Embora milhões de fãs de Saltburn provavelmente discordem dele, Barry Keoghan não se considera um bom dançarino - mas os seus diretores vivem pedindo que ele mostre seus melhores passos diante da câmera. Um ano depois do polêmico longa de Emerald Fennelltransformar “Murder on the Dancefloor” em um hit tardio, Keoghan comparece ao Festival de Cannes 2024 com o filme Bird, de Andrea Arnold, que conta com outro número musical imediatamente antológico.
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O momento chega no finalzinho do filme, quando o persongem de Keoghan, um jovem pai solteiro que está prestes a se casar novamente, se joga em uma rendição desafinada de “The Universal”, do Blur, para impressionar a nova esposa durante a cerimônia. Na coletiva de imprensa do filme, realizada hoje (17), o Omelete perguntou ao ator sobre sua relação com a música e a dança na hora de construir novos personagens.
“Eu não acho que eu sou um bom dançarino, mas acho que a dança é algo muito atrativo. Ver alguém dançar é algo que nos absorve para o mundo dela, sempre funciona para mim”, comentou. “E, sim, a música é uma grande inspiração para mim. Quando você quer imergir no mundo de um personagem, se cercar com playlists que façam sentido para ele é uma ferramenta valiosa - e isso não quer nem dizer só as músicas que ele ouviria, porque já interpretei alguns personagens que nem sequer ouviam música”.
A parceria com Arnold, portanto, deu muito certo - a diretora é conhecida pelo gosto musical “super cool” (nas palavras de um dos produtores de Bird), e já orquestrou momentos memoráveis, em seus filmes anteriores, embalados por canções pop. Se em Bird ouvimos Blur, Coldplay e mais uma boa seleção de hip hop britânico, em Docinho da América os personagens se esbaldavam dentro de um mercado ao som de “We Found Love”, de Rihanna. Por trás das câmeras, enquanto isso, cada um dos atores de Arnold sempre ganha uma playlist para ajudar a entender seu personagem.
“Música é algo massivamente importante na minha vida em geral, e certamente durante as filmagens de um novo projeto. Eu toco muitas playlists no set, videoclipes passando ao fundo enquanto gravamos. Eu tenho um megafone nas mãos para conversar com o elenco, e enquanto isso o DJ está trabalhando o dia todo para nos inspirar, porque a música mantém o ambiente leve, feliz, e cria um espaço para que encontremos a nossa relação colaborativa. Tenho playlist para tudo: para escrever, para encontrar o visual certo para o filme, para conversar com os atores… a música está comigo o tempo todo”, explicou a cineasta durante a entrevista.
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O Festival de Cannes 2024 acontece entre 14 e 25 de maio, exibindo filmes aguardados como Furiosa: Uma Saga Mad Max e Megalopolis, de Francis Ford Coppola, entre muitos outros. Fique de olho no Omelete para a cobertura completa.