Coringa certamente foi um dos filmes que marcou 2019. Embora tenha sido um sucesso de bilheteria, somando US$ 1 bilhão ao redor do mundo, a produção esteve no centro de um debate sobre violência. Para alguns críticos, a história de origem do icônico vilão da DC poderia estimular comportamentos agressivos, sobretudo considerando a dura realidade dos massacres com armas de fogo nos Estados Unidos.
Levamos, então, o debate para os corredores da CCXP19. Confira a seguir a opinião dos cosplayers:
Elder Costa, 23 anos, acadêmico
Mariana Canhisares/Reprodução
“No meu ponto de vista, ele mostra um lado que ninguém avalia, o lado psicológico. Ele era segregado, parte do lado mais esquecido da sociedade. Dentro de casa, ele tinha um trauma que não era tratado. A violência foi resultado disso. Ele acumulou por tanto tempo tudo isso que, quando explodiu, foi na forma da violência. O foco era levantar uma discussão sobre desigualdade social, mas entendo de certa forma quem interpreta como uma incitação. Eu não vejo assim”.
Thais Caldeira, 32 anos, advogada
Mariana Canhisares/Reprodução
“Não concordo que ele incite a violência. É um exagero. Se a pessoa tem a cabeça boa, sabe discernir as coisas, isso não vai acontecer”.
João Vitor Palhano, 18 anos, atendente de petshop
Mariana Canhisares/Reprodução
“O filme tem sim violência, mas isso não quer dizer que ele desperte esse desejo no público. Talvez só uma vontade de revolução. O estado atual do governo, por exemplo, não me satisfaz. Coringa me deu vontade de ir para as ruas e lutar pelos meus direitos. Mas acho que quem já vontade de ser agressivo pode usar o filme como desculpa, como fazem com GTA, Far Cry e outros jogos de ação”.
Loki Sanlok, 25 anos, cosplayer e empreendedora
Mariana Canhisares/Reprodução
“Qualquer coisa pode influenciar uma pessoa. Acho que tudo depende da educação que ela teve, da família. Sempre vi filmes violentos e isso nunca me levou a fazer coisas ruins. Acho que se a pessoa não acompanha os quadrinhos, o filme pode chocar mesmo. Mas é uma crítica muito forte à sociedade. Ele mostra que você precisa ter um pouco empatia”.
Guilherme de Moraes Corrêa, 28 anos, jornalista
Mariana Canhisares/Reprodução
“Vi o filme como uma crítica social, um debate sobre saúde mental. É um filme muito forte. Vejo uma polêmica necessária para enxergar o outro lado da coisa. Ele retrata muito algo que a gente está passando: o pai do Batman como a figura do mau político e a gente como palhaço. É bem real isso. E essa discussão ganha um tratamento artístico. Coringa dá uma origem realista ao vilão”.