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PerifaCon + CCXP: Barona (e quem pode falar de cultura pop?)

O interesse da PerifaCon em mostrar quantos rostos um nerd pode ter

04.12.2022, às 13H35.

Cultura pop, entretenimento, animes, quadrinhos etc. Tudo isso é para todos os públicos.

Entretanto, sabemos que o racismo, o machismo, as dificuldades de acesso e diversas outras questões sociais fazem com que o meio nerd tenha um rosto que quase nunca muda. Um rosto masculino, classe média alta, branco, cis e hétero.

A PerifaCon busca, desde sua criação, construir ambientes que celebrem aqueles que produzem e consomem cultura pop nas periferias, dando espaço e atenção para todos os que fogem dos padrões que o mercado normalmente espera que o “nerd” siga.

Em nossa participação na CCXP22, com o mesacast que acontece no estande da PerifaCon, não poderia ser diferente. Logo, os convidados que a PerifaCon colocou para dentro do evento respondem a pergunta: Quem pode falar de cultura pop?

A resposta é simples. Nós podemos. Independente de quem sejamos nós. No dia 03/12, sábado, os nossos convidados do mesacast deixaram isso bem claro. Ilustres participantes como a galera do Canal Dona Geek, o quadrinista Isaque Sagara, os produtores de conteúdo Milena Enevoada e Ora Thiago, o jornalista Pedro Ribeiro e os rappers Nill estavam ali para mostrar que um evento nerd deve ser para todos e todes. Independente de gênero, idade, raça, sexualidade e classe social. Entre os participantes, estava Barona.

Barona é uma rapper da periferia de São Paulo. Cria de Pirituba, a artista recentemente lançou seu EP "Dabomb". Entre as faixas do EP, acompanhando a produção envolvente de YORI,  as letras de Barona revelam que a cultura nerd (especialmente otaku) é influência forte para a criatividade da cantora. 

Fazendo referência a diversos animes, Barona chegou como convidada no estande da PerifaCon para falar de Nerdice e Música. O bate-papo rolou ao lado do rapper Nill, também um otaku declarado.

Em entrevista ao Portal PerifaCon, a cantora deixou claro o quanto considera os animes como parte fundamental de sua formação criativa e intelectual ao longo de seu desenvolvimento, na infância e adolescência.

"Isso com certeza moldou e abriu muito minha mente pra várias coisas como culturas, religiões e, de certo modo, animes shounen te dão motivações. Full Metal Alchemist, que é meu favorito, mudou minha vida. Acredito que sem isso eu seria outra pessoa."

A rapper ainda complementa que considera importante que pessoas de periferia possam ter acesso a eventos de cultura pop até mesmo como um símbolo de que a quebrada consome, produz e deve também ser vista como público alvo para as empresas que produzem entretenimento. Um ponto trazido por Barona é que o entretenimento pode, além de ser uma simples fonte de diversão, servir como válvula de escape para quem enfrenta uma situação de dificuldades.

"Minha vida também foi difícil morando em periferia, porém essas coisas me distraíam e quis mostrar esse meu lado nos sons."

Para conferir os conteúdos produzidos a partir da presença de Barona no estande da PerifaCon na CCXP22, fique ligado nas redes sociais do PerifaCon.

*Texto por Raphael Guimarães - Portal PerifaCon*