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Especial | Coachella 2013 - Terceiro Dia

Red Hot Chili Peppers fecha o festival com chave de ouro

22.04.2013, às 12H28.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H35

A organização do Coachella não poderia ter feito uma escolha melhor para fechar o festival que acontece todos os anos na Califórnia, no mês de abril, durante dois finais de semana seguidos. O Red Hot Chili Peppers é uma banda local e a identificação com o público torna o show mais empolgante ainda. São músicos com experiência. Chad Smith, Flea e Anthony Kieds tocam juntos há trinta anos – o suficiente para entrar no modo automático e apresentarem um show sem falhas.

Mas o incrível é que eles ainda fazem tudo com muito amor, dando o sangue em cada música. Eles ainda se animam muito em Give it Away, Chad continua tocando bateria com uma pegada invejável para quem tem 50 anos de idade, Anthony segue impressionando em Suck My Kiss e Flea ainda faz um show a parte, com um carisma inacreditável. Outra coisa: é impressionante como a plateia inteira canta praticamente todas as músicas. Um hit atrás do outro. Dá pra sentir saudades de John Frusciante, que deixou as guitarras da banda há alguns anos e foi substituído por Josh Klinghoffer. Ele é bom segura a onda, mas não tem a pegada de Frusciante.

Confira a galeria de fotos do Coachella 2013

De todos os dias do festival, esse foi o que a pista esteve mais cheio. Além do RHCP, o Main Stage abrigou os shows de Nick Cave and the Bad Seeds, Vampire Weekend, The Lumineers, Gasligth Anthem e Social Distortion.

Os Lumineers fizeram um bom show, mas não chegaram a animar a plateia, diferentemente do Tame Impala, uma das bandas mais comentadas do momento. Eles atraíram muita gente para o Outdoor Stage e mostraram um rock cheio de influências country e do blues. Uma boa dica para quem não conhece. O Vampire Weekend veio para o Coachella 2013 para provar que tem capacidade de tocar no palco principal de um dos maiores festivais do mundo – e se saíram muito bem. Os hits "Oxford Comma" e "A-Punk" foram o ponto alto da apresentação de uma hora. A plateia estava muito feliz e o show aconteceu logo depois do pôr-do-sol, para delírio de todos que sofreram com o calor dos três dias de festival - média de 36ºC.

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É preciso beber água o tempo inteiro, o Coachella acontece no meio do deserto, com clima muito seco, poeira e sol de rachar. Para amenizar, a organização mantém o preço da garrafa de água o mesmo desde a primeira edição do festival: $2. Além disso, disponibilizam bebedouros em alguns lugares mais afastados, para quem quer matar a sede e se refrescar. A única coisa realmente gelada que dá pra beber é uma raspadinha de limão bem gostosa, que custa $4. De resto, tudo fica quente muito rápido e não refresca.

Outra coisa legal que tem no Coachella é uma loja de CDs e vinis bem completa. Após a compra, os funcionários guardam e no fim do dia você assa e leva seu produto para casa. De quebra, pode acabar conhecendo seu ídolo, já que em horários marcados, eles dão autógrafos - as filas são enormes, mas vale a pena.

A impressão que fica é que o Coachella é um organismo que sobrevive sozinho. Tudo funciona muito bem e em perfeita harmonia. Há alguns dias anunciaram que os organizadores já fecharam o aluguel do espaço por mais dez anos - ou seja, ainda tem muito festival pela frente.

*Julião Pacheco é jornalista, escreve para o Blog do Julião e fala tudo sobre o Coachella em seu Twitter @juliaopacheco