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Brian Vaughan explica como o gibi <I>Ex Machina </I>ganhou Hollywood

Brian Vaughan explica como o gibi <I>Ex Machina </I>ganhou Hollywood

04.08.2005, às 00H00.
Atualizada em 22.12.2016, ÀS 18H01

O quadrinhista Brian Vaughan, que terá a sua HQ Ex Machina, parceria com o desenhista Tony Harris, levada para o cinema pela New Line, falou recentemente ao Comics Continuum sobre a adaptação.

Primeiro, explicou que já havia interesse de Hollywood pela obra desde sua edição número um - mas ele e Harris optaram por esperar, até ter um ano inteiro de histórias. Na HQ, Mitchell Hundred é o único super-herói do planeta. Seu poder é a habilidade de falar com objetos inanimados e máquinas. Entretanto, ele não agüenta mais esta vida de combatente do crime e decide se aposentar, achando que servirá melhor ao povo na política - e se candidata à prefeitura de Nova York.

A decisão de Vaughan e Harris tem a ver com controle criativo. Se não contratualmente, ao menos em relação a essas primeiras aventuras do prefeito Mitchell Hundred. Um contrato cinematográfico logo no #1 poderia desvirtuar as idéias que os dois tinham para o título. Eu realmente não quero entrar em detalhes sobre o que eu e Tony controlamos nem sobre o que a DC [Comics, que publica o gibi] comanda, mas a DC é muito generosa e eles nos permitiram controlar alguns aspectos dos direitos. Sempre os consultamos, e eles são responsáveis por boa parte do negócio, mas no fim do dia somos eu e Tony que detemos os direitos da adaptação de Ex Machina, e dividimos 50/50, disse.

Além disso, Vaughan ressalta o momento em que a negociação acontece: Talvez seja a vibração pós-Sin City, e o jeito como o clima entre quadrinhos e Hollywood mudou. Parece que os estúdios estão mais abertos a ter os criadores das HQs envolvidos com o filme, o que é ótimo. Conta também a favor do negócio - e Vaughan de novo salienta - os direitos de outra criação sua que a New Line tem e renovou recentemente, Y: The Last Man.

Dentro do processo criativo do filme Ex Machina, duas versões do texto estão sendo desenvolvidas. Vaughan roteiriza a primeira enquanto o co-produtor Glen Brunswick escreve a outra, em parceria com John Romita Jr., outro quadrinhista. Harris, por sua vez, diz ao Newsrama que cuidará dos desenhos de produção. Felizmente, nós poderemos trazer a cara da HQ, as máquinas e o mundo da série direto para o filme.

Vale frisar que o fato da New Line deter os direitos não significa que o desenvolvimento esteja a mil. Com a maioria das coisas de gibis, o processo de desenvolvimento pode levar anos e anos, e no fim das contas talvez você nunca veja o filme. Tony é o empolgado, otimista tipo o copo está metade cheio, e já está se coçando para tratar de elenco; eu sou o realista, dizendo a ele para esquecer disso, afirma Vaughan.

E brinca, meio sério: Não acredito que o filme seja feito até a hora em que segurar o DVD - nem acreditarei em tudo isso quando chegar ao cinema. Todo mundo se excita tanto com filme, mas eu sou aquele nerd típico. Não entrei nisso para fazer filmes. Ex Machina nunca foi um storyboard glorificado. Quadrinhos que me deixam feliz, que atraem toda a minha atenção. A coisa do filme é ótima, mas nunca foi meu objetivo, então não tento me focar muito nele.

O gibi será publicado no Brasil pela Panini Comics até o fim do ano.

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