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Battleship - Batalha dos Mares | Elenco e diretor discutem o filme que adapta o jogo de tabuleiro

Omelete entrevista Peter Berg, Taylor Kitsch, Alexander Skarsgard e Brooklyn Decker, que falam de estilo de direção, animosidades históricas, tecnologia, erro em não terem lançado o filme em 3D e mais

07.05.2012, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H33

Taylor Kitsch, Alexander Skarsgard e Brooklyn Decker estiveram ao lado do diretor Peter Berg em Cartagena, na Colômbia, para divulgar Battleship - Batalha dos Mares (Battleship, 2012), adaptação do jogo de tabuleiro da Hasbro.

Battleship: A Batalha dos Mares

Battleship: A Batalha dos Mares

Battleship: A Batalha dos Mares

Brooklyn Decker

Brooklyn Decker

Alexander Skarsgard

Alexander Skarsgard

Battleship: A Batalha dos Mares

Taylor Kitsch

Taylor Kitsch

Para o trio de atores, o fato da Universal Pictures adaptar um produto sem qualquer narrativa e totalmente focado na jogabilidade não causou estranheza, já que o foco para eles foi desde o início a oportunidade de trabalhar com Peter Berg.

"Eu ouvi o nome de Peter antes de ouvir o título Battleship e sempre quis trabalhar com ele, então aproveitei meu hiato de 5 meses entre as gravações de True Blood e o tempo que eu tinha depois de rodar Melancolia. O contraste entre estes dois projetos me interessou e decidi fazê-lo", disse Skarsgard, que também aproveitou a oportunidade para mostrar a um grande público que ele não é apenas o vampiro Eric Northman da série da HBO e é capaz de outros tipos de papeis.

"Peter e eu trabalhamos juntos na série Friday Night Lights. Ele me chamou para trabalhar neste filme e eu não pensei duas vezes", continuou Kitsch, que já tem outro trabalho ao lado do cineasta engatilhado: Lone Survivor.

"No momento em que ouvi o nome de Peter já imaginava que ele seria capaz de transformar um jogo de tabuleiro em algo gigante e divertido. Claro que fiquei intrigada em saber como ele o faria, mas assim que nos encontramos ele me disse que seria um filme de guerra naval, empolgante e divertido", completou Brooklyn.

Estilo Peter Berg de cinema

Berg acredita que foi seu estilo de direção que empolgou os atores a trabalharem com ele. "Existem vários tipos de diretores. Muitos deles já se provaram melhores em termos de bilheteria que eu ou já ganharam mais prêmios. Eu, felizmente, já consegui fazer algum dinheiro para meus chefes - e não se engane: em Hollywood se você quiser fazer filmes precisa fazer dinheiro para alguém. Eu estou por aí há algum tempo e entendo bem esse processo, mas tenho um estilo muito livre. Alguns cineastas levam horas para alinhar tudo da maneira que veem o filme em sua mente. Eu prefiro deixar as coisas seguirem, deixar os atores reagirem às situações. Acho que é isso que os atrai ao meu filme. Já atuei bastante e odiava estilos de direção engessados, como eu tinha em Chicago Hope: sets em que os técnicos gastam todo o tempo arrumando tudo e os atores têm apenas alguns minutos pra atuar. Eu tento inverter as coisas: dar o poder aos atores e fazer com que os técnicos se virem como podem ao redor deles. Se um ator tem vontade de tentar alguma coisa em um filme meu, deve ter a liberdade de fazê-lo".

O cineasta garante que mesmo trabalhando no que ele chama de "superfilmes" - "que custam centenas de milhões e precisam ser acessíveis a todos os públicos" -, não muda sua maneira de trabalhar. "É o estilo Peter Berg de cinema", exalta Skarsgard. Mas mesmo que o diretor prefira evidenciar a atuação, não é fácil trabalhar em filmes de efeitos especiais, garante: "Se relacionar com uma tela verde é complicado. Dependemos muito do diretor e de acreditar nele para entregar o resultado desejado. Mas é sensacional assistir ao resultado. Quando eu o conheci, já que minha experiência se resume a filmes independentes e televisão e eu nunca havia trabalhado em algo nessa escala, minha primeira questão foi: como é trabalhar em produções assim? Quanta liberdade criativa temos e quão colaborativo é o processo? Mas Peter me garantiu que nos queria por sermos bons atores e por desejar nossa interferência. Então tivemos liberdade total para mudar coisas e dar ideias. Ele é muito aberto a mudanças e trabalha de maneira extremamente orgânica, ele sempre busca diversão no set e que todos tenham uma ótima experiência. Ele é um ator também, afinal! Ele se importa muito!"

"O processo dele é único. Tive essa experiência durante 5 anos em Friday Night Lights. Sem marcações, sem muitos ensaios ou iluminação no caminho. O roteiro é só um guia para a cena desejada. É maravilhoso trabalhar assim. Improvisamos em absolutamente todas as cenas!", garantiu Kitsh.

Erro estratégico na tecnologia e animosidades históricas

A liberdade que Berg teve à frente do projeto fica ainda mais evidente quando se vê que, mesmo com a mania do 3D tomando todo o cinemão feito nos EUA, Berg recusou-se a fazer o filme no formato por não gostar dele. Mas hoje se diz arrependido da decisão.

"Eu acho que cometi um erro neste filme - que custou US$ 209 milhões, valor na média para produções assim - em termos de negócio. A China está obcecada com o 3D. Se eu pudesse mudar algo neste filme seria isso. Eu teria convertido com exclusividade para a China. Se você quer fazer um superfilme, precisa fazer concessões. Se inventarem um cinema, sei lá, ZMAX, ou uma tecnologia 5D, tenho que olhar isso com cuidado. Quando eu disse que não queria fazer 3D olhei apenas para o momento atual. A tecnologia explodiu com Avatar, mas não foi a lugar algum depois disso, nem em termos de bilheteria. Mas agora, com o retorno de Titanic aos cinemas em 3D, provou-se que mercados que ainda estão fascinados com isso, como a China, justificam o investimento". Para o cineasta, a experiência de ir ao cinema precisa ser valorizada: "garotos ainda precisam levar garotas ao cinema para um encontro, certo?"

Mas se não houve concessões na tecnologia, o mesmo não pode ser falado sobre o tom e a temática. Para buscar os mercados internacionais, que resistem ao patriotismo dos EUA e filmes que os mostram como conquistadores ou guerreiros heróicos, este longa de guerra naval optou por buscar uma ameaça fora da Terra. "Foi mais fácil escolher aliens como o inimigo para o tom deste filme - seria um filme completamente diferente e sombrio se tivéssemos que enfrentar outro país neste filme", explica Kitsch. Para ajudar os norte-americanos a salvar o planeta, aliados do outro lado do globo, os japoneses, foram selecionados. Mesmo que o filme se passe em Pearl Harbor, base naval que foi atacada há 50 anos pelo Japão durante a Segunda Guerra Mundial em um dos ataques considerados mais dramáticos da história dos EUA. Para Kitsch, a animosidade foi superada há muito tempo - "e isso mostra o quanto evoluímos enquanto humanidade".

"Adoro história e sou fascinado por guerras. Um detalhe importante deste filme é que entre os takes eu pude conversar com homens que foram diretamente afetados por Pearl Harbor e estavam dispostos a contar suas histórias. Eles serviram em navios como os do filme e conhecê-los me levou a um novo nível de respeito e humildade", diz o protagonista. "Todos aqueles caras que estavam a bordo do Missouri no começo do filme eram veteranos de verdade e lutaram na Segunda Guerra. Estar ali ao lado deles e ouvir suas histórias foi incrível", complementou Skarsgard. Berg ressalta que "eles adoraram o fato de que o filme coloca estadunidenses e japoneses para lutar lado-a-lado, 50 anos depois de Pearl Harbor. Não apenas isso, mais a existência do RINPAC [exercício militar cooperativo entre várias marinhas mundiais], com tantas nações trabalhando juntas, diz muito sobre Battleship e o que pretendemos como o filme".

Mas agora que um jogo tão "inadaptável" foi adaptado, que outro jogo de tabuleiro poderia virar filme? Depois de pensar um pouco, Berg se empolgou: "Xadrez daria um tremendo filme. Dois mundos se enfrentando com peças de xadrez vivas, com restrições de combate. Eu definitivamente me interessaria em fazer um filme de xadrez! Afinal, é o jogo definitivo!", concluiu.

Battleship - Batalha dos Mares estreia em 11 de maio mundialmente.

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