Filmes

Vídeo

Killer Joe – Matador de Aluguel | Omelete Entrevista Elenco

Eles falam como aceitaram seus respectivos papéis

06.03.2013, às 13H15.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 17H18

Nosso correspondente de Hollywood, Steve Weintraub, conversou com Matthew McConaughey, Emile Hirsch, Gina Gershon e Juno Temple sobre Killer Joe – Matador de Aluguel (Killer Joe). Eles falaram o que acharam do roteiro primeiramente, como se preparam para os papéis e Matthew McConaughey fala sobre a sequência de O Poder e a Lei.

 

Fale um pouco sobre quando lhe ofereceram o papel, você ficou imediatamente empolgado ou nervoso?

Matthew McConaughey: Não, eu fiquei enojado. Eu não gostei do roteiro, eu não gostei do mundo. Eu senti nojo. Eu só queria tomar um banho quente com uma bucha de aço. Eu disse: "Eu não quero ter nada a ver com isso." E depois eu conversei com algumas pessoas com quem eu trabalho, em cuja opinião eu confio e que também leram, e eles me falaram sobre o humor do filme. Eu não tinha entendido nada o que tinha de engraçado no filme. Achei nem um pouco engraçado. E depois eu esperei passar dois ou três dias e voltei a ler o roteiro, e eu me vi dando umas risadinhas, depois rindo mais um pouco e depois dando gargalhadas das coisas. E, não sei o que isso fez, mas me ajudou a ver a genialidade da escrita de Tracy Letts. E depois eu consegui ver quem era o personagem Joe e também o tom do filme inteiro. E depois eu me sentei com William Friedkin, o diretor, que tinha uma visão muito precisa do que o filme era para ele e foi aí que eu disse: "Tudo bem, estou dentro." e fui trabalhar no personagem, e aí comecei a realmente amar este cara, Joe e seu mundo.

Emile Hirsch: Eu entrei completamente quando... eu li o roteiro. Eu estava trabalhando em "A Hora da Escuridão" em Moscou. Meu agente me mandou o roteiro e... ele não me falou nada sobre ele, então eu disse: "Eu só vou ler este roteiro que está escrito 'Killer Joe' na capa." Literalmente, foi isso. Então, eu o estou lendo e simplesmente... não conseguia saber se era uma comédia ou um drama, até... ler mais e mais e, eventualmente, eu pensei: "Isto é uma loucura, isto é tão..." E quando eu estava terminando, eu pensei: "Isto está realmente acontecendo?" Como a cena da coxa da galinha. Eu pensei: "É uma piada? O que é isso?" E depois eu conversei com eles e disse: "Isto é muito interessante." "Eu tenho que conhecer William Friedkin, isto é ótimo!" Então, havia esses incêndios horríveis em Moscou e nós paramos de gravar "A Hora da Escuridão" por algumas semanas, e eles nos levaram de volta para Los Angeles por segurança, porque havia tanta fumaça em Moscou. Eu consegui conhecer William Friedkin... e ele foi tão charmoso e tão preciso que ele simplesmente... Eu falei: "Eu quero muito estar neste filme."

Gina Gershon: Bom, quando eu li pela primeira vez, há muitos e muitos anos, porque me foi entregue como uma peça de teatro, eu obviamente falei: "Eu não posso fazer isso oito vezes por semana." Então, eu não fiz. Então, eu fiquei empolgada pelos personagens, porque são realmente incríveis, mas você vai a lugares obscuros que não são os mais agradáveis, mas sendo um filme ao invés de uma peça. Eu falei: "Você tem que fazer. Você tem William Friedkin, Tracy Letts, este elenco, não tem o que pensar."

Juno Temple: Sim, foi o mesmo para mim. Eu li o roteiro e eu realmente queria fazer o papel, e eu mandei uma fita e...

GG: O seu irmão de 10 anos leu com você, certo?

JT: Sim, eu fiz ele ler a minha fala sobre minha mãe tentar me sufocar com um travesseiro e eu simplesmente imitei ele. Eu sei. E, de novo, exatamente como você disse. Trabalhar com William Friedkin, ter uma peça de Tracy Letts adaptada para um filme e este elenco incrível, e simplesmente o desafio. Eu realmente nunca li uma personagem tão muitas em uma... interessante, bizarra, meio que de outro mundo, metade criança, sabe-tudo, cheia de raiva, para uma garota da minha idade. Nunca. Eu li o roteiro e pensei, de verdade: "Esta é uma das melhores oportunidades para mim, provavelmente." E... foi bem angustiante.

GG: Até este ponto.

JT: Angustiante, especialmente para entrar naquele set, porque eu realmente queria estar preparada e queria fazer o meu melhor em todos os momentos e... Mas foi ótimo porque todos eram muito acolhedores, tão amáveis e tão colaborativos que acabou sendo um compreensivo... equipe, mas...

GG: Sim, foi um ambiente muito seguro em um ambiente muito inseguro.

JT: Totalmente, sim.

Muitas vezes, quando você recebe um roteiro, e depois você chega no set, muitas coisas mudam e quando você vê o filme finalizado, pode parecer nada com o que você assinou. Como ficou este projeto em relação ao que você assinou?

MM: Bem parecido com o que assinamos. Porque é o que Tracy escreveu. Eu adoro improvisar, eu adoro brincar, eu faço alguma coisa, você não sabe o que vai entrar ou não. Este filme foi praticamente palavra por palavra do que Tracy escreveu. Então, este filme é literalmente o que lemos. O tom, eu não sabia o que seria. Como... É provocativo deliberadamente. Tem... Alguém escreveu isso e eu achei ótimo: "O filme tem quase que uma amoralidade alegre." É absurdo em certos pontos. Você está rindo enquanto pensa: "Eu não deveria estar rindo, deveria estar sentindo nojo agora." E, depois, você sente enjoo, mas você se vê rindo. É realmente algo que botará uma pressão em qualquer pessoa que esteja assistindo e elas vão ter... Eu não sei se eles vão ter uma opinião sobre o filme, mas eles vão saber que tiveram uma experiência. Com certeza.

É interessante porque este papel é o sonho de qualquer ator. Este diálogo saboroso. Os personagens são simplesmente interessantes. Fale um pouco sobre a preparação para este papel em comparação com outros filmes que você fez.

EH: Bom, este foi diferente porque... o diálogo está na página. E há uma autenticidade sobre o que são as cenas, talvez não em relação à realidade, mas, nas cenas, eles parecem ser verdadeiros com eles mesmos. E, comparado com outros filmes em que eu trabalhei, em que há "lição de casa", pesquisa ou algo assim, não havia muito disso, era mais sobre conseguir fazer as cenas bem. Fazer bem o que estava na página.

Como que a preparação para este papel foi, talvez, diferente de outras coisas que vocês fizeram? Foi mais desafiadora, tiveram que chegar a outro estado mental?

JT: Eu acho que, para mim, sim. Eu estava... Foi desafiador. Eu não sou uma pessoa brava na vida real. E definitivamente foi uma conversa interessante de se ter com William Friedkin sobre o tanto de raiva que havia dentro desta garota. Foi realmente algo que ele me ajudou muito e o fato de ele dizer antes de qualquer take: "Lembre-se da raiva. Lembre-se da raiva." Foi realmente um desafio para mim.

GG: Eu... Eu acho... Não foi tão desafiador, na verdade. Você quer pensar no sotaque e você quer simplesmente conhecer o personagem. Foi um desafio, para mim, não pensar naquela cena final, porque quanto mais em pensava... Eu não queria racionalizar demais. Eu acho que Sharla está secretamente no controle a todo momento, então, no final, quando ela não está em controle, foi um experimento interessante, simplesmente dizer: "Eu não quero pensar nisso, vamos fazer de uma vez." Eu estarei preparada, Matthew McConaughey está preparado, William Friedkin está lá. Vamos de uma vez. E, então, isso foi um pouco amedrontador, mas acho que foi a forma certa de fazermos. Eu acho que se eu tivesse pensado muito sobre a cena, eu ficaria: "Merda, eu não quero fazer essa cena."

Há alguma notícia sobre a sequência de "O Poder e a Lei"?

MM: Cara, eu espero que sim. A última notícia é que eu queria saber mais. A última notícia é que eu queria já ter o roteiro do segundo filme em mãos, para ter opiniões e passar algumas anotações. Se Mickey... Este próximo roteiro... E eles estão trabalhando nele. Está sendo escrito. Eu amaria entrar no personagem Mickey Haller novamente. E de todos os personagens que eu já fiz, é o que mais me empolga, se for bom e se o roteiro for bom, de continuar como um personagem. Mickey Haller, sim.

Eu tenho que terminar com você. Eu tinha muitas outras perguntas.

MM: Sim, eu falo muito.

 

 

 


Killer Joe – Matador de Aluguel estreia 8 de março nos cinemas.