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Amor(es) Verdadeiro(s) transforma drama amoroso em história de Sessão da Tarde

Simu Liu chama a trama para si na nova adaptação de um livro de Taylor Jenkins Reid

16.05.2023, às 09H00.
Atualizada em 16.05.2023, ÀS 09H26

Convidativo é o adjetivo que mais combina com Amor(es) Verdadeiro(s), nova adaptação em longa-metragem de um livro de Taylor Jenkins Reid, a autora de Daisy Jones & The Six. O filme traz papéis cômicos que se diferenciam da abordagem dramática proporcionada no livro homônimo. Ainda assim, é uma adaptação que honra a história escrita por Reid e seu convite à  reflexão.

O roteiro escrito por Reid e seu marido, Alex J. Reid, mostra a reconstrução da vida de Emma (Phillipa Soo) após ela perder o seu esposo, Jesse (Luke Bracey), em um acidente aéreo. Durante esse processo de superação, quatro anos depois ela encontra um novo amor (na figura de um antigo amigo, Sam, vivido por Simu Liu), fica noiva - e descobre que seu (ex-)marido continua vivo e está voltando para casa.

Amor(es) Verdadeiro(s) se alinha com outras adaptações que inflam a trama e a narrativa com mais informações para preencher as lacunas deixadas no material original. Isso se dá com o acréscimo de novos pontos de vista: enquanto o livro é contado essencialmente da perspectiva em primeira-pessoa de Emma, no filme passamos a entender melhor o que se passa nas cabeças de cada uma das pontas desse triângulo amoroso - incluindo o olhar heroico que cada um tem de si mesmo, cena que ao mesmo tempo pode induzir ao riso e às lágrimas. A sintonia entre os atores leva o espectador a não tomar partidos, mas se compadecer da situação que cada um vivencia.

Mesmo com esse equilíbrio, a atuação carismática de Simu Liu se destaca. Sem exageros, o ator encarna o sentimentalismo e a insegurança de Sam e puxa para si o lastro dramático da trama. Afinal, apaixonado pela melhor amiga desde a adolescência, quando a perdeu para o garoto popular do colégio, é de se imaginar que a jornada de Sam cresça com o receio de que a perda aconteça pela segunda vez.

O início do filme faz uma brincadeira entre o presente e o passado, na mesma escolha narrativa não-linear que conduz o livro. No longa, porém, isso torna o processo de ambientação cansativo, pelo excesso de vaivéns, fade-ins e fade-outs. São essas escolhas meio triviais, porém, que somadas a uma exposição mais didática dos motivos e dos percalços de cada protagonista, que fazem de Amor(es) Verdadeiro(s) uma Sessão da Tarde: uma boa pedida para uma semana mais emotiva, mais desatenta ou mais despretensiosa.

Nota do Crítico
Bom