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A casa do lago (The lake house, 2006) marca a reunião de Sandra Bullock com Keanu Reeves. E se isso é tudo o que você precisa saber para ir ao cinema, não perca seu tempo: vá logo! Quanto menos você souber sobre a história, melhor. Não que a trama tenha diversas reviravoltas surpreendentes, mas sim porque ela é um quebra-cabeça de pouquíssimas peças e quando você juntá-las (fato que não deve demorar mais do alguns minutos), o que sobra é apenas mais um romancezinho pra assistir ao lado da pessoa amada, em uma tarde de domingo. Já se é exatamente isso o que procura, este pode ser o seu "filme do ano".
Sem atuar juntos no cinema desde 1994, quando estrelaram Velocidade Máxima (Speed), Bullock e Reeves voltam a se encontrar em uma situação bem diferente. Desta vez, nada de ônibus em alta velocidade e terroristas. O que se vê na telona é Kate (Bullock), uma médica solitária que decide se mudar de uma linda casa de vidro construída à beira de um lago para a cidade grande de Chicago. Antes de sair, ela deixa uma carta para o próximo morador da casa, Alex (Reeves), um também solitário arquiteto.
Bom, e você sabe o que acontece quando duas pessoas solitárias e atraentes estrelam um filme em Hollywood, né? Primeiro elas se apaixonam. Depois, as dificuldades aparecem, jogando um balde de água fria no relacionamento, para, no fim, os dois verem que foram feitos um para o outro e viverem felizes para sempre.
Seria fácil se fosse só isso, mas não é. O diferencial de A casa do lago são os elementos sobrenaturais envolvidos, herança do atual cinema asiático, já que o filme é uma adaptação do longa-metragem sul-coreano Il mare (2000). E nem pense em procurar uma lógica em tudo o que vai acontecer, pois nem mesmo o filme tenta se explicar. Apenas aceite o fato de que se os dois realmente forem feitos um para o outro, é como a história acabará.
A escolha de Alejandro Agresti garante a qualidade técnica do projeto, com ótimos cenários, luzes e tudo mais. Como provou em Valentin, o cineasta argentino sabe como contar uma história e sabe também escolher quais histórias contar. Afinal, nos dias de hoje, é difícil ver uma adaptação de um filme asiático que deixa de lado as amaldiçoadas garotinhas de longas madeixas na cara.