Quando o anão Verne Troyer aparece no meio de uma festa em Colegiais em Apuros (College, 2008) interpretando a si mesmo, a reação inicial dos personagens não difere muito daquela do espectador: "It's fucking Mini-Me!", exclamam com todas as letras. Ele desabotoa a calça e urina na cara de um desafortunado, o que pelo menos faz esquecer da cena anterior dos colegiais tomando tequila pelas curvas de um universitário peludo.
colegiais em apuros
Desculpe o tom grotesco do relato, mas uma sinopse tradicional - três moleques passam fim de semana num campus para sentir o que a faculdade lhes reserva - não daria a real medida da sequência de trotes que é o longa-metragem de estréia da diretora Deb Hagan. Sintetizar o filme assim pode também servir como guia de consumo. Se é justamente escatologia juvenil e alguns peitos de fora que você procura, vai na fé. Só não espere nada além disso.
Porque o filme começa com uma pegadinha. Os créditos fofinhos e a trinca chupada de Superbad - protagonista sensível apaixonado, melhor amigo gordo buca-suja e terceiro amigo nerd mirrado - levariam a crer que Colegiais em Apuros tem o tipo de humor cativante e agridoce de uma produção de Judd Apatow. Nada mais enganoso. O roteiro de Dan Callahan e Adam Ellison copia descaradamente até a piada da identidade falsa de McLovin, mas enquanto Superbad fala de amizade e nostalgia precoce Colegiais em Apuros está interessado mesmo é no mundo emporcalhado das fraternidades.
E não convém exigir razão no meio da bebedeira. A loira mais gostosa decidiu ficar justo com o gordinho? Não tente entender. Como os losers montaram vingança tão complexa em poucas horas? Não pergunte. Deb Hagan só tem talento para pensar cinema na hora de espalhar casais se pegando pelos cantos dos enquadramentos. No fim das contas, não é nem uma questão de talento, é uma questão de prioridade mesmo.