Steve Weintraub, nosso correspondente de Hollywood, conversou com Ryan Gosling, Dane DeHaan, Eva Mendes e Derek Cianfrance sobre o filme O Lugar Onde Tudo Termina (The Place Beyond The Pines). O elenco contou sobre a filmagem do longa e projetos futuros e o diretor falou sobre as cenas deletadas do filme.
Uma coisa ótima sobre o filme é que simplesmente parece tão crível, autêntico e real. Fale um pouco sobre como foi trabalhar com Derek Cianfrance para ter certeza que você acertaria esse tom.
Ryan Gosling: Bom, Derek é diferente de qualquer outro cineasta com quem eu já trabalhei assim e ele simplesmente... É meio difícil explicar quão difícil é criar esse tipo de situação, uma situação naturalista, quando se está fazendo um filme, porque simplesmente o fato de ter uma câmera ali altera a forma como as pessoas agem. E, especialmente, quando Derek quer trabalhar com o máximo possível de pessoas do ambiente. É um verdadeiro talento que ele consegue... Você pode fazer uma coisa de uma forma natural, mas não necessariamente significa que você vai conseguir performances naturalistas. Você realmente precisa lutar por isso, planejar isso e é muito difícil criar um ambiente para isso. Você tem que pensar isso muito antes da filmagem. Então quando nós entramos, já está tudo arrumado. Ele já fez todo esse trabalho.
Dane DeHaan: Bom, Derek se preocupa muita com a realidade. Ele se preocupa em criar uma circunstância real e ele faz isso de inúmeras formas diferentes. Uma coisa que ajudou, honestamente, foi que nós estávamos filmando na cidade em que o filme se passa. Em... Especialmente a minha parte do filme, no exato momento em que o filme se passa. Então, em relação a criar um ambiente, o ambiente era exatamente onde estávamos. Não há nenhuma atuação em relação a isso. E também ele fazia coisas como: se eu estou roubando uma loja, ele contrata a pessoa que trabalha na loja, na verdade, para ficar atrás do balcão. E se eles te veem roubando a loja, eles falam: "Eu estou te vendo." e você não pode mais continuar. Então, ele força você a realmente fazer essas coisas. Ele cria um ambiente tão real.
Fale um pouco sobre como você se preparou como uma atriz para atingir esse realismo na tela e como você trabalhou com Derek para atingir isso.
Eva Mendes: Bom, algumas coisas que Derek fez... Bom, deixe eu começar pelo início. Eu acho que isso vai te mostrar como tudo isso começou e é realmente um reflexo de como filmamos o filme. Como filmamos as coisas da minha personagem. Eu... Derek tinha algumas dúvidas sobre mim como a personagem. Ele não tinha certeza se eu deveria interpretar Romina. Ele estava indo atrás do elenco e eu disse: "Bom, deixe eu ir te ver e me dê uma chance." Então, eu fui ao seu escritório, ele estava em Los Angeles, no seu escritório, e eu estava completamente diferente. Então, foi um bom sinal que ele não me reconheceu no lobby. Eu pensei: "Já é um bom começo." Mas aí eu falei: "Ao invés de fazer isso lendo algo no seu escritório, com luzes fluorescentes em um ambiente estranho, por que não damos uma volta? Nós damos uma volta por Los Angeles e eu mostro os lugares e eu mostro os lugares onde cresci, e aí você pode ver as semelhanças entre eu e a personagem." E foi a melhor coisa. Nós ficamos duas horas no carro, nós fomos à minha escola, alguns lugares em que eu vivi e, eu tenho que dizer, foi incrível. E foi assim que começou. Então, quando chegou a hora de filmar, havia aquela... Ele sentiu que tinha confiança em mim, porque ele sabia de onde eu vinha. E até a minha mãe no filme interpreta um papel importante. Ele me disse: "Eu quero que você contrate a sua mãe." E eu disse: "Como assim?" Ele disse: "Você vai conhecer mulheres em Nova York, e você vai escolher uma para fazer a sua mãe." E eu disse: "E se você não gostar? Eu não sei!" Ele disse: "Eu vou gostar, porque vem de você e eu sei que você vai escolher a pessoa certa."
Obviamente o filme vai sair em Blu-ray. Você é o tipo de pessoa que coloca todas as cenas deletadas e outras coisas lá?
Derek Cianfrance: Sim. Sim, eu gosto de colocar cenas deletadas. Para mim, filmar um filme é... Bom, escrever um filme é como sonhar, filmar um filme é como viver e editar um filme é como um assassinato. Eu odeio editar. Porque você tira esses ótimos momentos, esses presentes que os atores lhe deram... e você tem que os joga fora, você os mata. Eu já tive que cortar a minha mãe de filmes. Você me entende? Cortar bons amigos, matar bons amigos em filmes. E isso não é divertido. Especialmente quando as pessoas dão tanto delas mesmas nos sets, então... Mas, também, é absolutamente necessário, porque editar é como fazer uma escultura. Quando você começa a tirar todas essas coisas, de repente, a forma é revelada. Mas eu amo dar isso ao público, para que ele possa ver esses outros momentos, que são equivalentes... Que são momentos válidos, mas que talvez não viveram com aquela escultura do filme.
Eu estou tão empolgado com o filme de Larry David em que você está.
EM: Sim!
Fale um pouco sobre quem você vai interpretar, como foi fazer o filme.
EM: Meu Deus, você não tem noção... Eu estou tão empolgada... por razões diferentes que esse filme. É como a minha forma engraçada deste filme, de alguma forma, porque eu pude contracenar com Larry David. Eu, literalmente, improvisei tudo, naquele estilo do Larry David, em que você consegue o resultado de uma cena, mas você simplesmente improvisa. Nunca me diverti tanto, a melhor filmagem! Eu interpreto uma personagem com um sotaque louco, bem extravagante. Ela é maluca. E, eu digo, eu me diverti muito. Eu não vejo a hora de ver esse filme. É um papel pequeno, mas é um em que eu me envolvi muito.
Qual foi a sua reação quando leu o roteiro pela primeira vez?
DD: O roteiro de "Homem-Aranha"?
Sim.
DD: É incrível. Realmente é. É realmente... Não é... É completamente... É humano, profundo e também é épico, e ainda um grande filme de super-herói. Mas tudo faz sentido e tudo vem de elementos muito humanos. Eu realmente acho que as pessoas vão amar.
O Lugar Onde Tudo Termina entreia 21 de junho nos cinemas.