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13 Horas | Crítica 

Michael Bay troca pipoca por filme sério? Nem tanto!

19.02.2016, às 00H41.

Transformers, Bad Boys, A Rocha, Armageddon, Pearl Harbor, A IlhaSem Dor, Sem Ganho. Este é o currículo de Michael Bay como diretor - além de alguns videoclipes musicais e um “documentário" para a Playboy. Se há uma palavra que combina com todos estes filmes é “pipoca”.

Nesses filmes, por trás dos planos contraluz, da câmera em slow-motion, dos corpos semi-nus refletindo o sol e das bandeiras americanas tremulando, havia a vontade do cineasta de levar as pessoas ao cinema e fazer com que elas se divertissem.

E talvez tenha sido justamente este o seu maior pecado em Pearl Harbor, que pegou um tema tão importante com a batalha aérea no Havaí e quis transformar num romancezinho aventuresco à la Armageddon.

E cá está Michael Bay mais uma vez se envolvendo com os militares. Baseado no livro 13 Horas - Os Soldados Secretos de Benghazi, de Mitchell Zuckoff, ele conta agora a história de seis ex-oficiais americanos que atuavam como mercenários da CIA na Líbia após a morte do ditador Muammar Gaddafi.

A missão deles proteger uma base da agência americana, que atuava de forma secreta no país e ficava a poucos quilômetros da embaixada dos Estados Unidos na cidade.

Porém, no aniversário de 11 anos dos atentados de 11 de Setembro, militantes islâmico invadiram o posto diplomático e, como não conseguirem capturar o embaixador logo de cara, colocaram fogo no local. O diplomata e um de seus seguranças acabaram morrendo antes que os ex-militares contratados pudessem chegar ao local.

Mais tarde, foi a vez do ataque à base militar, ofensiva que durou as 13 horas do título do filme e resultou em mortes para os dois lados. 

Terapia de bomba 

Os 15 anos entre Pearl Harbor e 13 Horas fizeram bem ao cineasta. Ele ainda se leva mais a sério do que deveria, mas aproveita o tema para exorcizar alguns fantasmas do passado. Apesar da figura da agente inglesa que trabalha para a CIA, não temos aqui clima para romance. E a prova maior é que Bay reutilizou a câmera-bomba de Pearl Harbor, que seguia o ponto de vista de um explosivo até atingir seu alvo está de volta, depois de uma década e meia. 

Com tantas bombas, tiros, explosões e fogo, não há tempo para atuações shakespearianas, mas é interessante ver um John Krasinski (The Office) em um papel completamente diferente de seus trabalhos anteriores, como o bombado mercenário Jack Da Silva. Não é culpa dele ou de seus colegas que os personagens sejam tão bidimensionais e panfletários do bom e velho American Way

Ah, e não se deixe enganar. Michael Bay está no hiato entre um Transformers e outro, mas não largou a pipoca ou pensou em um filme menos comercial. 13 Horas foi lançado no mesmo feriado estadunidense em que estrearam com muito sucesso em anos anteriores O Grande Herói em 2014 e American Sniper em 2015. O alvo era o mesmo: veteranos e pessoas da direita norte-americana, que se amontoam no cinema para ver “o bem vencendo o mal”. O filme não repete o mesmo sucesso nas bilheterias que seus antecessores (ambos ultrapassaram com folga a barreira dos 100 milhões de dólares), mas já igualou seu orçamento de 50 milhões de dólares só nas bilheterias dos EUA. Fora o que deve ter vendido de pipoca. 

Nota do Crítico
Regular