De hoje até o dia 17 de julho, a cidade de Cannes — novamente — estará tomada por astros, fotógrafos, jornalistas e diretores em um dos maiores e mais respaldados festivais de cinema do mundo. O Festival de Cannes retoma as atividades após uma pausa forçada, em 2020, por conta da pandemia do novo coronavírus. E este ano, o Brasil está presente na celebração, tanto no júri (graças à presença de Kleber Mendonça Filho), como na programação oficial.
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Na competição de curtas-metragens, existem duas produções em busca do ouro: Sideral, de Carlos Segundo, e Céu de Agosto, de Jasmin Tenucci.
O curta Sideral gira em torno de um casal formado por uma faxineira e um mecânico, além de seus dois filhos. A família é impactada pelo lançamento do primeiro foguete tripulado por brasileiros. Já Céu de Agosto gira em torno de uma grávida que precisa cuidar de si e de sua avó, que está doente, enquanto precisa lidar com as queimadas da Amazônia, que afetam o seu dia a dia.
Embora não esteja em competição, o vencedor do prêmio Um Certo Olhar, em 2019, por A Vida Invisível, Karim Aïnouz, também lança no festival o filme O Marinheiro das Montanhas em uma das sessões especiais. Na produção, o diretor resgata memórias de sua família por meio de fotografias antigas.
Em outra mostra, na Cinéfondation, que prestigia produções realizadas por novos diretores, o curta Cantareira, do estudante Rodrigo Ribeyro, também faz uma aparição. O título procura mostrar o paradoxo entre a metrópole e a natureza que rodeia a Serra da Cantareira, localizada próxima à cidade de São Paulo.
Outro título nacional que também fará uma aparição na edição deste ano é Medusa, título selecionado para a Quinzena dos Realizadores. O longa de Anita Rocha da Silveira reflete sobre a pressão que a sociedade coloca sobre as mulheres para serem perfeitas, usando para isso a história de Mariana, uma jovem obcecada por controlar cada aspecto de sua vida. Um dia, no entanto, "a vontade de gritar será maior do que ela é capaz de suportar", segundo a sinopse no Torino Film Lab.
A produtora brasileira RT Features, liderada por Rodrigo Teixeira, também assina a produção de dois filmes da programação oficial. O primeiro é Bergman Island, novo longa de Mia Hansen-Løve (O Que Está Por Vir), que concorre à disputada Palma de Ouro. E Murina, de Antoneta Kusijanovic, que, assim como Medusa, também terá seu lugar na Quinzena dos Realizadores.
O evento francês ainda será palco de uma exibição especial de Velozes e Furiosos 9, e vai homenagear nomes como Jodie Foster e Marco Bellocchio com Palmas de Ouro honorárias pelo conjunto da obra.