O canal Showtime promoveu na última terça-feira (24) sua Summer Press Tour, em Los Angeles, para divulgar seus novos projetos para a próxima fall season, recebendo todos os envolvidos nessas estreias para falar um pouco sobre o que esperar. É evidente que a grande ansiedade girava em torno do retorno de Dexter, que teve sua nova temporada chamada de New Blood. Para falar sobre o revival, estavam presentes Michael C. Hall (Dexter), Jennifer Carpenter (Deb), a nova contratada Julia Jones (Angela), o diretor Marcos Siega e o showrunner Clyde Phillips -- e o Omelete pôde acompanhar tudo virtualmente.
Dexter: New Blood vai mostrar o caçador de serial killers em seu refúgio, anos depois do desastroso final da oitava temporada, levando uma vida pacata, mas sempre com seu dark passenger em seu encalço, só esperando uma oportunidade para agir novamente. É claro, então, que todos os presentes na coletiva esperavam para falar bastante sobre como será esse novo momento do personagem, que mesmo inserido num outro contexto, precisa lidar com o passado. “Lidar com o passado”, inclusive, pareceu ser uma questão que também precisou ser trabalhada por trás das câmeras.
“Como Michael costuma dizer, essa não é uma nova temporada de Dexter”, disse Clyde Phillips quando foi indagado sobre as costuras entre o passado e o presente. “Essa é uma outra abordagem do personagem”, completou. A própria forma como o revival tem sido divulgado sinaliza essa preocupação. Dexter está fora do ambiente solar e agitado de Miami; e vive numa região interiorana e cercada de gelo. “Não passaremos muito tempo com flashbacks sobre como Dexter foi parar no ponto em que ele está”, disse Michael, já adiantando que o que os envolvidos querem mesmo é esquecer que aquele final existiu.
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Clyde Phillips nunca escondeu de ninguém que teria escrito um final totalmente diferente para o personagem. O showrunner deixou a série logo depois da quarta temporada, quando Dexter enfrentou uma grande mudança, que foi, inclusive, considerada pelos fãs o ponto de ruptura que levou à descaracterização do personagem nos anos seguintes. Na coletiva, ele foi categórico ao se recusar a responder perguntas sobre como a série acabou, mas admitiu que precisou respeitar a trajetória que foi estabelecida, inclusive transmitindo a responsabilidade por certas coisas para a rede: “New Blood foi um subtítulo que partiu do Showtime”.
A questão em torno do tal “new blood” tem uma razão de ser. O trailer exibido revela que Deb não é a única velha conhecida que aparecerá nos novos episódios. Harrison, o filho de Dexter, será parte fundamental da condução da temporada. Clyde falou sobre isso: “ Queriamos abordar as relações paternas, esse era o tema; e não dava para não trazer Harrison de volta. Mas, ele não é necessariamente o “sangue novo” do título”. Michael ainda acrescentou: “Voltar foi um conjunto de coisas, mas principalmente saber que toda a banda poderia estar reunida. Todos precisavam estar disponíveis. E muito tempo passou, o que eu queria mesmo, até pensando no Harrison, em vê-lo mais velho, indo atrás do pai”.
Aparentemente, a presença de Deb nos episódios era para ser mantida em segredo, mas a produção fracassou na missão. Clyde, contudo, afirmou que Harrison e ela não serão os únicos personagens familiares aos fãs: “Temos algumas pessoas que vão voltar e elas só não foram anunciadas. Estamos tentando manter tudo em segredo, já que não conseguimos manter Jennifer em segredo no começo”, disse. Foi John Lithgow, que também reaparece como Trinity, quem disse sem querer numa entrevista que Jennifer iria voltar.
Enquanto Clyde se recusava a responder as constantes perguntas sobre como a série original terminou, Michael C. Hall fez um resumo eficiente sobre o que acabou sendo preponderante para que o revival saísse do papel: “Eu acho que o jeito que a série terminou já é uma boa justificativa para trazer o personagem de volta. A série não terminou de um jeito que deu às pessoas um senso de conclusão e eu acho que essa foi uma boa parte da nossa motivação. Eu não quero falar nada que possa estragar a experiência das pessoas, mas espero que essa volta seja um final satisfatório para os fãs”. Além disso, ele revelou que resolveu não reassistir nada. Julia Jones, que vive a nova namorada do personagem, também preferiu ficar no escuro.
Uma outra novidade foi o anúncio de que um importante personagem entrará no episódio 3 para situar Dexter no mundo dos assassinatos modernos. “A audiência mudou, precisávamos acompanhar essas mudanças. Então, no episódio 3 teremos a entrada de um podcaster de crimes reais e ele estará lado a lado da personagem de Julia na investigação”, contou Clyde. Também foi anunciada uma nova abertura “bem diferente da original” e um reforço ao que eles chamaram várias vezes de “nova forma” da série. Um ritmo bem intenso é esperado, já que, segundo Clyde, toda a ação corresponde a apenas 2 semanas da vida do protagonista.
Por fim, o diretor Marcos Siega ainda jogou a última pílula de expectativa: “O que tentamos foi imaginar como seria um filme do Dexter. É isso que vocês verão”. Contudo, para conhecer esse “novo destino” do personagem, os fãs terão que esperar até 7 de Novembro. Dexter: New Blood será, ao menos inicialmente, uma série limitada. Quando indagado sobre a possibilidade de continuar a história com Harrison “assumindo” o lugar do pai, o criador da série foi catégorico: “Não, nós não vamos por aí”.
Dexter: New Blood será exibida no Brasil pelo streaming Paramount+.