O ator Ray Fisher voltou a falar sobre problemas nos bastidores de Liga da Justiça. Em um extenso texto publicado nas redes sociais, o intérprete do Ciborgue falou mais sobre casos de racismo que teriam acontecido durante a produção, citando os executivos da Warner, Toby Emmerich, Geoff Johns e Jon Berg.
Segundo Fisher, ele não sabia sobre tais conversas até recentemente, quando pessoas que participaram de tais reuniões se sentiram à vontade para conversar com ele. O ator afirma que “quando se trata de questões envolvendo raça, sempre procuro dar o benefício da dúvida para aqueles que podem ser ignorantes de seus próprios preconceitos. Mas quando você tem executivos de um estúdio (particularmente Geoff Johns) dizendo ‘não podemos ter um homem negro nervoso no centro do filme’ - e então esses executivos usam seus poderes para reduzir e remover TODOS os negros daquele filme - eles não tem direito à qualquer direito associado com a dúvida”.
Ray Fisher diz que os executivos Toby Emmerich e Geoff Johns não eram ignorantes sobre seus preconceitos e que eles sabiam “que a retórica racista que eles optaram por usar nessas reuniões eram ofensivas, discriminatórias e inaceitáveis”. O ator diz que os atos evoluíram para gaslighting (tipo de abuso psicológico em que informações são distorcidas para fazer a vítima duvidar de si mesma), seguidos de pedidos problemáticos, como pedir para que ele “interpretasse o Ciborgue como o Quasímodo”, personagem de O Corcunda de Notre Dame, e “forçando uma cena a ser refeita para destacar a existência do pênis do Ciborgue”.
O ator continua, dizendo que estes não foram os únicos problemas. Fisher diz que a liderança da Warner Bros. Pictures mentiu para o elenco e equipe de Liga da Justiça, ao afirmar que Zack Snyder tinha escolhido Joss Whedon para finalizar a produção após sua saída. Segundo ele, haverá tentativas de jogar a culpa totalmente em Kevin Tsujihara e Joss Whedon, mas que foi Geoff Johns que insistiu para que Whedon revisasse o roteiro da Liga e que, embora não esteja creditado como roteirista, Johns faz parte da discriminação racial que ocorreu nas reuniões com Toby e Jon.
Ray Fisher termina o comunicado afirmando que o Liga da Justiça de Zack Snyder é uma prova e, ao mesmo tempo, oposição à essa discriminação, que ele está em dívida com aqueles que participaram das investigações sobre filme e que Walter Hamada deve um pedido de desculpas a todos que participaram das investigações.
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Entenda o caso
Em julho de 2020, Ray Fisher acusou Joss Whedon de ter uma postura abusiva no set de Liga da Justiça, dizendo que ele foi apoiado em tais atos por Geoff Johns e Jon Berg. Algumas semanas depois, o ator disse que estava coletando informações contra o diretor, que recebeu diversas acusações recentemente, incluindo de atrizes de Buffy, o roteirista de Firefly e das equipes das séries Buffy e Angel.
Em meio à tudo isso, Fisher começou a falar também contra a Warner, dizendo que o presidente da DC Films, Walter Hamada, pediu para ele "pegar leve" com Geoff Johns em suas queixas. Uma investigação interna foi aberta para apurar as acusações do ator e, em dezembro, a WarnerMedia disse que concluiu o processo e que "ações corretivas" seriam tomadas, sem divulgar maiores detalhes.
Com todo o caso, surgiu a dúvida sobre a volta de Ray Fisher ao papel de Ciborgue nos cinemas. O ator estará na versão de Snyder de Liga da Justiça, mas já confirmou que não vai aparecer no filme solo do Flash, como estava previsto.
Whedon assumiu as filmagens de Liga da Justiça depois da saída de Zack Snyder da direção por problemas familiares. A reação negativa em torno do filme estimulou pedidos pela versão original do longa, já que muito material planejado pelo Snyder não entrou na versão final. Após muito tempo, a Warner confirmou o lançamento do Snyder Cut, que será lançado em 18 de março no HBO Max nos EUA, e para aluguel digital no Brasil.