Coringa/Warner/Divulgação

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10 easter eggs de Coringa

Novo filme do Palhaço do Crime presta homenagens a quadrinhos icônicos e clássicos do cinema

04.10.2019, às 19H20.
Atualizada em 04.10.2019, ÀS 19H33

Coringa, o filme que imagina uma nova origem para o maior vilão do Batman, chegou aos cinemas cheio de referências. O longa acompanha a trajetória de Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), um comediante frustrado que sofre de uma rara condição psicológica, que aos poucos perde a sanidade e passa a se satisfazer através de cruéis atos violência contra a sociedade. Sem adaptar diretamente nenhuma HQ, a produção dirigida por Todd Phillips prestar diversas homenagens a quadrinhos icônicos e clássicos do cinema.

O Rei da Comédia

O diretor Todd Philipps revelou que uma de suas inspirações para o longa é O Rei da Comédia, clássico cult de Martin Scorsese. No filme, Robert De Niro vive o comediante fracassado Rupert Pupkin – um homem que decide sequestrar o apresentador de talk show mais popular dos EUA para se apresentar em seu programa. O filme é uma comédia com tons de drama e mostra que, apesar de seus atos absurdos, ele consegue a sonhada fama. Em Coringa, Arthur Fleck é um aspirante a comediante cujo maior sonho é mostrar seu talento no programa de Murray Franklin (coincidentemente interpretado por Robert De Niro).

Taxi Driver

Taxi Driver, outro clássico de Scorsese, também foi homenageado em Coringa. O filme de 1976 ficou conhecido por mostrar um lado mais sombrio de Nova York, estética aproveitada no longa do Palhaço do Crime, que retrata Gotham de forma igualmente suja e perigosa. Outra similaridade entre as produções está na personalidade de seu protagonista, já que o Travis Bickle de Robert De Niro é um psicopata que tenta se encaixar na sociedade assim como Arthur Fleck.

A Piada Mortal

Na HQ A Piada Mortal, Alan Moore mostra o Coringa antes de se transformar em um vilão. Em pequenos flashbacks, descobrimos que antes de ser o principal rival do Batman, ele era um comediante fracassado, que só conseguia fazer sua esposa rir. No filme, Arthur passa pelo mesmo dilema, já que as piadas que anota em seu caderno não fazem sucesso durante sua apresentação.

John Wayne Gacy, o palhaço assassino da vida real

John Wayne Gacy é conhecido como um dos maiores serial killers da história. Culpado por mais de 30 assassinatos, dentre eles crianças e adolescentes, o criminoso se vestia como palhaço em festas infantis e eventos de caridade. O visual de Arthur Fleck, que chega a visitar um hospital infantil durante o filme, é fortemente inspirado em Gacy, que pintava triângulos azuis e um grande sorriso vermelho em seu rosto.

Outra referência ao assassino está no clube de comédia em que Arthur se apresenta. O lugar chama-se Pogo’s, um dos nomes de palhaço utilizados por Gacy - que também se intitulava Patches.

Charles Chaplin

Charles Chaplin é uma das principais referências para o longa. A já icônica cena do personagem forçando um sorriso enquanto se maquia é uma clara referência à Luzes da Ribalta, filme sobre um palhaço que, depois de anos de sucesso, cai no fundo do poço. Sua única motivação para continuar vivo é uma jovem bailarina que ajuda na rua, uma relação parecida com a que Arthur mantém com Sophie, a personagem de Zazie Beetz. Chaplin volta a aparecer em outro momento do filme, quando Fleck invade uma sessão do clássico Tempos Modernos para conhecer Thomas Wayne.

Santo poste, Batman

Quando vai à Mansão Wayne em busca de Thomas, Arthur Fleck tem um breve encontro com Bruce, o filho do milionário. Em sua curta participação no filme, o garoto presta uma discreta homenagem à série de TV do Batman dos anos 1960 quando desce de seu escorregador deslizando por um poste, assim como o Homem-Morcego de Adam West fazia para atender as chamadas do Comissário Gordon.

“Minha vida é uma comédia”

Durante seu processo de transformação no icônico vilão do Batman, Arthur Fleck se define através da frase “costumava achar que minha vida é uma tragédia, mas agora percebi que é uma comédia”. Essa síntese de sua filosofia distorcida é uma homenagem a Watchmen, HQ de Alan Moore, que apresenta o personagem Comediante como alguém que “viu a verdadeira face do século XX e escolheu se tornar um reflexo, uma paródia”. A referência se encaixa na versão do Palhaço do Crime criada por Todd Phillips, já que o diretor buscou motivações mais reais para a criação de seu antagonista.

O Operário

O filme de 2005 estrelado por Christian Bale mostra um homem que sofre de insônia e isso prejudica seu peso e aos pouco começa a deixá-lo insano. Coringa faz uma referência a esse longa por conta do físico absurdamente magro do protagonista e a queda para insanidade do personagem principal.

O Cavaleiro das Trevas - Cuidado com Spoilers!

Apesar de afirmar não seguir nenhuma HQ específica, Coringa presta várias homenagens a Cavaleiro das Trevas, um dos mais emblemáticos quadrinhos do Batman. O filme abre com um telejornal que constrói a atmosfera da trama ao escancarar os problemas sociais de Gotham logo nos primeiros minutos, assim como o quadrinho de Frank Miller.

Coringa volta a usar a TV para homenagear Cavaleiro das Trevas durante a sequência em que Arthur Fleck participa do programa de Murray Franklin. Na HQ, o vilão é convidado a participar de um talk-show por um psicólogo que acredita ter encontrado a cura para sua psicopatia. Porém, tudo não passava de um plano do Palhaço do Crime que mata todos os presentes e foge. O filme de Todd Phillips toma um rumo parecido ao mostrar seu protagonista assassinando Franklin em rede nacional.

Cinema em Gotham - Cuidado com Spoilers

O final do filme mostra um tumulto generalizado em Gotham inspirado no assassinato de Murray Franklin. Enquanto uma multidão enfurecida promove caos e destruição pela cidade, o casal Thomas e Martha Wayne volta do cinema com seu filho Bruce quando são emboscados e assassinados. A sequência, que recria a clássica origem do Batman, revela que em cartaz estavam O Signo de Zorro, filme que no cânone é uma das inspirações do órfão para se tornar um vigilante mascarado, e Um Tiro na Noite, longa de 1981 que tem um desfecho similar ao de Coringa.

Dirigido por Brian De Palma, o longa mostra um assassinato acontecido durante o Quatro de Julho, tradicional feriado dos EUA. Burke, o assassino interpretado por John Lithgow, aproveita-se dos fogos da comemoração para disfarçar o som do tiro desferido contra uma testemunha do crime cometido no início da história. Em Coringa o mesmo acontece, já que o assaltante se aproveitando da confusão em Gotham para roubar e matar os Wayne sem chamar atenção.