O júri da competição principal do Festival de Cannes 2024 enfrentou uma bateria de perguntas sobre representatividade durante coletiva que aconteceu hoje (14), acompanhada pelo Omelete. O tom das respostas foi melhor definido por Omar Sy, que falou sobre a dificuldade que o cinema africano ainda encontra para se infiltrar na seleção de Cannes.
“Representar o cinema africano não é um dever de um Festival como esse, mas é um desejo que eu e muitos outros tenhamos expressado”, comentou. “Eu faço minha parte, produzo filmes em Senegal, me interesso por histórias do continente africano… mas não sinto que seja uma obrigação. Me parece algo natural quando estamos falando de cinema, que busquemos abraçar as histórias que nos movem - e as histórias africanas movem muitos de nós”.
Já Gerwig falou sobre a lenta marcha da inclusão de diretoras mulheres em termos parecidos: “Eu tenho ido a festivais de cinema há quase 20 anos, e me parece que essa questão existe desde então. Eu tenho certeza que ainda temos muito a melhorar, mas nesses 20 anos eu vi muita mudança e muita evolução. Estou muito ansiosa para ver todos os filmes dirigidos por mulheres este ano, e sempre vou comemorar quando vejo mais filmes dirigidos por mulheres em festivais. Me parece que estamos na direção certa”.
A seleção principal de Cannes 2024 conta com quatro filmes dirigidos por mulheres (Bird, de Andrea Arnold; The Substance, de Coralie Fargeat; All We Imagine as Light, de Payal Kapadia; e Diamant Brut, de Agathe Riedinger), e com nenhum filme de origem africana.
O Festival de Cannes 2024 acontece entre 14 e 25 de maio, exibindo filmes aguardados como Furiosa: Uma Saga Mad Max e Megalopolis, de Francis Ford Coppola, entre muitos outros. Fique de olho no Omelete para a cobertura completa.