Filmes

Lista

16 filmes autorais para ver em 2017

Polanski, George Clooney e Cacá Diegues integram a lista

25.11.2016, às 19H08.
Atualizada em 25.11.2016, ÀS 20H06

Nem só de super-heróis viverá o cinema em 2017: na lista a seguir, foram elencadas algumas das produções internacionais de cunho autoral (e de potência explosiva) de maior expectativa para 2017. Tem França, Itália, Argentina, EUA (em sua seara off-Hollywood), Áustria e, é claro, Brasil, marcando a volta de cineastas consagrados pela crítica e donos de um fã-clube.

Baseado numa História Real (D'après une histoire vraie), de Roman Polanski

Diretor de cults como O Bebê de Rosemary, o octagenário mestre franco-polonês investe no suspense uma vez mais, apoiado em um roteiro escrito pelo diretor Olivier Assayas (Depois de Maio), com base no romance homônimo de Delphine de Vigan. Na trama, Eva Green é uma fã fiel da escritora interpretada por Emmanuelle Seigner (mulher do diretor) que inferniza a vida da autora, a fim de interferir nos rumos de seu próximo romance. Previsto para estrear no Festival de Cannes, em maio. 

La Cordillera, de Santiago Mitre

Premiado em Cannes em 2015 com Paulina, o roteirista mais disputado da Argentina quando o assunto é cinema político conta com Ricardo Darín como chamariz para esta trama sobre um encontro de cúpula entre líderes da América Latina, no qual os rumos do continente serão definidos. Estão em cena atores de peso do Chile (Paulina GarcíaAlfredo Castro) e do México (Daniel Giménez Cacho), além de uma participação do americano Christian Slater. Previsto para maio.

Pinocchio, de Matteo Garrone

Considerado um dos pilares da renovação do cinema italiano, o laureado diretor de Gomorra (2008) e Reality (2012) vai reinventar a saga do boneco de pau que tenta virar gente, tendo o ator Toni Servillo (de A Grande Beleza) na pele de Geppetto. Na trama, o inventor tenta aplacar a própria solidão criando pra si um filho de madeira. 

Suburbicon, de George Clooney

Parceiro dos irmãos Coen em vários filmes, o galã mais politizado dos EUA dirige um roteiro assinado por seus habituais parceiros, com foco nas confusões que um crime deflagra em uma cidadezinha americana dos anos 1950. Matt DamonJulianne Moore Oscar Isaac estão no elenco.Deve ficar pronto para o Festival de Berlim, em fevereiro. 

Zama, de Lucrecia Martel

Mais aclamada realizadora da Argentina, na porção menos comercial (e mais ousada) do cinema dos nossos hermanos, a diretora de O Pântano (2001) volta ao cinema, produzida pelo espanhol Pedro Almodóvar e pela brasileira Vânia Catani (de O Palhaço), com a adaptação literária de um romance de Antonio Di Benedetto, ambientado no século XVIII. O enredo fala de um funcionário da Coroa Espanhola alocado em uma colônia sul-americana que, à espera de uma transferência para Buenos Aires, sai à caça de um malfeitor. Matheus Nachtergaele integra o elenco. 

Happy Days, de Michael Haneke

Ganhador de duas Palmas de Ouro, o diretor de Amor (2012) e A Fita Branca (2009) investe agora no tema do momento: refugiados políticos. Estrelas míticas da França como Jean-Louis Trintignant e Isabelle Huppert juntam-se ao ator e diretor Mathieu Kassovitz para construir, sob a batuta do cineasta austríaco uma análise sobre a alienação de uma família francesa burguesa acerca do drama de imigrantes da África e do Oriente Médio obrigados a deixar suas nações. 

Day 6, de Darren Aronofsky

Ainda não há certezas de que este será o título deste drama capitaneado pelo premiado realizador de Cisne Negro (2010): há quem use o nome Mother para este projeto, sobre um jovem casal (Jennifer Lawrence Domhnall Gleeson) abalado pela chegada de estranhos que vão desafiar a harmonia em suas rotinas. Javier BardemEd Harris Michelle Pfeiffer completam o elenco. 

Downsizing, de Alexander Payne

Definido por Woody Allen como o maior realizador de humor dos EUA no momento, o diretor de dramédias ácidas como Nebraska (2013) e Os Descendentes (2011) faz uma reflexão das crises econômicas e morais dos EUA a partir de uma inusitada situação encarada por Matt Damon: ele vive um sujeito que encolhe de tamanho.

Call Me By Your Name, de Luca Guadagnino

Produzido pelo brasileiro Rodrigo Teixeira (A Bruxa), o novo filme do aclamado cineasta italiano responsável por Um Sonho de Amor (2009) narra uma história de amor (com base em roteiro do mestre do romantismo James Ivory) entre um adolescente e um visitante da casa de seus pais numa casa de colina em Cremona. Quem já espiou o corte final, atesta ser o melhor trabalho de Armie Hammer (O Agente da U.N.C.L.E.) e de Michael Stuhlbarg (Um Homem Sério). A trama veio de um romance de André Aciman.

You Were Never Really Here, de Lynne Ramsay

Anda crescendo a boataria acerca da escolha deste novo trabalho da diretora escocesa, aclamada mundialmente em 2011 por Precisamos Falar Sobre o Kevin, como filme de abertura do Festival de Berlim, no dia 9 de fevereiro. Ela trouxe Joaquin Phoenix para o papel de um veterano de guerra que se esforça para salvar mulheres do tráfico de escravas sexuais. 

O Grande Circo Místico, de Carlos Diegues:

Com um elenco estelar para o padrões nacionais, tendo o francês Vincent Cassel como o patriarca de um picadeiro, esta coprodução entre Brasil, França e Portugal nasce de um diálogo entre o realizador de Deus é Brasileiro (2003) e a poesia de Jorge de Lima, narrando as peripécias de uma trupe circense ao longo de cem anos. Jesuíta Barborsa é o mestre de cerimônias do circo. Em finalização até fevereiro. 

 

Bacurau, de Kleber Mendonça Filho

Estima-se que o novo longa-metragem do diretor de Aquarius, o pernambucano Kleber Mendonça Filho, pode estar pronto para 2017: Bacurau, cuja trama acompanha uma equipe de cinema às voltas com fatos inusitados em uma pequena cidade. Pelo teor político explosivo da obra pregressa do diretor, espera-se dele mais um exercício de reflexão sobre as contradições do Brasil. 

Okja, de Bong Joon-ho

Revelado mundialmente com o filme monstro O Hospedeiro, em 2006, o diretor coreano, que há tempos conquistou as graças do cinema europeu e do americano, filma, em língua inglesa, a saga de uma jovem em luta contra uma corporação que deseja surripiar seu animal de estimação: um bichinho tamanho GG. Tilda Swinton Jake Gyllenhaal estão no elenco. 

Assassinato no Expresso do Oriente, de Kenneth Branagh

Depois de encher os bolsos de dinheiro com Thor (2011) e Cinderela (2015), provando ao mundo que sabe – e bem – dirigir filmes comerciais para jovens, o maior especialista em Shakespeare do cinema contemporâneo vai se debruçar sobre o universo criminal de Agatha Christie, como cineasta e ator, vivendo o inspetor belga Hercule Poirot. A fim de narrar os esforços de Poirot para descobrir a identidade do assassino responsável por um crime no trem mais famoso do mundo, o realizador irlandês reuniu um elenco monumental: Johnny DeppPenélope CruzDaisy RidleyMichelle Pfeiffer e Judi Dench.

The House That Jack Built, de Lars von Trier

Previsto inicialmente para 2018, este thriller do polemista professional que nos deu Melancolia (2011) e Ninfomaníaca (2013) vai ser antecipado para o segundo semestre de 2017, tendo Matt Dillon no papel de um psicopata que constrói uma estrada no crime ao longo de 12 anos de impunidade. A trama se ambienta nos anos 1970 e vai abordar os crimes de Jack com... humor (!), para reforçar o lado mais provocador do cineasta dinamarquês.

Manhunt, de John Woo

Responsável por uma revolução no terreno da ação nos anos 1980 e 90, a partir da Ásia, com hits exportados para o mundo inteiro, feito Alvo Duplo (1986) e O Matador (1989), o diretor chinês, mestre na representação de tiroteios, vai voltar à telona com uma trama ambientada no Japão. Esnobado por Hollywood, onde fez a obra-prima A Outra Face (1997)ele roda em solo japonês um thriller sobre um advogado acusado de um crime que não cometeu, fazendo de tudo para limpar seu nome.