A tão esperada conclusão de Attack on Titan (ou Shingeki no Kyojin, como você preferir) dividiu os fãs quando foi lançada. Recentemente, oito páginas extras que estarão no último volume do mangá (ou seja, na última compilação de capítulos) foram reveladas e trouxeram um clima diferente para o final da história, assim como consequências mais evidentes das ações de Eren Yeager. Obviamente, há spoilers abaixo.
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Os primeiros painéis do conteúdo adicional mostram Mikasa se encontrando com Ymir, que aparece no meio da fumaça deixada pelo parasita, exatamente como Sasha apareceu brevemente diante de Jean e Connie mesmo após a própria morte.
Mikasa diz que era Ymir quem sempre estava tentando entrar na mente dela. Provavelmente, ela se refere às dores de cabeça intensas que sentia, supostamente, por ser uma Ackerman — algo que nunca vimos Levi sofrer, por exemplo. Talvez, de fato, fossem tentativas de comunicação de Ymir com Mikasa.
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Apesar de Ymir não poder falar, a expressão dela não parece ir contra o que Mikasa está dizendo. Inclusive, a conclusão de Mikasa a respeito do amor que Ymir sentia pelo Rei Fritz ser algo extremamente negativo faz todo o sentido, já que era um relacionamento extremamente abusivo.
Justamente por estar consciente a respeito de quão terrível é amar alguém dessa forma distorcida, faria sentido que Ymir tentasse ajudar Mikasa a se libertar do que sentia por Eren, assim como ela mesma deveria ter feito tantos anos atrás com o Rei Fritz.
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O próprio Eren diz, no início do capítulo 139, que foi Mikasa quem libertou Ymir. Como? Ninguém sabe, mas provavelmente tem a ver com o fato de que Mikasa fez algo que Ymir nunca teve coragem de fazer.
Depois de se despedir de Ymir, Mikasa leva a cabeça de Eren (que se mostraria um excelente adubo) para longe com o objetivo de enterrá-la em um lugar pacífico. Especificamente, no mesmo lugar de Shiganshina em que Eren acorda no primeiro episódio do anime.
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Anos se passam após a morte de Eren, e Mikasa constrói uma família. Há quem acredite que ela se casou com Jean, por causa do design do personagem que aparece ao lado dela de costas, mas Hajime Isayama ainda não confirmou se é mesmo o caso.
No lugar em que a cabeça de Eren foi enterrada, nasceu uma árvore. Quando Mikasa, já idosa, e a família dela vão visitar o túmulo, o mundo ao redor do local já parece ter alcançado um patamar tecnológico semelhante ao de meados do século XX do nosso mundo.
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Mais algumas décadas se passam e Mikasa morre após ter vivido uma vida aparentemente tranquila. Entretanto, o painel que sucede o aparente funeral da Ackerman mostra que o mundo se desenvolveu até o patamar tecnológico contemporâneo e voltou a entrar em guerra. Aviões jogam bombas em prédios, máquinas de guerra apontam para o céu. Paradis está sob ataque, seja por pessoas que querem vingar a morte de 80% da humanidade tantos anos antes ou por nações com motivações completamente diferentes.
Shiganshina foi completamente destruída, mas a árvore que surgiu acima da cabeça de Eren alcançou um tamanho absurdo — e passou a se assemelhar ao local em que Ymir Fritz foi infectada pelo parasita que deu início à maldição titã.
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Uma criança (que pode ou não ser descendente de Mikasa) e um cachorro seguem em direção à árvore após Shiganshina ter se tornado apenas um campo inabitado. Esse personagem, inclusive, pode muito bem ser uma das pessoas que moravam em Shiganshina e viram o próprio lar ser destruído por outras nações.
Se dentro da árvore há um parasita como o que Ymir encontrou, tudo pode voltar a acontecer. O ciclo de ódio, infelizmente, seguirá firme e forte. Afinal, apesar de tudo, a humanidade simplesmente não consegue viver em paz.
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O tom da conclusão original de Attack on Titan permitia interpretações um tanto distintas. Para uma parcela considerável da comunidade, a maneira como Armin enxergou o "lado bom" do genocídio causado por Eren foi um absurdo. É como se a conclusão da obra, por essa perspectiva, fosse: monstros, às vezes, são necessários. Mesmo que Eren tenha falado explicitamente que ele fez tudo aquilo por puro egoísmo (ele só queria que os amigos dele vivessem bem, mesmo que isso custasse a vida de milhões de pessoas), a obra não parecia mostrar que, de fato, as ações de Eren seriam negativas também para Paradis no longo-prazo.
As páginas extras evidenciam duas ideias que o próprio autor, provavelmente (espero que seja o caso), queria transmitir: Eren não passou sequer perto de ser um herói e a humanidade nunca vai aprender a deixar as mágoas no passado. Resultado: um ciclo eterno de guerra, sofrimento, vingança e injustiça.
Novamente, essa não é uma conclusão que só se tornou possível por meio das páginas extras. Contudo, se o autor queria mostrar que Eren fez algo injustificável e, de certa forma, até causou mais problemas para o povo dele mesmo após muito tempo, então, sim, o conteúdo adicional é mais do que bem-vindo.