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Crítica

Alexandre e o Dia Terrível, Horrível, Espantoso e Horroroso | Crítica

Família acima de tudo, até dos estereótipos

22.10.2014, às 19H39.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H24

Todo mundo já teve um dia ruim. É a vida. No entanto, quando você é uma criança, seu dia ruim é diferente daquele que um adulto pode ter - e Alexandre e o Dia Terrível, Horrível, Espantoso e Horroroso aborda exatamente isso, as diferentes perspectivas de um dia ruim.

Alexandre

A família de Alexandre (Ed Oxenbould) é extensa: Ben (Steve Carrell) é seu pai desempregado mas sempre positivo; sua mãe Kelly (Jennifer Garner) é trabalhadora e está próxima de receber uma promoção; Anthony (Dylan Minnette), seu irmão mais velho, é o mais popular da escola; Emily (Kerris Dorsey) é a protagonista da peça do colégio; e o bebê Trevor (Elise e Zoey Vargas) é super fofo. Enquanto todos são sortudos e bem sucedidos, Alexandre tem uma vida difícil, repleta de infortúnios, que ninguém leva a sério.

Quando colocados em perspectiva, no entanto, os problemas de Alexandre e seus irmãos são muito pequenos comparado com os de seus pais. O que acaba deixando o roteiro ainda mais transparente são as inúmeras coincidências, típicas dos filmes voltados ao público infantil. A "amaldiçoada" data, além de ser bem o aniversário de Alexandre, é também o dia mais importante para todos os membros de sua família.

Alexandre e o Dia Terrível só não deixa a desejar com seu elenco. Os seis atores que vivem os Cooper são carismáticos, engraçados e têm uma ótima química entre si, fazendo acreditar que aquela família e seus problemas são reais e importantes para os envolvidos na trama.

Enquanto alguns clichês deixam o longa batido, o fato de Carrell ser o pai desempregado e "dono de casa" é uma importante parte do filme da Disney. Passar a ele as "tarefas de mãe" e entregar o fardo de pagar as contas à Garner é uma bela lição a se ensinar às crianças de hoje em dia, mostrando que não há mais estereótipos de genero pré-definidos na sociedade.

O número de personagens, no entanto, acaba prejudicando ainda mais a trama. A necessidade de apresentar cada um, suas qualidades e defeitos, a ocasião importante do "dia amaldiçoado" e depois ainda ter que gerar um desfecho para cada um dentro de 81 minutos deixa o longa retalhado, com uma certa falta da fluidez. Tudo acaba bem amarrado, mas ao custo de desenvolver cinco histórias medianas em vez de uma, a de Alexandre, de forma mais dedicada e inteiriça.

Apesar da moral da história ser a importância da família acima de outras trivialidades, outro clichê imbatível, Alexandre e o Dia Terrível é divertido. Podia ter mais conteúdo, assim como tem palavras em seu título.