes baseados nas constelações de carros. Isso mesmo... constelações de carros, não pergunte

A temporada foi adaptada no ocidente como Power Rangers Turbo, lembrada por muitos por causa de Justin, o ranger azul. Ao contrário dos "adolescentes com garra" ele era só uma criança, mas ganhava corpo de adulto ao morfar.

Akibaranger (Tema: Otakus, 2012)

Akibaranger/Divulgação

No ano de 2012, a Toei aproveitou para criar uma série sentai paralela, tendo como público alvo os adultos. Akibaranger é uma paródia dos sentais anuais da empresa e foca no imaginário otaku. O nome é inspirado no bairro de Akihabara, um point dos otakus no Japão.

A série mostra três rangers nerds: um fã de tokusatsu, um cosplayer e uma otaku lutadora, e eles enfrentam vilões cujo plano é acabar com o bairro de Akihabara. Akibaranger teve duas temporadas e não foi adaptada no ocidente. Talvez por ser assim... tão única.

ToQger (Tema: Trens, 2014)

ToQger/Divulgação

Talvez seja difícil para nós ocidentais entendermos, mas o Japão nutre um fascínio enorme por trens. Talvez pela imponência do trem-bala japonês, o veículo de transporte sobre trilhos é adorado no país, tanto que existem até games nos quais o jogador pode fingir ser um motorista de trem (como na série Densha de Go). Era questão de tempo até criarem uma série com esse tema, não?

Em ToQger, um esquadrão de cinco guerreiros coloridos são as pessoas que conseguem dirigir um trem chamado Ressha através de uma linha chamada Rainbow Line. O objetivo deles é enfrentar as forças do mal cujo plano é, olha só que surpresa, levar o mundo para a escuridão. O tema dessa série é tão estranho que a Saban preferiu "pular" essa temporada japonesa e não adaptou em uma fase de Power Rangers, indo direto para a temporada com tema de ninjas.